PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

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SL 4º, 465, 3-3, Manoel Pacheco Gatto, com 31 anos em 1713, fº de outro de igual nome e Francisca da Costa, foi casado com Izabel Gonçalves da Silva, falecida em 1736 na Cotia, fª de Tomé Gonçalves Malio e de Francisca da Silva Teve (CO de SP) os 3 fos seguintes:

4-1 Sargento Mor Antonio Pacheco da Silva

4-2 Manoel

4-3 Thomé

 

Subsídios à Genealogia Paulistana

Regina Junqueira

 

A ASCENDÊNCIA MATERNA DO SARGENTO MOR ANTONIO PACHECO E SILVA

 

Francisca da Silva, filha de Gonçalo Lopes e Catarina da Silva, falecida com testamento e inventariada a partir de 23 de setembro de 1691, foi casada duas vezes:

Primeiro com Francisco Barbosa Rebello, filho de Thomé Rebello Carneiro e de Catharina Barbosa (SL. 9º, 64 Cap. 4), com inventario aberto aos 22-10-1685 (SAESP não publicados), do qual teve cinco filhos citados em seu testamento e inventário: 

 

1 Catarina Barbosa, casada com João Vidal de Siqueira, testamenteiro de sua sogra, e tutor dos cunhados (SL. 7º, 500, 2-5)

2 Pascoa Barbosa, em 1691 estava casada com Francisco Ferreira de Sá (SL. 1º, 103, 3-8)

3 Frei Urbano Barbosa, nascido por 1676 (SL. 1º, 103, 3-8)

4 Capitão Jacintho Barbosa Lopes, nascido por 1681, casado com Catarina de Campos (SL. 1º, 103, 3-8 )

5 Faustino Barbosa Lopes (SL. 1º, 103, 3-8)

 

Francisca casou em segundas com Tomé Gonçalves Malio (ou Malho) de quem teve a filha única:

6 Izabel Gonçalves da Silva,

 

No Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo existe o processo matrimonial com a dispensa de consangüinidade de 4º grau para que Manoel Pacheco Gatto e Izabel Gonçalves da Silva pudessem se casar, corrido em abril de 1716. Ouvidas as testemunhas, apurou-se que Manoel descendia de João Paes pois seu pai Manoel Pacheco Gatto era filho de Ana da Veiga e esta filha de João Paes.

Por sua vez Izabel era filha de Thomé Gonçalves Malio, este filho de Baltazar Gonçalves Malio, cuja mãe seria Maria Paes, irmã de João Paes

Na verdade, conforme inventários disponíveis neste site, o Capitão João Paes foi filho e não irmão de Maria Paes, irmão sim de Jeronima Fernandes, mulher de Baltazar Gonçalves Malio, ambos pais de outro Baltazar Gonçalves Malio.

 

Desta forma fica documentada a ascendência de Izabel Gonçalves da Silva, mãe do Sargento Mor Antonio Pacheco e Silva, tronco dos chamados “Pachecos de Itu”, conforme segue:

 

1- Izabel Gonçalves da Silva, nascida por 1685, com mais ou menos seis anos na abertura do inventário materno, casada com dispensa de consaguinidade com Manoel Pacheco Gatto. Izabel faleceu em 1736 na Cotia, com inventário do 1º Oficio, SAESP série não publicada.

2- Tomé Gonçalves Malio, ausente quando morreu sua mulher, cujo inventário foi aberto e conduzido pelos genros da falecida. No inventário de sua sogra Catarina da Silva, foi citado a comparecer em juízo para representar a filha, pois sua mulher já tinha falecido.

3- Francisca da Silva inventariada em 1691 por seus genros, teve de seu segundo marido uma única filha, Izabel, citada em seu testamento e arrolada em seu inventário.

4- Baltazar Gonçalves Malio, nascido por 1621. Em 1659 declarou ter 38 anos (inventário de Rafael Dias Roldão, SAESP Vol 6º neste site). Casou com mais ou menos 22 anos na Sé de São Paulo em Janeiro de 1643 com Domingas de Abreu (1º lv de casamentos).

5- Domingas de Abreu, na dúvida porque a dispensa matrimonial não nomeia a mãe de Tomé. Foi primeiro casada com Antonio da Silveira. Aos 25-5-1643, Baltazar Gonçalves Malio, casado com a viúva de Antonio da Silveira, pede para que se fizer partilhas entre sua mulher e o filho desta, declarando que ela não queria mais ser tutora por estar novamente casada. (SAESP 11º neste site).

Seu segundo casamento com Baltazar Gonçalves Malio durou mais de 40 anos, pois até circa 1690 batizavam juntos netos em Santo Amaro, conforme se vê no primeiro livro de batizados dessa freguesia.

Pela cronologia estimada, Tomé nasceu durante a vigência deste casamento e, caso não seja filho de Domingas, seria bastardo.

