PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

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Cap 2º - Manoel José de Moraes

(atualizado em 15-novembro-2016)

 

SL 7, 76, 7-1 Capitão Manoel José de Moraes, falecido em avançada idade em 1867, foi morador em Itapecerica, e casado com sua prima Anna Rosa de Moraes n.º 7-3 de 6-4 retro. Teve pelo seu inventário (C. P. de S. Paulo) 6 f.ºs:

 

 

Regina Moraes Junqueira

 

 

Manoel José, filho do Capitão Anastácio de Moraes Camargo e sua mulher Ana Maria Teixeira, nasceu em Santo Amaro aos 15-06-1788.

Matriz de Santo Amaro – Batismos- Aos quinze dias do mes de Junho de mil setecentos e oitenta e oito anno nesta Igreja Matriz de Santo Amaro batizei e puz os Santos Oleos a Manoel filho de Anastacio de Moraes Camargo e sua mulher Anna Maria Teicheira foram Padrinhos Manoel Jose Machado e sua mulher Anna de Morais todos desta Freguesia. Do que fiz este assento. O Vigario Reginaldo Anto Sos Reys

Com 19 anos quando morreu o pai, Manoel recebeu sua legitima em tropas, como convinha a um filho de tropeiro. Depois de casada a irmã com seu primo Fernando Antonio, ele mesmo pediu dispensa para se casar com Ana Rosa de Moraes, irmã inteira de Fernando Antonio, alguns anos mais velha que ele; família Clemente Alvares Cp. 7º § 6º. Como dote, Ana Rosa aportaria mais uns 400$000 em bens, ficando o casal com razoável conforto econômico e financeiro.

Obtida a dispensa de consanguinidade, Manoel José e Ana Rosa casaram na Sé de São Paulo aos 18-01-1810, ele com 21 anos de idade e ela com 27.

Dispensas Matrimoniais ano 1810  ACMSP 8-38-3921

Autos de Dispensa a favor do Alferes Manoel José de Moraes e D. Roza de Moraes – 17-02-1810

Ele filho do falecido Capam Anastacio de Moraes Camargo e D. Anna Maria Teixeira, ela filha do Tenente Manoel José Machado e D. Anna de Moraes.

Dizem os Oradores o Alferes Manoel Jose de Moraes e D. Anna Roza de Moraes naturais e moradores da Fregª de Santo Amaro deste Bispado que eles supptes se achão justos e contractados pª se cazarem mas não podem conseguir esta sua pretensão sem serem primeiramente dispensados do 2º grau de consanguinidade na linha lateral em que estão ligados

Que o falecido Capam Anastacio de Moraes Camargo de quem he fº o Orador era legitimo Irmão germano de Anna de Moraes May da Oradora

Que os oradores descendem das principais familias daquele Frgª de Santo Amaro e em atenção (  )za do lugar e pequena população d’elle não há pessoas suficiente e da igualdade da Oradora com quem ela possa se casar a exepção do Orador.

A oradora já tem 23 para 24 anos e ainda não encontrou ninguém para casar a fim de evitar “as misérias do mundo”.

Testemunhas confirmam as afirmações. Entre elas:

Fernando Antonio de Moraes, casado, 27 anos, “irmão da oradora e por isso irmão e cunhado do orador”

Em depoimento, o orador disse ter 21 anos, confirmou as alegações, disse que recebeu 558$000 em tropas e que o pai da oradora prometeu dar em bens 400$000.

Receberam varias penitencias inclusive servir a Igreja Matriz em tudo o que o pároco mandasse por 3 meses. Alegaram pressa, pediram e conseguiram a comutação.das penitencias em pena pecuniária.

Em novo depoimento, o Orador diz que “vive de suas lavouras e tropas”

Fl 21 – Estam cazados com fiança de banhos o Alferes Manoel Jose de Moraes e D. Anna Roza de Moraes ....

Apresentaram as certidões de batismo

Livro Competente - Fl 176 Aos 30-01-1783, Anna filha de Manoel José Maxado e Anna de Moraes. Padrinhos: Anastacio de Moraes Camargo cazado e Anna Maria de Oliveira solteira.

 

Matriz de Santo Amaro – Casamentos- Aos 18-01-1810, Manoel Jose de Moraes e Anna Rosa de Moraes – Ele filho do Capitam Anastácio de Moraes Camargo desta freguesia e Anna Maria Teixeira de Parnahiba, Np de Fernando de Figueiró e Izabel de Moraes de SP, nm de Antonio Castanho da Silva e Rosa Maria Teixeira de Parnahiba. Ela filha de Manoel Jose Machado e Anna de Moraes, Np de Jose Álvares Tenório e Catharina Pinta Maxada desta, nm dos mesmos paternos do contraente. Segundo Grau de consangüinidade. Casaram na Sé de SP, assento copiado da certidão que apresentaram. Testemunhas: Alferes Manoel Joaquim de Moraes solteiro e Manoel Vieira de Brito casado

 

Quando casou Manoel José já servia no posto de alferes da Guarda Nacional, batalhão de Santo Amaro. Rapidamente alcançou outras patentes.

Em 1822, recebeu ordens para saudar o Príncipe D Pedro no caminho do Cubatão, por onde Sua Alteza chegaria a São Paulo. Capitão Moraes saiu de Santo Amaro marchando com seu batalhão na madrugada do dia 6 de setembro, e encontrou com a comitiva do príncipe nos altos do Ipiranga no dia seguinte. A tempo de presenciar o célebre episódio da declaração da independência. Aí mesmo, desde a primeira hora, jurou fidelidade ao seu imperador. Muito se orgulhava do juramento, que fez questão de honrar por toda a vida. Idoso, recordava com frequência o episódio, nos serões em Santo Amaro, e, segundo sua filha Emilia, os olhos azuis marejavam quando falava de D. Pedro I.

Manoel José vivia “de suas tropas e de suas lavouras”. Nas terras que possuía, além de feno e grãos para a recuperação e engorda das mulas e burros, plantava gêneros de subsistência e criava algum gado, não só para o grupo familiar mas também para os tropeiros, camaradas e subordinados. O excedente era vendido. Os muares eram negociados na feira de Sorocaba, onde se comercializava também grãos e farinha, nas chamadas “tropas cheias”. É que não raro as mesmas pessoas que compravam os animais, também buscavam alimentos, de forma que era proveitoso para ambas as partes a compra e venda de mulas já carregadas com grãos, farinhas e carne seca.

Em sua vida publica, enquanto vereador e juiz de Itapecerica ou de Santo Amaro, onde foi nomeado o primeiro prefeito em 1835, Capitão Moraes muito insistiu na melhoria das comunicações entre a sede da então vila, depois município e seus bairros, principalmente Itapecerica. Preocupava-se com a construção e manutenção das pontes, abertura e limpeza dos caminhos.

