PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

Família “Carrasco”, neste site.

 

Notas:

Antonio da Silva e seu irmão Luiz da Silva foram herdeiros (e prováveis filhos) de Antonio Gonçalves da Silva e sua mulher Catarina de Andrade, moradores em Santos onde tinham casa na rua direita que vai para S. Francisco entre Alonso Pelaes e os herdeiros de Miguel Peres (ou Pires).

 

Casou com Ana Barbosa, filha de Domingos Barbosa inventariado em 1611 e Maria Rodrigues, inventariada em 1648 (SAESP vols 11 e 37 neste site). Tiveram dois filhos:

 

1- Domingos da Silva, com dois anos em 1635, em 1652 questionava a venda que Domingos Barbosa Calheiros, seu tio e tutor, fizera da casa em Santos sem repassar o dinheiro a ele ou à mãe, já que o irmão tinha morrido.

2- Antonio, faleceu sem filhos, herdou sua mãe.

 

Ainda viúva em 1640, em 1758 (inventario materno) Ana Barbosa estava casada em segundas com Miguel Garcia Carrasco

 

 

 

ANTONIO DA SILVA

Inventário e Testamento

 

SAESP - Vol 10, fls 5

Data: 7-8-1635

Local: Vila de São Paulo, casa de Maria Rodrigues

Juiz: Jeronimo Bueno

Avaliadores: Manoel da Cunha e Francisco Gaia

Declarante: Ana Barbosa, mulher do defunto Antonio da Silva, assinou por ela Domingos Barbosa

 

Titulo dos Filhos

1. Domingos, 2 anos

2. Antonio, 7 anos.

 

TESTAMENTO

Por me achar numa (faltam palavras) de Deus servido levar-me para si porque somos de alfim fraco metal ao que me foi necessário faze-lo meu testamento obrando em boa forma de razão em que está posto aquela ametade das minhas cousas finalmente que estimarei e será para mim de grande esmola em que com tirar o dinheiro que à minha parte me cabe e o remanescente que ficar me façam pagar três mil réis que devo a Diogo de Unhate o moço de fumo que me vendeu o qual tem o meu conhecimento juntamente outro papel tinha Domingos Guedes o Zouro de seis cruzados por uma parte e duas patacas menos quatro vintens pela outra finalmente aquilo que se (...) Vieira de Maia quinhentos reis que ficou por resto de contas mais um conhecimento a (...) Miguel Pires o moço (continua enumerando alguns valores, sem citar nomes)... a Domingos Leitão que sua cunhada as mandará...

Começa a declarar o que lhe devem:

Alvaro Luiz do Vale tem em seu poder uma rede (....) para Jorge Correa e como lhe dei (...) para se vender ... me deve João Leite dez patacas que lhe emprestei debaixo de boia amizade (...) Martins Bonilha três patacas e dois tostões que me é a dever de resto de um adereço que lhe vendi isto peço aos juizes de Sua Magenstade ponham nos ombros ne viuva Ana Barbosa (...) mandar pagar destas pessoas e ... de cumprimento a tudo isto e por verdade mandei fazer esta declaração por meu cunhado Simão da Motta Requeixo e eu me assigno – Simão da Motta Requeixo – Antonio da Silva

 

Depois de ter assignado esta me lembrou (...) divida que devo a Braz Esteves ... varas de raxeta que devo à mulher que foi de (...) Silveira(!) por nome Catarina Gonçalves vossa mercê (...) pobreza em que a pobre sua cunhada fica (...faltam linhas..) irmão porque não quero levar em minha consciência (.....) e seis mil do defunto Gaspar (faltam muitas linhas).

 

Saibam quantos este público instrumento de cedula de testamento virem que no ano de mil seiscentos e trinta e cinco anos aos dezoito dias do mesmo de junho (na vila de São Paulo, foi chamado o tabelião para escrever o testamento de Antonio da Silva, doente em uma cama).

Encomendou a alma, pediu para ser sepultado na igreja do Carmo, onde era irmão, pediu missas, deixou o remanescente da terça à mulher.

Declarou ser casado com Ana Barbosa, com a qual teve dois filhos, Domingos e Antonio, os quais eram seus herdeiros.

Declarou que ele e seu irmão tinham uma casa na vila de Santos arrendadas a Manoel da Costa, pediu que se vendesse a sua parte para pagamento das dívidas.

Deixou por testamenteiros Domingos Barbosa e a mulher.

