PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

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PT., 3º, 155, 3-4, Maria Gomes Moreira casou com o Capitão de Infantaria Bartolomeu Paes de Abreu; sem geração. E o dito capitão casou segunda vez com D. Leonor de Siqueira, filha do capitão mor governador e alcaide mor Pedro Taques de Almeida.

 

SL. 6º, 103, 2-4, Maria Gomes Moreira, 1.a mulher do Capitão Bartolomeu Paes de Abreu. V. 2.o pág. 473.

 

SL. 2º, 473, 4-5 Capitão Bartholomeu Paes de Abreu, natural da ilha de S. Sebastião. Faleceu o capitão Bartholomeu Paes de Abreu em 1738 em S. Paulo vítima da epidemia de bexigas. Foi casado em 1701 com Leonor de Siqueira Paes, sua prima, f.ª do capitão-mor Pedro Taques de Almeida e de Angela de Siqueira. Teve: 5-1 a 5-8

 

Subsídios à Genealogia Paulistana (Bartyra Sette)

 

Em seu testamento o  Capitão Bartholomeu Paes de Abreu não faz menção ao primeiro casamento (SL. 6º, 103, 2-4 e PT., 3º, 155, 3-4) provavelmente por não ter tido geração

 

BARTHOLOMEU PAES DE ABREU

Testamento

 

Vol 25, fls.449 a 491

 

Em nome de Deus amem.

Eu Bartholomeu Paes de Abreu faço o meu testamento

Encomenda a alma.

Meu corpo seja sepultado na capela do Senhor dos Passos da ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo aonde sou terceiro há muitos anos, acompanhamentos e missas.

Peço e rogo a meu primo Diogo de Toledo Lara, e a minha mulher Leonor de Siqueira e a meu filho Pero Taques de Almeida queiram ser meus testamenteiros.

Declarou que sou natural e batizado na vila e igreja da ilha de São Sebastião. Sou filho de legitimo matrimonio de Estevão Raposo Bocarro e de sua mulher Maria Pedroso de Abreu.

Declarou que sou casado nesta cidade de São Paulo com minha legitima mulher Leonor de Siqueira de quem tenho oito filhos, a saber três machos que são Bento, Pedro e Antonio. Cinco filhas a saber, Maria, Angela, Thereza, Escholastica, e Leonor, todos meus legítimos herdeiros.

Declaro que (segundo a minha lembrança e consciência) tenho, e devo várias dívidas, e carias parcelas, das quais pela turbação em que me vejo deste ataque não posso fazer especial memória, e mando a meus testamenteiros paguem e satisfaçam tudo o que constar por clareza, e tambem do que não houver clareza, contando com evidência sou devedor.

Declaro que possuo vários bens  e tenho alguns destes espalhados por várias partes e encarregados a várias pessoas, como no Cuyabá a João Pereira Braga, encarregados bastantes escravos ha treze anos como melhor constará da clareza que tenho. Assim mais a Luiz Rodrigues que lhe mandei o ano passado 22 barris de sal que tambem consta da clareza e carta que tenho dele, Declaro que remeti várias bagatelas para o Cuyabá a meu genro o mestre de campo Manuel Dias as quais não tenho noticia de serem chegadas. Possuo mais duas fazendas de gado e cavalgaduras nos campos de Coritiba, as quais estão encarregadas a Thomaz Gomes, como melhor constará dos assentos que tenho.

Possuo mais nesta cidade umas casas de sobrado na rua Direita, e um sitio com vários escravos, dos quais dará conta minha mulher e meus filhos, como tambem dos trastes e miudezas de casas, que meus filhos como já crescidos e minha mulher de quem muito fio nada hão de ocultar.

Declaro que tenho contas com os bens de meu irmão João Leite da Silva Ortiz de gastos que tenho feito, e dinheiro que tomei a juro para as suas pretenções e encartamento de seu filho, que tudo constará dos assentos, e clarezas que tenho.