Lutou também para que serviços públicos como os cartórios e juizados fossem descentralizados, evitando que habitantes dos bairros distantes tivessem que se deslocar em viagens demoradas e perigosas, conforme se lê nas Atas de Santo Amaro.

Preocupava-se muito com a educação das crianças. Ele próprio, nascido e criado em Pirapora, muito distante de Santo Amaro e mais ainda de São Paulo, não teve oportunidade de se educar apropriadamente, por falta de escola, professores e estímulo. Aprendeu a ler e a escrever com professor particular, o mesmo acontecendo com os filhos machos que teve. O que sabia, e não era pouco, aprendeu por si. Não tinha boa letra e era-lhe penoso escrever textos mais longos.

Dar acesso à educação para todos, melhorar a qualidade do ensino, contratar professores, mesmo que às próprias custas, criar e cuidar das escolas nas vilas e aldeias isoladas, foi prioridade para o Capitão. Em Santo Amaro muito apoiou o primeiro mestre escola, Francisco Antonio das Chagas, homem culto e preparado, a quem o Capitão admirava. Chegou mesmo a apadrinhar um filho do professor:

Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 25-04-1836 nesta Matriz de Santo Amaro baptizei e puz os Santos Oleos a Paulo, de dez dias, filho de Francisco Antonio das Chagas e sua mulher Dona Maria Angelica de Moraes; foi padrinho o Capitão Manoel José de Moraes cazado, todos desta Vila. O Vgrº Anto Benedº da Assm

Esse menino, Paulo Emilio Salles, viria a ser Paulo Eiró, o poeta de Santo Amaro. Familia Nunes de Pontes, Cap1º, § 12º.

 

Maria Aparecida Weber em seu livro “Campo Belo – monografia de um bairro”, SP, Estação Liberdade, 2006, muito bem descreveu a atuação do Capitão Moraes na vida publica, com base nos originais das atas santamarenses por ela consultados. Nós tivemos acesso apenas a parte das transcrições publicadas na Revista do Arquivo Municipal.

Capitão Moraes como era conhecido por todos, possuía muitas terras, sítios e fazendas. A morada da família ficava na fazenda de Mboymirim, onde hoje é o populoso bairro Jardim Angela e inúmeros outros. Pouco mais ao sul vinham as terras da Fazenda da Ilha, propriedade imensa no testemunho de pessoas que a conheceram, muito antes de existir o município de Embu Guaçu. Na verdade, segundo os mesmos testemunhos, o atual centro da cidade era o alojamento e armazém de abastecimento dos tropeiros a serviço do capitão e seu grupo de parentes e amigos. Em Itapecerica possuía uma chácara com casa em frente à Matriz. Outra em Santo Amaro, onde pernoitava quando compromissos sociais ou as funções de vereador, prefeito, juiz exigiam presença mais prolongada.

 

A ligação entre o centro de Santo Amaro e Itapecerica se fazia por três caminhos. O caminho de Mboymirim, atravessando o rio Pinheiros pela ponte do Socorro, outro caminho pelos campos partindo da ponte que existiu no lugar da atual João Dias (estrada de Itapecerica), e o caminho de Mboy, margeando o Rio Pirajussara, grosso modo ao lado da atual Av. Francisco Morato. Capitão Moraes usava os três, dependendo do objetivo. O primeiro levava direto à casa da família, o segundo acessava mais rapidamente o centro de Itapecerica, e o terceiro...

Bem, o terceiro era usado com frequência pelos habitantes de Cotia e arredores, chegando às nascentes do Rio Pirajussara, entre Embu e Itapecerica. Às margens desse rio havia um sitio que pertenceu ao sargento mor de Cotia, onde o capitão se hospedava. E no sitio a filha do sargento mor. Moça jovem, casada e mãe de dois filhos. Ficando ela viúva, o próprio Capitão se habilitou a tutelar as crianças, embora nesse tempo ela tivesse tios, cunhado, primos e mais parentes morando na mesma fazenda ou nas vizinhanças. Como se sabe, tutor não pode morar distante dos tutelados, e o capitão foi um tutor muito presente. Tão presente que quando a viúva faleceu em 1860, os “tutelados” já eram oito!

E a todos o Capitão tratava com especial carinho.

Enquanto isso, a vida seguia na fazenda de Mboymirim, onde D. Ana Rosa de Moraes faleceu aos 30-12-1859.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica - À Margem D. Anna Roza de Moraes casada com o Capitão Mel Joze de Moraes -  Aos 30-12-1859 no Bairro de Boimirim com sacramento de penitencia e extrema unção de moléstia do peito casada com o Capitão Manoel Jose de Moraes, seu corpo no habito carmelitano foi sepultado no semiterio desta Matriz de Itapecerica e a alma encomendada solemnemente.

 

Maria Clara Pedrosa, este o nome da viuvinha, faleceu nove meses depois, aos 18-09-1860 e foi sepultada na capela de Mboy, atual Embu das Artes.

Matriz de Santo Amaro – Óbitos - Aos dezoito de Setembro de mil oitocentos e sessenta falleceu Dona Maria Clara Pedrosa de quarenta e seis annos natural de Santa Ifigênia, viúva por óbito do Alferes Antonio de Camargo e Oliveira, deixou filhos i---- testamento, seu corpo envolto em habito conduzido em Caixão foi sepultado na Capella de Boygi e sua alma solenemente encomendada.

O Vigro Jesuino Antonio de Araujo

 

Ela deixou testamento redigido de próprio punho, indicio de que teve educação formal continuada. Favoreceu com sua terça os filhos que teve com o tutor e “pai incógnito”, já que os dois mais velhos receberam a legitima paterna.

Maria Clara era filha do Sargento Mor Joaquim Pedroso de Oliveira e D. Ursula de Moraes, por esta neta de Vicente de Moraes Pires e Timotea de Oliveira. Ascendencia paterna detalhada na família “Nunes de Pontes”, Cap 1º, § 1º e a materna na família “Pinto Guedes” Cap. 2, § 3º.

Capitão Moraes viveu ainda alguns anos, período em providenciou o casamento de filhos de Maria Clara com pessoas da sua igualha, como por exemplo seus próprios netos, sempre pedindo (ou exigindo) dispensas sumárias e genéricas. Não podendo casar as caçulas por falta de idade mínima, e sentindo o peso da idade, escreveu um testamento de próprio punho aos 04-05-1865 beneficiando as meninas com cinco mil reis cada uma. Aos 02-04-1867 ditou outro testamento onde, Além de pouquíssimas recomendações quanto ao seu enterro e missas de praxe, claramente o objetivo do documento foi dotar e proteger as três menores. Deixou um dote de quatro contos de reis para cada uma, com várias clausulas de inalienabilidade e recomendou enfaticamente ao genro e testamenteiro “que muito particularmente e cuidadosamente vele pelo bem estar e felicidade das minhas trez afilhadas Emygdia, Maria e Benta legatárias neste testamento, protegendo as nas lutas da vida, provendo lhes bons casamentos e fazendo tudo que eu próprio por ellas faria na grande amizade que lhes tenho.

