PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

SL. 7º, 545, 2-2, Isabel da Costa Diniz, f.a do § 8.o, foi casada em Itu com Antônio Machado de Sousa f.o de Manuel Luís Ordonho e de Adriana Machado Tinoco. Teve pelo testamento de Antonio  Machado em 1715 os 7 f.o,:

3-1 Custodio.

3-2 Isabel da Costa, C.c. Miguel Rodrigues Monteiro.

3-3 Maria

3-4 Ana Luiz casada. com Francisco Alvares da Cunha.

3-5 Manuel.

3-6 Maria (2.a).

3-7 Maria (3.a)

 

Subsídios a Genealogia Paulistana (Bartyra Sette)

 

Antonio Machado do Passo (e não de Souza como citado na GP) falecido em 1705, casado com Izabel da Costa Diniz, pais de 7 filhos.

1- Anna Luiz do Passo, já falecida em 14-11-1705, casada com  Francisco Alvares da Cunha (SL. 2º, 10, 3-1)

2- Isabel da Costa Machado , casada com Miguel Rodrigues Monteiro, natural da Ilha de S. Miguel, pais de, pelo menos:

2-1 Maria Rodrigues Monteiro, casada com Francisco Luiz de Lima (SL. 8º, 148, 3-6)

 

ANTONIO MACHADO DO PASSO

Testamento

 

Vol 25, fls. 183 a 196

 

Em nome da Santíssima (...)

Aos 30-10-1704 eu Antonio Machado do Passo faço este testamento.

Encomenda a alma.

Rogo a meu cunhado Sebastião Bicudo de Siqueira e a meu genro Miguel Rodrigues Monteiro queiram ser meus testamenteiros.

Meu corpo será sepultado em o convento do glorioso São Luiz na capela dos irmãos terceiros. Acompanhamentos e pedido de missas.

Declaro que sou filho legitimo de Manuel Luiz Hordonho e de sua mulher Adriana Machado Tinoco.

Declaro que sou casado com Izabel da Costa Diniz do qual matrimonio tivemos sete famílias a saber, Custodio, Izabel, Maria, Anna, outra Maria, Manuel, outra Maria, os quais são meus legítimos e necessários herdeiros.

Declaro que meu casamento foi por carta de ametade e assim se partirá com minha mulher do pouco que possuo.

Declaro que possuo 100 braças de terras no fim de meia légua que vem para baixo nas quais terras está vivendo meu cunhado Sebastião Bicudo de Siqueira com minha licença.

Tambem comprei 200 braças de terras a Bartholomeu de Quadros o moço por preço de 16$000 rs como consta da escritura que me passou e o sertão destas terras que digo tanto umas como outras, chegam até os campos desta vila. Estas 200 braças de que falo é no cabo da légua que vem para riba começando da barra de um ribeirão que chamam Boi guassúhy as quais 200 braças vendi a Jorge Moreira Velho os tempos passados por preço e quantia de 11$000 rs com ametade do sertão que são 500 braças correndo para ------

---------- nesta vila umas casas de parede (...)

Tambem tenho umas casas onde estou vivendo no roco desta vila (...).

Declara mais alguns bens.

Declara devedores:

- Cosme da Silva Gil 4$800 rs que lhe emprestei.

- João Domingues 4$000 rs mais 3 patacas tudo de empréstimo.

- a mulher de Antonio Cordeiro minha comadre oito patacas de empréstimo.

- minha comadre Anna Maria de Mendonça onze patacas de empréstimo, do que lhe dei em dinheiro e um cruzado de um pouco de aço que comprei para ela.

- minha comadre mulher de José Leite dois cruzados ou três patacas de empréstimo.

- meu compadre Ribeiro genro de Manuel Velloso o que ele disser que a mim me não lembra.

Declaro que tenho umas continhas com meu compadre João de Brito que naquele tempo lhe devi 8$000 rs e depois foi o dito tomando aos poucos algum dinheiro que eu lhe dava, a saber 4$000 rs quando se fez o inventário de meu sogro Custódio Bicudo que Deus tem, mais um pouco com Luiz da Silva que mataram no sertão mais um pouco noutra parte algum pouco que lhe dei com que acho que estamos em paz.