Testemunhas: Gaspar Manoel Salvago, Calixto da Motta, Aleixo Jorge, Paulo Gonçalves, moradores, Jorge de Souza, estante.

 

Segue a avaliação da fazenda.

 

Precatório que veio dos juiz dos órfãos da vila de São Paulo a este juiz ordinário (...) da vila de Santos

2-9-1635 – Luiz da Silva, aqui morador (em Santos) apresentou o precatório com o cumpra-se do juiz Lucas de Freitas o qual dizia:

Jeronimo Bueno juiz dos órfãos desta vila de São Paulo e seu termo faço saber aos senhores juiz ordinário e dos órfãos da vila do Porto de Santos a quem esta minha carta precatória requisitória for apresentada em como por falecimento de (...) Gonçalves que nesta vila (...) por deixar filhos órfãos (e por ter bens na vila de Santos estes deviam ser avaliados).

 

Cumpra-se: 27-8-1635 – Lucas de Freitas

 

Avaliadores na vila de Santos: Francisco da Rocha e Francisco Rodrigues Raposo

 

Dividas que devem a esta fazenda:

Antonio Delgado de resto de assinado ...3$440

Frutuoso da Costa, morador no RJ ...1$600

Manoel da Costa Cabral ...3$700

Gaspar Vaz, o moço morador em Mogy ... 1$600

Diogo da Gama ....2$840

João Leite...3$200

João Martins Bonilha... 1$160

Miguel Pires, o moço ...1$600

 

Dividas que deve

A Diogo de Onhate

A Miguel Pires, o moço

A Braz Esteves o velho

Ao Padre João Alves

A Cornélio de Arzão

A Antonio Vieira de Maia

A Domingos Guedes

A Domingos Leitão

(Linhas ilegíveis)

Gaspar Machado, já defunto

A Manoel da Costa, morador em Santos

 

Fazenda: 169$960

Líquido para partir: 104$480

 

Procurador da Viúva Ana Barbosa: João de Godoy

Curador aos órfãos: Domingos Barbosa, como tio dos ditos

 

Fazenda entregue à viuva que se comprometeu a saldar as dívidas. Fiador: seu irmão Domingos Barbosa

 

Confessou Manoel Rodrigues Planta receber de Domingos Barbosa o conteúdo de dois assinados que o defunto devia a Miguel Pires, morador em Santos (1633)

]

31-5-1639 – A viuva Ana Barbosa é chamada a prestar contas e fazer partilhas aos órfãos.

 

Domingos Barbosa presta contas dizendo que os órfãos viviam com a mãe, apresentou algumas quitações.

 

2-6-1639 – precatório do Juiz Amador Bueno ordenando que se dê ao curador dos órfãos e da viúva do defunto Antonio da Silva o dinheiro da venda da casa em Santos

 

Cumpra-se 14-7-1639 – Diogo Mendes de Estrada

 

15-7-1639 – citado Simão Fernandes, procurador de Manoel da Costa, arrematador da casa em Santos

 

17-7-1639 – Apareceu diante do Juiz Diogo Mendes de Estrada, Domingos Barbosa, curador dos órfãos seus sobrinhos que ficaram do defunto Antonio da Silva, apresentando a precatória, à qual Luiz da Silva também presente não punha dúvida, dizendo que a metade dos 70$000 pagos pela casa pertenciam aos órfãos filhos de seu irmão.

As casas ficavam entre as de Alonso Pelaes e Miguel Pires e tinham sido compradas por Manoel da Costa.

Luiz da Silva não poderia tê-las vendido, porque parte era dos órfãos.

Domingos Barbosa pagou a metade do valor a Antonio Correa, procurador de Manoel da Costa e Domingos Barbosa tomou posse da dita casa por seus tutelados.

 

3-2-1640 – Domingos Barbosa se apresenta para prestar contas.

 

Vista ao Promotor: O que falta cumprir

Vinte patacas a Braz Esteves, o velho (na quitação recebeu Pedro Leme, como herdeiro de seu irmão)

16 galinhas a Domingos Leitão, forasteiro (Em 1640 era falecido em Angola, era casado no Rio de Janeiro)

5 varas de raxeta à mulher que foi de Bento de Oliveira.

A seu irmão Luiz da Silva. 2$880

A Gaspar Machado, 6$000

Aos pobres de Santos, 3$000

 

1640: Ana Barbosa ainda era “dona viúva”.