Nesse segundo testamento, Capitão Moraes declarou que “por ter má letra e me ser difícil escrever longamente pedi ao Doutor Clementino Falcão de Souza que este escrevesse por dictada minha...” Resumos dos inventários do capitão e de Dona Maria Clara neste site, em SAESP não publicados.

Em seguida, talvez temendo que suas determinações não fossem seguidas à risca, com muita pressa, Capitão Moraes contratou o casamento de Emília, que já contava 15 anos.

Um mês depois da cerimonia, faleceu o Capitão Manoel José de Moraes na fazenda de Mboy-mirim, em outubro de 1867. Segundo declaração na abertura do inventário, ele faleceu no dia 24. Segundo o termo de óbito, no dia 25.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica - Aos 25 de Outubro de mil oitocentos e secenta e sete no Bairro de Boimirim sem sacramentos por nam ---------- faleceu o Capitam Manoel Jose de Moraes de idade de oitenta e cinco anos casado com Anna Rosa de Moraes já falecida. Sepultado no cemitério desta Igreja.

 

Encontramos nos livros paroquiais de Santo Amaro, nove filhos do Capitão Manoel José de Moraes e Dona Ana Rosa de Moraes, dos quais três faleceram na infância, não foram citados no testamento do pai:

 

1 Manoel, batizado em 1811. Este Manoel provavelmente faleceu na menoridade e seu nome foi dado a um irmão muito mais moço, 7 abaixo,

09-05-1811 – Manoel de 8 dias – Alferes Manoel Jose de Moraes e Anna Roza de Moraes. Padrinhos: Tenente Manoel Jose machado e Dona Anna Maria Teixeira viúva.

2 Ana, batizada em 1813, também provavelmente falecida antes do nascimento de sua irmã homônima em 1817.

07-06-1813- Anna de 8 dias, filha do Alferes Manoel Jose de Moraes e Anna Roza de Moraes. Padrinhos: o Alferes Manoel Vieira de Brito e sua mulher Dona Izabel Maria de Moraes.

3 Benta Bernardina de Moraes, batizada em 1814 em Santo Amaro onde casou aos 10-08-1832 com Manoel Vieira de Moraes, filho de Manoel Vieira de Brito e Isabel de Moraes, família “Clemente Alvares” Cap.7º § 6º. Com a devida dispensa por serem primos irmãos. Manoel fora batizado em Santo Amaro aos 03-08-1806.

Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 03-11-1814, Benta de 10 dias filha do Alferes Manoel Jose de Moraes e Anna Roza de Moraes. Padrinhos: Zacarias Domingues Paes e sua mulher Maria Antonia de Moraes.

 

Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 03-08-1806, Manuel filho de Manuel Vieira de Brito e Izabel de Moraes. Padrinhos: Tenente Manuel Jose Machado e sua mulher Anna de Moraes, todos desta.

 

Matriz de Santo Amaro- casamentos – Aos 10-08-1832, as seis horas da tarde,  Manoel Vieira de Moraes filho do Alferes Manoel Vieira de Brito e Dona Izabel de Moraes, Np de Gaspar Nunes e Izabel Vieira, nm do Tenente Manoel Jose Maxado e Dona Anna de Moraes; com  Benta Bernardina de Moraes, filha do Capitam Manoel Jose de Moraes e Dona Anna Roza de Moraes, Np do Capitam Anastácio de Moraes e Dona Anna Maria Teixeira, pela materna dos mesmo avós do contraentes – 3º grau com 2º der consanguinidade. Testemunhas: Manoel José de Moraes e Joaquim Manoel de Moraes.

 

Dispensas Matrimoniais ano 1832 – ACMSP 10-29-6038

Dizem os humildes oradores Mel Vrª de Moraes e Bta Bernardina de Moraes da Fregª de S. Amaro querem se casar e não o podem fazer porque

- Os oradores são primos irmãos

- que a oradora é pobre, há muita falta de homens idôneos para cazar, que o orador tb é pobre mas muito capaz de sustentar a oradora.

- Que a oradora não foi raptada

Testemunha – O Capitão Manoel José de Moraes, casado, vive de suas lavouras, 41 anos, pai da oradora. Sabe que os oradores são primos irmãos mas que a dispensa é muito necessária pela pobreza e porque há falta de homens como o orador para casar.

Testemunha 2 – Reverendo Fidelis Jose de Moraes, 51 anos, vive de suas lavouras.tio dos oradores. Confirmou os itens

Testemunha 3 – Reverendo Padre Mestre Fidelis Alvares S-----naringa de Moraes, vive de seu honorário, 34 anos.

Nota: Obtêm a dispensa mas não esclarecem como são primos irmãos

 

Manoel e Benta foram moradores em Santo Amaro onde possuíram chácara na vila, além de sítios e fazendas em outras freguesias, herdadas dos pais de ambos. Dos filhos e genros do Capitão Moraes, Manoel foi o único a morar em Santo Amaro até a sua morte, e por isso mesmo foi o herdeiro politico do sogro, a quem substituiu quando a idade e por fim a morte afastou o Capitão Moraes dos cargos públicos. Como o tio e sogro, Manoel fez parte da governança da vila, na companhia de outros membros da família. Em 1865 foi eleito vereador juntamente com Francisco Pedroso de Camargo (sobrinho e genro de Maria Clara Pedroso), Américo Antonio de Moraes (filho de Izabel Maria de Moraes e Fernando Antonio) e outros parentes. 

 

Em seu sítio faleceu o Tenente Coronel Manoel Vieira de Moraes aos 27-09-1880.

Matriz de Santo Amaro – óbitos- Aos 27-09-1880 faleceu ( ---) Santo Amaro em seu sitio o Tenente Coronel Manoel Vieira de Moraes , 74 anos de idade.

 

Benta Bernardina viveu ainda muitos anos, sempre em Santo Amaro. Já em avançada idade, doou um terreno para a construção da Santa Casa, parte de um lote maior que possuía onde hoje (2012) se constrói a estação Adolfo Pinheiro do metrô. Nesse quarteirão havia uma casa de taipa de bom tamanho, que diziam ter sido sua última morada. A casa térrea, nos moldes das casas bandeirantistas, dava frente para a atual rua Antonio Bento e em seu grande terreno abrigava hortas e um pomar. Foi demolida em meados do século passado e o pomar derrubado nos anos 60 para abrigar anexos do Hospital Santa Marta.