Declaro que meu sobrinho Marcelino Bicudo me deve 4$000 rs

Declaro que meu compadre Pedro Delgado Lobo, ou  de Moraes me deve 2$400 rs; mais lhe emprestei 2 selos de duas patacas.

Declaro que o Reverendo Padre Doutor Guilherme Pompeu me ofereceu seis novilhas de boa vontade indo eu um dia visita-lo no seu curral e eu aceitei a oferta e esmola e assim me deve.

Declaro que casei minha filha Anna Luiz com Francisco Alves da Cunha e lhe prometi em dote 100$000 rs e até agora não lhe tenho dado mais que 50$000 rs devo-lhe o mais. Tambem prometi 100 braças de terras das quais não está pago e assim mando lhe paguem a dinheiro.

Declaro que casei minha filha Izabel da Costa com Miguel Rodrigues Monteiro e inda que lhe não prometi nada nem lhe dei até agora foi por não poder porem mando lhe dem 100$000 rs como ao outro meu genro.

Declaro que possuímos de nosso serviço cinco almas do gentio da terra e dois negros e três negras (...).

Declaro que sou obrigado somente da palavra a pagar a Vicente Bicudo 16$000 rs que fiquei por fiador de Thomé Madeira e até agora não lhe tenho dado mais que um cano de espingarda que me custou 5$000 rs. Mais que o dito Vicente Bicudo ficou de pagar-me 5$125 rs por João Luiz seu cunhado. E assim se descontará nos 16$000 rs. O mais lhe devo.

E porquanto esta é minha ultima vontade de modo que tenho dito me assino aqui hoje trinta dias do mês de outubro nesta vila de Nossa Senhora da Candelária da sobredita era dia mês e anno. Diz a entrelinha Manuel. - Antonio Machado do Passo - Manuel de Chaves e Silva - Joseph Cardoso - Antonio Furtado - Antonio Cordeiro - João de Brito Nogueira - Miguel Rodrigues Monteiro.

Cumpra-se Candelária 31-12-1705 - Falcão

 

Testamento de Antonio Machado do Passo escrito por sua mão tem três pontos de linha branca e sobre os pontos pingos de lacre. Era de 1704.

 

Codicillo

Em nome de Deus amem.

Saibam quantos esta cédula de codicilo virem que no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo da era de 1705 anos aos seis dias do mês de novembro em esta vila de Nossa Senhora da Candelária de Utú eu Antonio Machado do Passo me deu para declarar algumas coisas que me faltaram no meu testamento pedi a meu compadre Francisco de Barros Freire me escrevesse este meu codicilo para nele declarar o que se segue.

Declaro que onde meu cunhado Sebastião de Siqueira vive lhe tenho largado desde o rio até minha roça grátis como consta da escritura que lhe mandei passar - Declaro mais que as terras que diz o testamento que vendeu a Jorge Moreira Velho eram no fim da légua da carta que tinham os senhores Correas e indo-a medir com Jorge Moreira Velho sendo juiz as ditas terras se acharam de menos na légua as 200 braças que Bartholomeu de Quadros me tinha vendido com que estou obrigado a tornar os 11$000 rs ao dito Jorge Moreira Velho ou a seus herdeiros e bartholomeu de Quadros a tornar os 16$000 rs pois tantos lhe dei pelas terras e sendo caso se tornem a medir as terras e hajam dar-se-a o seu a seu dono. - Declaro que me deve a fazenda de Cornélio Rodrigues Arzão que Deus tem 16$800 rs de ensino de dois meninos de minhas musicas a clareza desta divida é Antonio Correa de Sá porque entregou a Manuel Gomes Arzão antes que me pagassem o por onde constava que me era a dever e assim me deve em consciência. Deve-me meu compadre Constantino Pedroso seis patacas que paguei por ele a Aleixo da Costa tambem me deve a mulher pataca e meia. - Deve-me meu compadre Martinho de Oliveira $800 rs. Deve-me Manuel Antunes Cardia 4 patacas que lhe emprestei. Deve-me Salvador Coelho 9 patacas que lhe emprestei. Deve-me minha comadre Catharina Correa mulher que é hoje de Sebastião Pedroso 8$500 rs do enterro de ---------------------- e a mim não pagou nada. Deve-me a fazenda de Pedro Alvres que Deus tem 6$460 rs --------- que não fui testamenteiro de Manuel Rodrigues que Deus tem o reverendo padre frei Pero sabe disto e Pedro Moreira e a família do dito defunto não duvida. Declaro que devo a Jose Correa Penteado um bezerro que me largou Dionysio Fernandes para dar outro  por ele ou o dinheiro e pesou cinco arrobas a seis libras de carne.