Declaro que dos meus bens, satisfeitos os meus legados, e alguma coisa mais que aparecer, a minha mulher e meus filhos se fala sufrágios para minha alma, que tudo deixo á sua disposição.

O mais que pertencer a minha terça deixo as minhas filhas solteiras e lhes rogo se lembrem de minha alma.

Declaro que sou testamenteiro de meu sobrinho Francisco Xavier do que tenho dado contas dos bens que pude haver e cobrar, e não devo nada dessa testamentaria.

Declaro que (sobre minha consciência) lembro uma demanda com Bartholomeu de Freitas, e como acho em minha consciência que não lhe sou devedor, mas antes acho eu ser ele devedor á minha fazenda mando a meus herdeiros e testamenteiros defendam e aleguem sobre mim tudo o que for possível para a defenderem // e de tudo o mais, que me não lembra, nem a moléstia me da lugar para aqui declarar: deixo a meus filhos, e a minha mulher em tudo descarreguem a minha alma.

Declaro que tenho contas com o Capitão Thomé Alves na arrematação das passagens dos Goyazes, sendo sócio com ele em tudo que tudo está em clareza, e por esta maneira hei este meu testamento por feito e acabado, e dou por nulo, e de nenhum efeito e vigor quaisquer outros testamentos ou codicilos, que antes deste tenha feito, porque somente este quero que valha, como minha ultima e derradeira vontade e pelo melhor modo, que em direito valer possa: para cuja validade e cumprimento, peço e rogo ás justiças de Sua Magestade seculares, e eclesiásticas o façam inteiramente cumprir e guardar, como nele contem, como minha ultima e derradeira vontade; em fé de cuja verdade pedi e roguei ao muito reverendo padre frei Bernardo de Vasconcellos de Santa Helena este por mim escrevesse e tambem roguei a João Leite da Silva por mim assinasse pelo não poder fazer de minha propria letra e sinal. Nesta cidade de São Paulo hoje o primeiro de janeiro de mil e setecentos e trinta e oito. - Assino a rogo do testador Bartholomeu Paes de Abreu.- João Leite da Silva.

Aprovação: 1-1-1738; testemunhas André Gaudio e o Licenciado Antonio da Motta Felippe Fernandes Ignacio Preto de Loyola e Manuel Gomes da Costa pessoas reconhecidas de mim tabelião.

Cumpra-se São Paulo Janeiro 1 de 738 - Andrade

 

Termo de Abertura -

Aos 1-1-1738 nesta cidade de São Paulo em casa de morada do juiz ordinário o sargento mor Manuel Antunes Belem de Andrade aí por ele dito juiz\ foi aberto este testamento com que faleceu Bartholomeu Paes de Abreu o qual estava cozido com cinco pontos e linha branca e lacrado com outros tantos pintos de lavre vermelho por banda na mesma forma em que o coseu e lacrou o tabelião Ignacio de Barros Rego que o aprovou e lhe poz o dito juiz o cumpra-se de que tudo fiz este termo que assinou comigo tabelião Francisco da Costa Guimarães - Andrade - Francisco da Costa Guimarães.

 

Recibos, quitações de enterramento, acompanhamento e missas.

 

fls. 463 - São Paulo. Ano de 1747

Manuel Vieira da Silva Paiva tabelião do publico judicial e notas nesta cidade de São Paulo e seu termo por provisão de Sua Magestade que Deus guarde etc...

Certifico e porto por fé que presentes as testemunhas abaixo assinadas me foi dito pelas senhoras D. Maria de Abreu D. Angela Paiva Silva D. Leonor Caetana de Escobar filhas legitimas do Capitão bartholomeu Paes de Abreu já defunto, e de sua mulher D. Leonor de Siqueira, que elas de davam por entregues e satisfeitas do remanescente da terça que lhe deixou o dito seu pai (...)  testemunhas Alexandre da Silva Correa Manuel Ferreira Alves e eu Manuel Vieira da Silva Paiva tabelião que o escrevi nesta cidade de São Paulo aos 17-5-1747.

 

fls. 490 - Termo de conclusão em 31-7-1748.