Benta pode ver o lançamento da pedra fundamental da Santa Casa, no dia 01-01-1896. Faleceu no ano seguinte e foi sepultada no cemitério municipal.

Enterrada logo à frente da capela, sua sepultura nunca foi aberta, e ela nunca exumada. Em época mais recente foi cimentada. Por vezes, devotos de Bento do Portão, cujo tumulo fica ao lado, recorrem também à “Santa Bentinha” que é muito “milagreira”, segundo dizem.

Matriz de Santo Amaro – Obitos – Aos 03-02-1897 faleceu Benta Bernardina de Moraes com 82 annos viúva por óbito do Ten Cel Manoel Vieira de Moraes, sua alma foi encomendada.

 

Cemitério de Santo Amaro- registro de sepultamentos-  –nº de ordem  799 – Sepultura perpétua – falecida  Benta Bernardina de Moraes – viúva -80 anos - (viúva de ) Manoel Vieira de Moraes falecido – data do sepultamento 02-02-1897- causa mortis: marasmo senil.

 

Benta Bernardina e Manoel Vieira de Moraes tiveram q.d:

3-1 Ana Amélia de Moraes, batizada aos 26-10-1833 em Santo Amaro, onde casou em 1854 com seu tio paterno Fernando Vieira de Moraes, filho de Manoel Vieira de Brito e Izabel de Moraes, família “Clemente Alvares” Cap.7º § 6º. Fernando era viúvo de Maria das Dores tia materna de Ana Amelia, 8 abaixo.

Matriz de Santo Amaro – batismos – Aos 26-10-1833, Anna filha do Alferes Manoel Vieira de Moraes e sua mulher Dona Benta Bernardina de Moraes. Padrinhos Capitam Manoel Jose de Moraes e sua mulher Dona Ana Rosa de Moraes.

 

Matriz de Santo Amaro – casamentos – Aos 11-07-1854 – Tenente Fernando Vieira de Moraes e D. Anna Amelia de Moraes – dispensados de impedimento de segundo grau mixto de primeiro e no segundo mixto ao terceiro de consanguinidade e no primeiro mixto de segundo de afinidade licita, todos em linha transversais – ambos naturais de Santo Amaro, a contraente freguesa de Itapecerica – Testemunhas: Capitão Manoel Jose de Moraes e Joaquim Vieira de Moraes. O contraente viúvo por óbito de Dona Maria de Moraes, a oradora filha do Major Manoel Vieira de Moraes e Dona Benta Bernardina de Moraes.

 

Dispensas Matrimoniais ano 1854  ACMSP 11-74-7290

Fernando V de Moraes Anna A de Moraes

Diz Fernando Vieira de Moraes viúvo por óbito de Maria de Moraes (que para se casar com Ana Amelia de Moraes, filha de Manoel Vieira de Moraes) precisa obter licença de V. M. Imperial.

Manda S. M o Imperador pela Secretaria de Estado e Negócios da Justiça, conceder a licença pedida. Palácio do Rio de Janeiro 12-06-1854

Impedimento de segundo grau mixto ao primeiro de consanguinidade em linha transversal. Ele é pobre mas pode melhorar a vida dela, também pobre, e ela ajudaria na criação dos filhos dele.

Expedida a dispensa em 14-06-1854

 

          Fernando faleceu aos 07-10-1882 com inventario aberto pela viúva aos nove de fevereiro do ano seguinte. De seu primeiro casamento Fernando deixou geração descrita em 8:

Arquivo do ESP – Tribunal de Justiça – Inventário -1883

Inventariante: Ana Amelia de Moraes

09-02-1883, em casa do juiz dos órfãos sendo presente Manoel Francisco de Moraes procurador da viúva, que prestou juramento e as primeiras declarações.

Que o inventariado Capitam Fernando Vieira de Moraes era natural da Vila de Santo Amaro, filho do finado Manoel Vieira de Brito.

Que faleceu aos 07-10-1882, sem testamento

Que foi casado em primeiras núpcias com Dona Maria das Dores de Moraes, falecida há muitos anos, de cujo matrimonio ficaram:

Eva Vieira de Moraes cc Manoel Francisco de Moraes, moradores em Itapecerica

João Vieira de Moraes cc Miquelina Osorio de Moraes e Silva, falecida antes do inventariado; o viuvo vive na Cidade de Bragança.

Anna que faleceo com 3 anos depois de sua mãe e antes do inventariado

Por falecimento de sua mulher o inventariado casou em segundas com Dona Anna Amelia de Moraes moradora em Itapecerica.

Filhos do segundo matrimonio

Manoel Vieira de Moraes, solteiro 27 anos

Fernando Vieira de Moraes casado com Christina Klein

Maria Vieira de Moraes solteira 16 anos

Benta Vieira de Moraes, 12 anos, todos moradores na Villa de Itapecerica

Por falecimento da primeira mulher foi feito inventario e partilhas com os herdeiros.

Entre os bens: um sitio em Itapecerica, um terreno para os lados de S Lourenço, uma casa naquela vila, 18 escravos, naturais do Rio de Janeiro, Africa, São Paulo, Santo Amaro e Itapecerica.

Manoel Francisco de Moraes assume a tutela da órfã Benta

02-05-1883- Americo Vieira de Moraes, pede licença para se casar com a órfã Maria Vieira de Moraes, sua prima. Já tinha dispensa eclesiasstica

... no requerimento de meu sobrinho Americo Vieira de Moraes cumpre informar que é verdade que ele está contractado para casar com minha filha Maria Vieira de Moraes cujo consórcio é muito de minha vontade tanto que fui eu que propus porque julgo de toda vantagem para minha filha .  Manoel Francisco de Moraes assinou por D Ana Amelia de Moraes

          Fernando e Ana Amélia moraram em Santo Amaro e em Itapecerica. Segundo inventario de Fernando, foram filhos do casal:

3-1-1 Manoel Vieira de Moraes, nascido em Santo Amaro onde foi batizado aos 10-06-1855. Solteiro no inventario paterno.

Igreja Matriz de Santo Amaro – Aos 10-06-1855- Manoel de dez dias aqui nascido, filho do Tenente Fernando Vieira de Moraes e Dona Anna Amelia de Moraes, fregueses de Itapecerica. Padrinhos: Major Manoel Vieira de Moraes e sua mulher Benta Bernardina de Moraes.

3-1-2 Maria Vieira de Moraes, batizada em outubro 1864. Em maio de 1883, estava contratada para se casar com seu primo Américo Vieira de Moraes.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – Batismos– Aos  30-10-1864 – Maria – Capitão Fernando Vieira de Moraes e Anna Vieira de Moraes. Padrinhos: Major Manoel Vieira de Moraes e sua mulher Benta Maria de Moraes.

