PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

SL. 3º, 201, cap. 5º, Catharina do Prado foi natural da vila de S. Vicente e foi 1.º casada com João Gago da Cunha f.º de Henrique da Cunha Gago (o velho) e de sua 1.ª mulher Izabel Fernandes, em Tit Cunhas Gagos; faleceu João da Cunha Gago em 1636 e Catharina do Prado passou a 2.ªs núpcias com Francisco Nunes de Siqueira. Faleceu Catharina do Prado em 1649 (C. O. de S. Paulo). Sem geração do 2.º marido; mas, teve do 1.º os 12 f.ºs.

 

Subsídios à Genealogia Paulistana

Inventário (SAESP vol. 10º, neste site) de João Gago da Cunha.

 

CATARINA DO PRADO

Inventário e Testamento

 

Vol 15, fls 83

Data: 25-6-1649

Local: Vila de São Paulo,

Juiz: Antonio de Madureira Moraes

Avaliadores: Manoel da Cunha e Domingos Machado

Declarante: João Gago da Cunha

 

ÓRFÃOS E HERDEIROS

1. Joana da Cunha, 22 anos

2. Maria da Cunha casada com Jerônimo da Veiga

3. Os filhos da defunta Luzia da Cunha mulher que foi de Domingos Rodrigues

4. Ana Ferreira, filha de Felipa Gago, mulher de Bartolomeu Antunes

5. Catarina do Prado casada com Matias Lopes o moço

6. Antonia da Cunha casada com João Ribeiro Bayão

7. Paula da Cunha casada com Bernardo Sanches de la Pimenta

8. Ana da Cunha casada com Antonio Paes

9. Izabel da Cunha casada com Manoel da Costa

10. João do Prado da Cunha casado com Messia Raposo

11. João Gago da Cunha casado com Ana Pires

 

 

TESTAMENTO – 25-4-1649

 

Abertura de praxe, encomendação da alma

Pede para ser sepultada no Convento do Carmo e encomenda missas

Declarou ter sido casada com João Gago da Cunha de quem teve onze filhos: Maria da Cunha, Luzia da Cunha já defunta, Felipa Gago já defunta, Catarina do Prado, Antonia da Cunha, Izabel da Cunha, Paula da Cunha, Ana da Cunha, Joana da Cunha, João Gago da Cunha, João do Prado da Cunha.

Dera os dotes às casadas faltando inteirar uma cadeira a Antonio Paes. Devia dez mil réis ao genro Bernardo Sanches.

Mandou que se entregasse a Domingos Rodrigues o moço, uma negra que a filha Luzia lhe dera.

Declarou que a negra Paula era de Batista Gago, e lhe deixava também um rapaz chamado Gaspar.

Deixou por testamenteiros o filho João Gago e o genro Matias Lopes

Rogou a Francisco de Siqueira fizesse o testamento e por ela assinasse.

 

APROVAÇÃO: 25-4-1649 – Domingos Machado, tabelião

 

CUMPRA-SE: 17-5-1649 – Gregório José

CUMPRE-SE: 17-5-1649 – Albernaz

 

Seguem as avaliações, entre os bens o sítio na paragem de São Gonçalo.

 

GENTE FORRA: 40

 

João Gago foi intimado para dentro de dois meses citar todos os herdeiros que estavam na Ilha Grande, em Taubaté e Cananéia

 

Curador da órfã Joana da Cunha: Henrique da Cunha Gago

 

Procuradores:

De Manoel da Costa, ausente: Antonio Lopes

De Bartolomeu Antunes, que não apareceu: Alberto Nunes

Entre as dívidas, devia-se ao órfão Francisco da Cunha

 

MONTE MOR: 290$400

 

Seguem as partilhas entre a órfã Ana da Cunha, João Gago da Cunha, João do Prado da Cunha

 

25-11-1649 –

Manoel Nunes de Siqueira aparece pedindo peças que ficaram de sua avó Catharina do Prado, que Deus tem, (também como procurador de Bento da Costa, seu cunhado, e Domingos Rodrigues o moço) primeiramente no dote para se lhe dar a parte que direitamente coubesse a sua sogra Luzia da Cunha que Deus tem, filha legitima da dita defunta sua avó, e concertando-se com ele João Gago da Cunha. O qual concerto e contrato não houve efeito por razão do dito João Gago da Cunha não querer satisfazer o contrato e concerto na forma dele e assim ficou o dito Bento da Costa e ele requerente e Domingos Rodrigues o moço sem cousa alguma lesos, e diminuidos de todo o quinhão que dereitamente cabe á dita sua sogra.

Domingos Rodrigues o moço era então “filho familia”, e não poderia ser passar procuração, que foi contestada.