Devo a minha comadre mulher de André de Siqueira 4$000 rs mais lhe devo 1$440 rs. Deve-me Carlos de Moraes de truque de --co que lhe ganhei antes que ele fosse para as minas $800 rs mais me deve $440rs de musica da missa do Senhor Bom Jesus.

Declaro que no meu testamento me era a dever Marcelino Bicudo 4$000 rs os quais me tem pago.

Declaro que cuido que tenho minhas contas com meu cunhado Sebastião de Siqueira e estou pelo que ele disser.

Declaro que quando morreu minha filha mulher de meu genro Francisco Alvres Anna Luiz que Deus tem a mandei enterrar como minha filha e mulher de quem tanto me merecia o mesmo fiz quando morreu meu neto filho do dito meu genro e assim lhe peço nos 50$000 rs que lhe resto a dever desconte alguma coisa se lhe parecer, quando não pagarei do pouco que houver.

Declaro que ao Mandú de Saraiva quatro ou cinco mil réis mais uma pataca para me trazer em ouro ou entregar a meus filhos que estão nas minas. Devem-me da musica dos pretos 5$000 rs que estou por pagar. - Declaro que em poder de meu genro Miguel Monteiro estão dois conhecimentos de Thomé Madeira que Deus tem os quais outorguei ao dito meu genro para que os cobrasse e cobrando que entrasse na conta dos 100$000 rs que no testamento digo que lhe dem cem mil réis. Declaro que ----- Luiz me deve três ou quatro patacas que lhe emprestei . - Mando se dê a meu compadre José da Silva duas patacas. - Declaro que tenho em meu poder  1$400 rs para o padre doutor Guilherme Pompeu que me deram para lhe eu dar de uma restituição e eu nunca tive lugar de lh’os dar. - Declaro que me deve Bento Barreto 4$000 rs de um trespasso que me fez meu compadre Bartholomeu de Quadros na sua mão e o dito meu compadre servirá de testemunha. Declaro que o reverendo padre Izidoro Pinto me é a dever 8 pratos de louça que lhe emprestei para hospedar o Capitão Luiz Lopes. -

Peço pelo amor de Deus a todos os senhores músicos que tem cantado comigo assim compadres como amigos e parentes que achar que lhe devo alguma coisa da musica peçam a meus testamenteiros e senão me perdoem pelo amor de Deus. E com isto hei por findo e acabado este meu codicilo e torno a pedir a meus testamenteiros façam pelo amor de Deus por minha alma o que eu fizera pelas suas e peço as justiças de Sua Magestade lhe dem inteiro cumprimento como o mesmo testamento por ser minha ultima vontade em fé de que pedi a meu compadre Francisco de Barros Freire este codicilo escrevesse e como testemunha se assinasse comigo hoje quatorze de novembro de mil e setecentos e cinco anos. Assino como testemunha e escrivão do codicilo Francisco de Barros Freire - Antonio Machado do Passo - Francisco Cardoso - João Vaz Cardoso - Luiz Nobre Pereira.

Cumpra-se Candelária 31-12-1705 anos. Falcão.

 

Quitações pias.