3-1-3 Benta Vieira de Moraes, batizada em 1870 em Itapecerica, onde casou aos 25-11-1893 com Julio Mathias de Camargo, filho de José Antonio Mathias e Francisca Emilia de Camargo. José Antonio Mathias foi vereador em Santo Amaro no período 1877/80.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – Batismos– Aos  24-07-1870 – Benta – Capitão Fernando Vieira de Moraes e Dª Anna Amelia de Moraes. Padrinhos: Tenente Americo Antonio de Moraes e sua irmã Izabel Brasilina de Moraes.

 

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – Casamentos– Aos  25-11-1893 – Julio Mathias de Camargo e Benta Vieira de Moraes – Ele filho de Jose Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – Batismos– Aos  Antonio  Mathias e Francisca Emilia de Camargo. Ela filha de Fernando Vieira de Moraes e Anna Amelia de Moraes. Testemunhas: João Batista – e Manoel Francisco de Moraes.

3-1-4 Fernando Vieira de Moraes Junior, casou em Itapecerica aos 28-08-1882 com Cristina Rosa Clem ou Clein, filha de José Clem e Maria Rosa (ou Roschel). O sobrenome Klein, de origem alemã, teve diferentes corruptelas como Clein, Clain, Claim, etc. Essa família veio para o Brasil na primeira leva de imigrantes alemães que foram alocados em terras devolutas e logo abandonaram a colônia e se integraram com a população local, absorvendo seus hábitos e, como se vê, mesclando sua descendência. Na familia do Capitão Anastácio, este foi o primeiro casamento com descendentes dos colonos alemães, mas muitos mais se seguiram.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – Casamentos– Aos 28-08-1882 dispensados dos proclamas e mais diligencias que devião preceder ao matrimonio, as sete horas da tarde na Sé de São Paulo se receberam em matrimonio  Fernando Vieira de Moraes Filho e Christina Rosa Clem , ele filho do Capitão Fernando Vieira de Moraes e Dona Anna Amelia de Moraes e ela filha de José Clem e Maria Rosa. Testemunhas: Antonio Tiersen, José Haminishel Foster e Antonio Domingues Cavalheiro.

Fernando e Cristina foram moradores em Itapecerica onde encontramos:

3-1-4-1 Emilia, batizada aos 17-12-1882 com onze dias de idade. Nasceu três meses depois do casamento dos pais, provável causa da dispensa de proclamas.

 Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – Batismos– Aos 17-12-1882 – Emilia de 11 dias filha de Fernando Vieira de Moraes Filho e Christina Rosa Cleim. Padrinhos: João Felix Machado e sua mulher Felizarda Vieira de Moraes. Estes de Santo Amaro e aqueles desta paroquia

3-1-4-2 Miquelina Vieira de Moraes casou em 1898 com seu tio materno Pedro Simão (ou José) Cleim.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – Casamentos– Aos 03-12-1898 – Pedro Simão Cleim e Miquelina Vieira de Moraes, ele filho de José Simão Clem e Maria de Jesus. Ela filha dos finados Fernando Vieira de Moraes e Christina Simão Clem. Testemunhas: Manoel Pires de Moraes e Antonio Bento de Camargo.

 

Dispensas Matrimoniais – ACMSP 10129

Querem casar Pedro Simão Clem filho de José Simão Clem e Maria de Jesus com Miquelina Vieira de Moraes filha de Fernando Vieira de Moraes e Christina Simão Clem falecidos.

O noivo é irmão da mãe da noiva. 2º grau mosto de 1º de consanguinidade.

25-11-1898 - O vigário atestou que os oradores eram pobres e não indigentes, que o casamento civil se realizaria no dia sete de dezembro e por ser o lugar “estreito” eles não encontrariam outras pessoas iguais para se casar.

3-1-4-3 Maria Vieira de Moraes casou em 1904 com Leopoldo Pires de Moraes.

25-08-1904 – Leopoldo Pires de Moraes e Maria Vieira de Moraes. Ele com 30 anos, filho de Antonio Domingues já falecido e Maria de Jesus. Ela com 15 anos filha de Fernando Vieira de Moraes e Christina Simão Clem ambos já falecidos. Padrinhos: Manoel Pires de Moraes e Manoel Francisco de Moraes.

3-1-4-4 Ana Vieira casou em 1907 com João Jacob, filho de Jacob Cremn e Maria Reimber.

20-04-1907 - João Jacob e Ana Vieira. Ele com 26 anos filho de Jacob Cremn e Maria Reimberger, ela com 16 anos filha de Fernando Vieira e Christina Clein. Testemunhas: Guilherme Cremn e Antonio Clein.

 

3-2 Antonio, filho de Manoel Vieira de Moraes e Benta Bernardina, batizado em 1835.

Matriz de Santo Amaro – batismos – Aos 01-11-1835 – Antonio filho do Alferes Manoel Vieira de Moraes e Dona Benta Bernardina de Moraes, Padrinhos: Antonio Manoel de Moraes e Dona Anna Justina de Moraes solteiros.

3-3 Izabel, batizada em 1850

Matriz de Santo Amaro – batismos – Aos 20-01-1850 – o Arcediago Fidelis Jose de Moraes baptizou e poz os Santosa Oleos a Izabel  de quarenta e (sete?) dias filha do Capitão Manoel Vieira de Moraes e Dona Benta Bernardina de Morais. Padrinhos Joaquim Thimoteo de Araujo e sua mulher Dona Fortunata Maria de Araujo estes da Se de São Paulo e aquelles desta.

 

4 Ana Justina de Moraes, filha do Capitão Manoel Jose e D. Ana Roza, batizada em 1817 em Santo Amaro, onde casou em 1836 com Jacinto Onorio de Locio e Silva, natural e morador em Bragança, viuvo de Mafalda Joaquina da Silva. Com geração em Bragança, descrita em SL 8º, 75, 5-9.

Matriz de Santo Amaro – Batismos- Aos 01-04-1817, Anna filha do Alferes Manoel Jose de Moraes e Anna Roza de Moraes. Padrinhos: Joaquim Manoel de Moraes casado no Rio Pardo e Dona Anna de Moraes viúva.

 

Matriz de Santo Amaro – Casamentos- Aos 26-05-1836 – Tenente Jacinto Onorio de Locio e Silva e Dona Anna Justina de Moraes - Ele natural e fregues da Vila de Bragança, viúvo por óbito de Dona Mafalda Joaquina da Silva. Ela filha do Capitam Manoel Jose de Moraes e Dona Anna Rosa de Moraes, np do Capitam Anastacio de Moraes e Dona Anna Texeira, nm do Tenente Manoel Jose Machado e Dona Anna de Moraes, esta da Cutia e os mais desta..Testemunhas: Francisco Antonio das Chagas e Joaquim Manoel de Moraes.