João Gago da Cunha não quis atender e Manoel Nunes de Siqueira entrou com petição de anulação das partilhas feitas apenas entre “João Gago da Cunha e João do Prado e sua irmã Joana da Cunha”.

 

Aparecem João Pires representando sua filha Ana Pires, mulher de João Gago da Cunha e Matias Lopes procurador de Joana da Cunha e Messia Raposo, alegando que Manoel Nunes agira “surrepticiamente” esperando que os maridos das representadas fossem para o sertão para entrar com causa de anulação de partilhas. E que quando citados tinham ditos que não queriam herdar e não entraram com o dote. (Ao fim do inventário aparecem novos termos deste processo de 1650)

 

2-2-1662 – Vista do Promotor, que pede as quitações a João Gago e Matias Lopes, filho e genro da defunta Catarina do Prado

 

João Gago apresenta quitação de seu cunhado Matias de Mendonça referentes à peças de sua mulher Joana. Disse que as quitações de Bernardo Sanches e Batista Gago mandaria buscar em Taubaté – 11-3-1662

 

Além, das quitações religiosas:

Matias de Mendonça dá quitação da terça de sua sogra Catarina do Prado que coube à sua mulher Joana.

Antonio Paes do que lhe deviam

Um Antonio por Bernardo Sanches (este dinheiro cobriu a dívida abaixo)

Domingos Rodrigues da Cunha da negra Cecilia, entregue por seu tio João Gago da Cunha

Batista Gago, que recebeu um rapaz que lhe tinha deixado a avó Catarina da Cunha em testamento.

 

Termo de Divida

Bernardo Sanches de la Pimenta declara dever ao seu primo Pedro Fernandes Aragonês algum dinheiro que este lhe emprestou e que pagaria na torna do sertão para o qual estava de saída. 17-9-1646.

 

10-4-1650: Embargo que faz Manoel Nunes de Siqueira reclamando das partilhas do inventário de sua avó entre os filhos dela João Gago da Cunha, João do Prado e Joana da Cunha a qual casou depois das partilhas com Matias de Mendonça.

Pede que se faça “sumário de ausência” para constar que os suplicados estavam em lugar incerto e não sabido.

 

Testemunhas que declararam ter ouvido dizer que João Gago, João do Prado e Matias de Mendonça tinham partido para o sertão, mas não sabiam onde estavam:

1. Capitão Gaspar Corres, 31 anos, morador de São Paulo.

2. Gregório Fagundes, 25 anos, morador de São Paulo, disse ser parente de Manoel Nunes.

3. Cristóvão Pereira, 32 anos, morador em São Paulo, parente de Manoel Nunes de Siqueira

4. João Dias Arenço, 32 anos, morador de São Paulo.

5. Matias Peres, 40 anos, morador em São Paulo

 

Segue embargo de nulidade por Ana Pires, com alegação que ela não fora citada, mas sim seu pai, e que ela tinha domicilio fixo na roça. O oficial citara seu pai na vila. Passa procuração a varias pessoas em São Paulo, Santos, Rio de Janeiro e Bahia.

 

PROCURAÇÕES

 

13-9-1649

Local:Vila de Angra dos Reis

Outorgante: Bartolomeu Antunes Lobo

Procuradores: seu tio Calisto da Mota, Simão Machado da Mota e seu irmão João Batista Lobo

João Batista Lobo traspassa estes poderes a Manoel Nunes de Siqueira

 

16-4-1650

Catarina do Prado passa procuração a seu marido Manoel Nunes de Siqueira

 

11-1-1650

Bento da Costa e sua mulher Joana de Castilho passam procuração a Manoel Nunes de Siqueira, ao capitão Calixto da Mota e a Martim da Costa.

Joana de Castilho faz de Bento da Costa seu marido, primeiro procurador.

 

fls. 161 - os embargantes Manuel Nunes de Siqueira e Bento da Costa são casados com Catharina do Prado, e Joanna de Castilho, filhas legitimas de Domingos Rodrigues Velho e de sua mulher Luzia da Cunha que Deus tem, a qual era filha de João Gago e Catharina do Prado já defuntos, herdeira sua universal como pela verba dos testamentos se verá e como tal o ficam sendo os ditos embargantes e por tais habilitados.

 

6-5-1650

Domingos Rodrigues o moço, maior de 14 anos, pede para ter procuradores no processo em que quer a legítima de sua mãe Luzia da Cunha. Nomeia seu cunhado Manoel Nunes de Siqueira e Francisco Nunes de Siqueira.

 

No processo aparece que Francisco Rodrigues Velho, curador do dito embargante seu filho não foi citado na vila de Santos onde tinha endereço certo e nem Bartolomeu Antunes fora citado na Ilha Grande (quando das partilhas dos bens de Catarina do Prado). E por isso as partilhas seriam nulas.