 

6- Gonçalo Lopes

7- Catarina da Silva (SAESP vol 23º, com subsídios sobre o casal e sua família, neste site)

8- Baltazar Gonçalves, o moço, ou Malhador, ou ainda Mallo e Malho, conforme se lê no inventário de seu genro Rafael Dias, SAESP vol 6º, neste site. Nasceu por 1573 e viveu por quase 90 anos. Foi morador de Santo Amaro onde tinha sítio vizinho de Cornélio de Arzão e próximo à fabrica de ferro de Santo Amaro. (Teria seu apelido derivado da profissão de forjador, malhador de ferro?) Foi irmão de Braz Gonçalves o moço, este filho de Braz Gonçalves, tronco do apelido na Genealogia Paulistana de Silva Leme Em 1603 estava no sertão com seu irmão Braz e um tio também chamado Baltazar Gonçalves. (inventário de Braz SAESP 26º, neste site). Em 5 de janeiro de 1630 (testamento de sua mulher) estava no sertão em companhia de Manoel Preto. Aos 29-8-1633 assinou em “cruz” no inventário de Jerônima – Baltazar + Gonçalves Malio.

9- Jeronima Fernandes (Inventário SAESP vol 23º com subsídios neste site)

10- Pedro Domingues, falecido com testamento que recebeu o “cumpra-se” aos 14 –11-1633. (SAESP vol 9º neste site)

11- Madalena Fernandes, irmã de Estevão Fernandes que por ela assinou no inventário de Pedro Domingues e tia de Pascoal Dias Rodrigues. Em junho de 1642, depondo no pedido de emancipação de Manoel Domingues, filho de Madalena, Estevão declarou ter mais de 50 anos, nascido portanto por 1590. Na mesma ocasião, Rafael de Oliveira, o velho, e Antonio Martins (cunhado de Manoel), declararam serem parentes do justificando. Madalena morava em Uruaí, reduto dos descendentes de João Ramalho.

12/13- Pedro Lopes Pelicão e sua mulher Francisca Gonçalves (BOGOCIOVAS, Marcelo Meira Amaral, Arvore de Costado de Nereu Ramos, Revista ASBRAP 2º)

14/15- Cosme da Silva e sua mulher Isabel Gonçalves (inventário de Catarina da Silva)

16- Braz Gonçalves (SL 1º, 22, Cap 4º) foi casado com Margarida Fernandes, filha de Fernão Álvares e Margarida Marques, mas não há documentação para garantir que Baltazar Gonçalves Malho seja filho de Margarida.

18- André Fernandes

19- Maria Paes (inventário em SAESP vol 4º. neste site)

 

 

FRANCISCA DA SILVA

Inventario e testamento

 

Ano: 1691

SAESP, não publicados

Consultado e resumido por Regina Junqueira no Centro de História da Família da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Estaca São Paulo

 

Inventário: Abertura

Local: São Paulo

Data: 5-10-1691

Declarante: João Vidal, testamenteiro

 

Testamento

Data: 23-9-16(90?)

 

- Abertura e citações pias

- pediu para ser sepultada na Igreja de São Francisco da Vila de São Paulo, envolta do habito da mesma religião.

- “Peço e rogo a meu genro João Vidal de Siqueira e a Francisco de Sá” que sejam seus testamenteiros.

- Deixou missas para o anjo de sua guarda, outras invocações e ”pela alma do defunto meu marido Francisco Barbosa”.

A seguir:

Declaro que fui casada em face da Igreja com o defunto Francisco Barbosa” e nomeia os filhos deste casamento:

Catarina Barbosa

Páscoa Barbosa

Urbano Barbosa

Jacinto Barbosa

Faustino Barbosa

“(ilegível) meu marido Thomé Gonçalves Mallio (ilegível) uma filha por nome Isabel, os quais todos são meus herdeiros”.

-Declara um lanço de casas “nesta vila” e os “negros” que possuia.

Por ela assinou Antonio de Lima, a rogo, aos 23-9-16(90?)

 

CUMPRA-SE: 22-3-1691

 

Seguem recibos relativos ao cumprimento das disposições testamentárias assinados por João Vidal e Francisco Frª, como testamenteiros da defunta Francisca da Silva.

 

Filhos do primeiro matrimonio

1- Catarina Barbosa casada com João Vidal

2- Páscoa Barbosa, casada com Francisco Frª

3- Urbano Barbosa, 14 anos

4- Jacinto Barbosa, 10 anos

5- Faustino Barbosa, (?) anos

Todos pouco mais ou menos

 

Do segundo matrimonio

6- Izabel de 6 anos

 

Curador dos órfãos: João Vidal

 

Seguem as avaliações, tomada e pagamentos de dinheiro a ganhos e quitações como a seguinte:

 

Quitação que dá João Vidal de Siqueira ao Capitão Francisco de Camargo Santamaria como procurador de seu cunhado Faustino Barbosa Lopes”.

 

Há um processo para recebimento da legítima do Frei Urbano Barbosa

 

Ao fim há uma petição do Capitão Mor Jacinto Barbosa Lopez para comprovação de sua filiação e a de sua mãe onde depõem várias pessoas, declarando o mesmo que Manoel Vilella:

 

Manoel Vilella, mercador, 60 anos, sabe que o Capitão Mor Jacinto Barbosa Lopez é filho legitimo do Capitão Francisco Barbosa Rebello e Francisca da Silva, esta filha legítima de Gonçalo Lopes e Catarina as Silva.

 

Obs: O inventário de Francisco Barbosa Rabello está no SAESP, Ordem 495, Cx 18, Doc 13, série não publicados.

Foi aberto aos 22-10-1685 e nele consta o seguinte recibo:

“Recebi do Captam Gonsalo Lopes que pagou por seu genro Francisco Barbosa...”