 

          Entre os nove filhos de Ana Justina de Jacinto Osorio listados por Silva Leme:

4-12 Miquelina Osoria de Moraes, falecida, foi casada com seu primo irmão João Vieira de Moraes f.º de Fernando Vieira de Moraes e de Maria de Moraes. V. 6.º pág. 343. Com geração.

 

5 Antonio Manoel de Moraes, batizado em 1819 em Santo Amaro. Casou em Itapecerica aos 10-09-1842 com Ana Maria de Moraes, natural de São Roque, filha de Joaquim Pereira Ribeiro, parentes em 3º grau de consanguinidade.

09-06-1819- Antonio de 8 dias filho o Capitam Manoel Jose de Moraes e Dona Anna Roza de Moraes. Padrinhos: Alferes Manoel Vieira de Brito e suamulher Dona Izabel de Moraes.

 

10-09-1842 - Antonio Manoel de Moraes e Anna Maria de Moraes . 3 grau de consangüinidade. Ele natural de Itapecerica, filho do Capitão Manoel José de Moraes. Ela natural de S Roque, filha de Joaquim Pereira Ribeiro. Testemunhas Sr Dor Vicente Pires de Moraes e o Ilustríssimo Senhor Cônego Fidelis Jose de Moraes..

          Antonio Manoel e Ana Maria foram moradores em Santana de Parnaiba. Por ocasião de seu falecimento, Ana Maria tinha apenas um filho maior de idade e por isso não se fez inventario de seus bens. O processo foi iniciado em 1885, muitos anos depois de sua morte, quando do falecimento de seu filho, deixando herdeiros menores.

Arq ESP - Série Tribunal de Justiça

Inventário – 1885

Inventariada – Ana Maria de Moraes

Inventariante – Antonio Manoel de Moraes

Juizo dos Orphams da Imperial Cidade de São Paulo

Diz Antonio José de Moraes (sic) lavrador residente no município de Parnahyba comarca da Capital que falecendo sua mulher D. Anna Maria de Moraes em tempo que existia um só herdeiro e este maior deixou de proceder ao inventario de seus bens por assim querer o seu unco herdeiro. Acontece que esse herdeiro seu filho único faleceu ultimamamte deixando filhos menores (e por isso se fez necessário proceder ao inventário, e visto que ele suplicante era homem velho, tinha 72 anos, e não pode sair de seu sitio, pediu para ser representado por um procurador) – 13 de jun 1885-

Procurador: João Batista de Moraes

Titulo dos Herdeiros

Antonio Manoel de Moraes, o viuvo inventariante

Herdeiro maior que ficou na época do óbito de Ana Maria de Moraes: Antonio Joaquim de Moraes casado com D. Bernardina de Moraes e Silva, cujo herdeiro morreu e deixou os herdeiros seguintes:

- A viúva D. Bernardina de Moraes e Silva

- Filhos: Ana, Antonio, Manoel e Maria (todos impuberes)

5-1 Antonio Joaquim de Moraes, casado com Bernardina de Moraes e Silva, moradores de Santana de Parnaiba. Tiveram quatro filhos, todos menores em 1885:

5-1-1 Ana

5-1-2 Antonio

5-1-3 Manoel

5-1-4 Maria

 

6 Rosa Emilia de Moraes, batizada em 1821. Casou aos 14-11-1837 com seu primo José Manoel Vieira de Moraes, irmão inteiro de Manoel Vieira de Moraes em 3 supra, família “Clemente Alvares” Cap.7º § 6º.

Igreja Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 18-01-1821; Roza de 12 dias, filha do Capitam Manoel Jose de Moraes e Dona Anna Roza de Moraes. Padrinhos o Alferes Francisco Rodrigues Cesar solteiro e Dona Manoel Angelica mulher do Capitam Bento Francisco de Mattos.

 

Matriz de Santo Amaro – casamentos- Jose Vieira de Moraes e Rosa Emilia de Moraes.

Aos catorze de Novembro de mil oitocentos e trinta e sete nesta Vila de Santo Amaro e caza particular do Capitão Prefeito Manoel Jose de Moraes com dispensa de todos os impedimentos e faculdades que sua Exelencia Reverendissima em presenza do Reverendo Candido Lucio de Almeida e das testemunhas Francisco Rodrigues Serzelhas e Manoel Vieira de Moraes se receberam por Marido e Mulher Jose Vieira de Moraes filho legitimo do Alferes Manoel Vieira de Brito e de Dona Izabel de Moraes com Dona Roza Emilia filha do Prefeito Manoel Jose de Moraes e de Dona Anna Roza de Moraes, naturaes todos desta vila e logo receberão bençoens na forma da Santa Igreja.

O Vigrº Antº Benedº da Assm

 

         Segundo pesquisas de Maria Aparecida Weber publicadas em seu livro “Campo Belo” já cit, Rosa recebeu de dote terras que seu pai havia comprado em leilão, abrangendo o que é hoje os bairros de Campo Belo, Brooklin, Jardim Aeroporto, na época uma imensa propriedade rural. Lá existia uma casa grande avarandada, onde o casal fixou moradia.

 

Moraram nesse local por uns 20 anos e depois a família inteira mudou para Piracicaba, onde já estavam estabelecidos 1859.

Em 1860, por falecimento de Maria Clara Pedrosa, Capitão Moraes declarou “ter mudado para Piracicaba o primeiro testamenteiro nomeado Jose Manoel Vieira de Moraes” e por isso o juiz não pode intimá-lo.

José Manoel seguiu morando com a família em Piracicaba até 1867, quando ele veio para São Paulo, provavelmente para acompanhar os últimos dias do Capitão Moraes. Na viagem ou ao chegar adoeceu, sobrevivendo ao sogro apenas algumas horas. José Manoel, que morreu na cidade de São Paulo, foi sepultado na carneira 22 do Cemitério da Consolação aos 26-10-1867, dia seguinte ao enterro do sogro.

Igreja Matriz de N Sra da Assunção de São Paulo - Obitos 1864 a 1871- Capitão Jose Manoel Vieira de Moraes – Aos 25-10-1867 nesta freguesia faleceo de depthisica pulmonar com cincoenta anos de idade com todos os Sacramentos o Capitão Jose Manoel Vieira de Moraes natural de Santo Amaro e freguês da Cidade da Constituição casado com Dona Rita Emilia de Moraes. Encomendado e foi sepultado no Cemiterio Publico.

O Cura Marcellino Ferreira Bruno

 

Livro de Registros do Cemitério Publico de São Paulo – (Atual cemitério da Consolação)

Fl 231 À margem - 5421 sepultado na carneira de n 22

Aos 26 dias de Otbr de 1867 - Foi sepultado no ---- Jose Manoel Vieira de Moraes conforme o atestado seguinte :  Atesto que faleceo  o Capitão Jose Manoel Vieira de Moraes de Apo --- pulmonar na idade de 50 anos. S Paulo 26 de Outubro de 1867. Sepultado no cemitério Publico de São Paulo.