 

10-3-165? – Domingos da Silva, filho do defunto Antonio da Silva e Ana Barbosa, apresenta requerimento dizendo que por morte do pai ficaram umas casas em Santos a ele e seu irmão Antonio da Silva.

Que o curador Domingos Barbosa alugou as casas, nunca lhes deu o dinheiro e vendeu as casas a Braz Cardoso morador em São Paulo, com licença do juiz Antonio Madureira de Moraes, e o curador gastou o dinheiro.

Que tudo cabia a ele e a seu irmão Antonio, que morreu solteiro e por isso cabia à sua mãe Ana Barbosa, ora casada segunda vez com Miguel Garcia Carrasco.

Apresentava seus papéis para que o juiz mandasse cobrar, visto ser o curador morto sem deixar as contas claras, mas deixou bastante fazenda para pagar.

Que Maria Maciel, a viúva não poderia fazer partilhas sem pagar o que lhe devia.

 

Pede traslados das escrituras das casas onde vive João Ribeiro na vila de Santos – 23-10-1667

 

Segue o traslado da Escritura lavrada na casa do Capitão Domingos Barbosa Calheiros aos 10-4-1652.

Vendedor: Domingos Barbosa,como curador de seus sobrinhos Domingos e Antonio e de sua irmã Ana Barbosa.

Origem : As casas foram herança de Antonio da Silva por falecimento de Antonio Gonçalves da Silva e de sua mulher Catarina de Andrade, moradores de Santos. Foram partilhadas entre Antonio e seu irmão Luiz da Silva, já defunto.

Localização: Rua direita que vai para S. Francisco à mão direita, parrtindo a leste com o beco que vai para o mar que se diz ser de Alonso Pelaes e a oeste com os herdeiros de Miguel Peres e Pedro de Ca(...) e que hoje pertencem ao Capitão João Gomes Villas Boas, pela parte do mar com as casas que foram de Luiz da Silva e que hoje são de Antonio Gomes Barbosa.

Comprador: Braz Cardoso

Valor: 40$000

 

Outra escritura de venda da mesma casa

Data: 2-4-1652

Vendedores: Braz Cardoso e sua mulher Antonia de Chaves

Comprador: João Ribeiro, morador em Santos

Valor: 40$000

 

Para vender as casas alegou Domingos Barbosa que estavam caindo e que seria melhor vender e comprar outra coisa em São Paulo.

 

Despacho:

Informe do estado em que estão as casas de que o curador trata João Rodrigues Preto e o Capitão Belchior de Borba que são pessoas que vão muitas vezes à vila de Santos e devem saber o estado delas . São Paulo// Moraes

 

1-4-1652 – Testemunhos de Belchior de Borba e João Rodrigues Preto

Disseram que as casas tinham caído e somente o chão se aproveitava.

Deu o juiz Antonio de Madureira Moraes permissão para que se vendesse os chãos.

 

17-3-1668 – Vista a Maria Maciel, viúva do curador Domingos Barbosa Calheiros.- Juiz dos órfãos Lourenço Castanho Taques.

 

24-3-1668- impugnação que faz Domingos da Silva ao juiz Lourenço Castanho por    este ser casado com parente dentro do terceiro grau de Maria Maciel, e portanto não poderia julgar causa em que Maria Maciel é parte.

Lourenço se deu por suspeito e mandou que Maria Maciel ou seu procurador louvassem em outro juiz sem suspeita.

 

Estevão Ribeiro foi notificado como procurador de Maria Maciel.

 

A causa foi passada para os juizes ordinários, mas tambem Francisco Dias Velho era suspeito por ser casado com parenta da dita viúva.

 

Rol dos nomeados pelas partes para julgar a causa:

Manoel da Fonseca Osório

Antonio da Cunha de Abreu (foi o escolhido, mas declinou por ser “homem decrépto e com muitos achaques e de presente andava indisposto)

Antonio Ribeiro

 

João Batista de Oliveira

Antonio de Siqueira e Mendonça (foi o 2º chamado – disse que não podia ser porque era parente por duas vias dos dois suplicantes)

Tomé Mendes

 

Chamou o juiz a Antonio de Azevedo, homem desimpedido.

 

Maria Maciel foi representada por José Nunes de Siqueira e Domingos da Silva por Francisco Correa de Oliveira.

 

Maria Maciel perdeu a causa e foi condenada a pagar 40$000 e seus ganhos a 8 % ao ano e foi condenada nas custas – 25-5-1668