 

Rosa Emilia seguiu morando em Piracicaba com os filhos, o mais velho já casado e lá morador, Segundo pesquisas da Professora Maria Aparecida Weber, Rosa faleceu em 1911 em Pirassununga em casa de seu outro filho, Dr Manoel Jacinto Vieira de Moraes. Tinha completado 90 anos em janeiro, faleceu em setembro.

Igreja de Bom Jesus dos Aflitos de Pirassununga – óbitos- Aos 14-09-1911 nesta Matriz de Pirassununga diocese de Campinas encomendei o cadáver de D. Roza Emilia de Moraes de oitenta e nove anos de idade viúva de José Manoel Vieira de Moraes filha legitima de Manoel José de Moraes e de D. Anna Roza de Moraes, a qual não recebeu os sacramentos por ter falecido inopinadamente.

 

José Manoel e Rosa Emilia tiveram, por ordem cronológica:

6-1 Ana, batizada em Santo Amaro aos 29-11-1838.

Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 29-11-1838, Anna de 22 dias, filha de Jose Manoel Vieira de Moraes e sua mulher Rosa Emidia de Moraes. PP o Cptam Manoel Jose de Moraes e sua mulher Dona Anna Rosa de Moraes.

 

6-2 Candido Vieira de Moraes batizado em 1841. Casou em 1865 em Itapecerica, com arranjos feitos pelo avô e sogro com Ana Augusta de Moraes Pedroso, uma das filhas de Maria Clara Pedroso e do Capitão Moraes, 12 abaixo. Alegando pressa, pediram dispensa de proclamas, evitando assim denuncias publicas de impedimento, já que tanto em Itapecerica quanto em Santo Amaro, a filiação de Ana Augusta era bem conhecida. Pelo sim pelo não, incluíram no pedido uma dispensa “genérica” para qualquer impedimento em grau dispensável que pudesse aparecer.

Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 15-01-1841 – Candido filho de Jose Manoel Vieira de Moraes e sua mulher Rosa Emilia de Moraes. PP Manoel Jose de Moraes e sua mulher Anna Rosa de Moraes.

 

Dispensas Matrimoniais ano 1865 – ACMSP 12 -18 -7.688

“Dizem Candido Vieira de Moraes e Anna Augusta de Moraes Pedroso nes e baptizados na Fª de Sto Amaro aqle fragues da Cide da Constituição, fº legmo do Capm Jose Manoel Vieira de Moraes e Rosa Emilia de Mor,esta freguesa de Itapecerica fª de pai incógnito e da finada Maria Clara Pedroso q’elles para se casarem estão justos e contratados e desejando serem se recebidos com toda brevide desejão q’V- lhes dispense nos Proclamas e mdiligencias e  em algum impedimento em grau dispensável que tanto se correm ...”

Pedem dispensa dos banhos e de algum impedimento que possa haver entre eles em grau dispensável. Com provisão para se casarem na Igreja de Itapecerica.

 

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica- Aos 17-01-1865 Candido Vieira de Moraes e Anna Augusta de Moraes Pedroso. Com provisão e dispensa. Ele filho de Jose Manoel Vieira de Moraes e Rosa Emidia de Moraes. Ela filha legitima (sic) de Maria Clara Pedroso. Testemunhas: Fernando Vieira de Moraes e Joaquim Honorato.

 

          Candido e Ana Augusta foram moradores em Piracicaba. Ele faleceu antes de sua mãe e deixou filhos.

 

6-3 José Emilio Vieira de Moraes, cujo batismo não encontramos em Santo Amaro, Itapecerica ou São Paulo, mas vem listado logo abaixo do irmão Candido no inventario do Capitão Moraes em 1868. Era então maior de vinte e um anos.

 

6-4 Amelia Vieira de Moraes, batizada em Santo Amaro aos 10-06-1843. Em 1868 na abertura do inventário do avô estava casada com Henrique Pedroso de Camargo, provavelmente o filho de Manoel de Camargo e Oliveira e Ana Joaquina Pedroso, família Nunes de Pontes, Cap 1º, § 1º.

Igreja Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 10-06-1843 nesta Matriz de Santo Amaro baptizei e puz os Santos Oleos a Amelia de cinco dias filha legitima de Jose Manoel de Vieira de Moraes e Dona Rosa Emilia de Moraes; padrinhos o Capitão Manoel Vieira de Moraes e sua mulher Dona Benta Bernardina de Moraes todos desta Villa.

6-5 Emilia, batizada em 1845.

Igreja Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 13-02-1845 nesta Matriz de Santo Amaro --- Emilia de mês e onze dias filha legitima de Jose Manoel Vieira de Moraes e de Dona Roza Emilia de Moraes. Padrinhos: Manoel Jose de Moraes filho e Anna de Moraes solteiros estes de Itapecerica e os mais desta Villa.

6-6 Manoel Jacinto Vieira de Moraes, batizado em 1851. Com oito anos quando mudou com a família para Piracicaba, ainda morava nessa cidade com a mãe e irmãos em 1858 quando da abertura do inventário do avô.

Igreja Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 05-10-1851- nesta Matriz de Santo Amaro baptizei e puz os Santos Oleos a Manoel, de mês filho do Capitão Jose Manoel  Vieira de Moraes e de sua mulher Dona Rosa Emilia de Moraes desta Villa; padrinhos Joaquim Vieira de Moraes e sua mulher Alexandrina Maria de Moraes fregueses de Sam Bernardo. O Vigario Jesuino Antonio de Araujo

 

          Em 1872 Manoel Jacinto entrou para a Academia de Direito de São Paulo, provavelmente instalado em uma das repúblicas como então faziam os estudantes, ou talvez em uma das pensões que começaram a aparecer por aqueles anos.  Mesmo quando a família residia em São Paulo, por falta de meios de transportes os estudantes se viam obrigados a se hospedar nos arredores da academia.

          Dr José Luiz de Almeida Nogueira nas “Tardições e Reminicências”, Tipografia A. Editoras, SP 1908, vol IV, fls 313, faz um retrato escrito de Manoel Jacinto:

“Paulista, filho de José Manoel Vieira de Moraes.

De estatura regular, moreno, olhos e cabelos pretos, quase imberbe.

Bom estudante, inteligente e aplicado.

Espírito casuístico e gracejador.”

          Depois de contar um ou dois dos “gracejos” de Manoel Jacinto, completou:

“O Dr Vieira de Moraes reside desde muitos anos em Pirassununga, onde é influente chefe politico e advogado muito conceituado.

Foi senador estadual na 2ª legislatura e deputado ao congresso nacional na legislatura de 1894-96”.

 

          Manoel Jacinto concluiu o curso de direito em 1876, juntamente com seu colega de classe Luiz Gonzaga da Silva Leme, de quem diz o autor das “Reminiscências:

“Tem-se entregado a curiosas escavações em secretarias, arquivos e cartórios, para reconstruir a genealogia das principais famílias paulistas. Sobre este assumpto tem o Dr Silva Leme dado à publicidade alguns livros interessantíssimos”.

 

          Mesmo tendo convivido diariamente com Manoel Jacinto durante quatro anos, Silva Leme na sua Genealogia Paulistana apenas diz que ele foi casado com Rita da Silveira, filha de Francisco Franco da Silveira, sem citar o nome da mãe dela. Nomeia apenas dois de seus filhos no volume 6º, 342, 8-1. E Manoel Jacinto é o único dos filhos de José Manoel Vieira de Moraes citado por Silva Leme.

          Concluído o curso, Dr. Manoel Jacinto Vieira de Moraes se estabeleceu em Pirassununga onde casou aos 07-06-1881 com Rita da Silveira Franco. Maria Aparecida Weber no livro “Campo Belo” já citado, lista quinze filhos do casal, nascidos entre 1882 e 1908, netos e bisnetos moradores no bairro de Campo Belo.

Igreja de Bom Jesus dos Aflitos de Pirassununga – casamentos- Aos 07-06-1881 nesta cidade por provisão da Vara sem constar impedimento ... in facie Eclesia receberão Matrimonio o doutor Manoel Jacintho de Moraes e Rita da Silveira Franco fregueses desta Parochia e filhos legítimos ele do finado Capitão José Manoel Vieira de Moraes, ella do tenente Francisco da Silveira Franco e no ato receberam as bênçãos.  Testemunhas: Francisco Eugenio do Amaral e Capitão Joaquim Manoel --- Antunes.

 

6-7 Brasilina, batizada em 1851

Igreja Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 09-01-1854- Brasilina, filha de Manoel Vieira de Moraes e Dona Rosa Emilia de Moraes – P Conego Fidelis Sigmaringa de Moraes fregues da Se e Maria solteira filha do finado Fernando Antonio de Moraes da freguesia de Itapecerica. Fl 65 im 65 (dia for a de ordem).

6-8 Jacintho Vieira de Moraes, batizado em Itapecerica em 1857. Em 1880 casou em Santana do Parnahiba com sua parente Ana Jacinta de Moraes, filha de Catarina Maria de Moraes e seu segundo marido Antonio Lucas. Com dispensa de consanguinidade resumida no Cap 1º. Ao se casar Jacinto já morava em Rio Claro e aí o casal batizou seus filhos.

Igreja N Sra dos Prazeres de Itapecerica – batismos - Aos 30-05-1857, Jacinto, filho do Capitão José (dobra) Vieira de Moraes e D Rosa Emilia de Moraes. Padrinhos: Capitão Manoel Jose de Moraes e sua mulher D Anna Rosa de Moraes.

6-9 Ricardo, cinco anos em 1868, segundo declaração do tio.

 

7 Manoel José de Moraes, filho do Capitão Manoel José de Moraes e Ana Rosa de Moraes, batizado em 1823. Solteiro por muitos anos, distinguia-se do pai pelo acréscimo de Junior ou Filho, que desapareceu depois de algum tempo da morte do Capitão.

Matriz de Santo Amaro – batsmos - Aos14-06-1823, Manoel, filho do Capitão Manoel Jose de Moraes e Dona Anna Rosa de Moraes. Padrinhos: eu (padre Antonio Bernardo de Affª) e toucou-se com a espada de N Sra das Dores.

 

Em 1875, quando já contava mais de 50 anos, Manoel casou com Amelia de Moraes Camargo, de 17 anos, filha de Joaquim Honorato de Camargo e Izabel Pires de Moraes, Cap 1º, 3-1-1. Por linha umbilical, Amélia era bisneta de Izabel Maria, tia paterna de Manoel.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – casamentos – Aos 06-10-1875, Manoel Jose de Moraes e Amelia de Moraes Camargo – com dispensa de proclamas e de 4º grau de consanguinidade duplicado mixto de segundo da linha lateral- Ele natural de Santo Amaro e freguês de Itapecerica, filho dos finados Manoel Jose de Moraes e Anna Roza de Moraes. Ela natural de Santa Efigenia e freguesa da Vila de Santo Amaro, filha de Joaquim Honorato de Camargo e Izabel Pires de Moraes. Testemunhas: Americo Antonio de Moraes e Major Manoel Vieira de Moraes.

 

Dispensas Matrimoniais ano 1875  ACMSP 12-69-8341

Dizem os pobres oradores Manoel Jose de Moraes freguês de Itapecerica e Amelia de Moraes Camargo freguesa de Santo Amaro constando suas filiações das certidões que estando justos e contactados para casarem não o podem fazer por obstar-lhes o impedimento de consanguinidade em 4º grau mixto de 2º em linha lateral para cuja dispensa recorrem a V. Exª .

Estão impedidos duas vezes no 4º grau e ambos mixtos de segundo de consanguinidade em linha lateral.

Livro 10 fl 99 batismos de Santa Ephigenia – 1858 – Amelia – filha de Joaquim Honorato de Camargo e Izabel Pires de Moraes. Padrinhos: Henrique Pedroso de Camargo solteiro e sua mãe Anna Joaquina Pedrozo.

Lv competente fl 91 (ou 911) Manoel, branco – Aos quatorze de mil oitocentos e vinte (sic) Manoel – f do Capitam Manoel Jose de Moraes e Dona Anna Rosa de Moraes. Padrinhos eu e tocou-se com a espada de N Sra das Dores.

Calculo das custas

Pg 83$08

Capm Mel ---

Pgmto 8$32

De casamto em casa

 

Entre seus filhos:

7-1 Izabel, batizada em 1880

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – batismos – Aos 11-11-1880 – Izabel, filha de Manoel Jose de Moraes e Amelia de Moraes Camargo. Padrinhos: Joaquim Honorato de Camargo e sua mulher Izabel Pires de Moraes.

 

8 Maria das Dores de Moraes, filha do Capitão Manoel José de Moraes e Ana Rosa de Moraes, foi batizada em 1825. Casou em 1845 com seu primo Fernando Vieira de Moraes, batizado em 1821, irmão inteiro de Manoel e José Manoel Vieira de Moraes, todos filhos de Manoel Vieira de Brito e Izabel de Moraes.

Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 19-12-1825 – Maria filha do Capitão Manoel Jose de Moraes e sua mulher Dona Anna Rosa de Moraes. Padrinhos: Tenente Joaquim Rodrigues Paes e sua mulher Dona Maria Joaquina de Moraes.

 

Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 28-02-1821- Fernando, filho do Alferes Manoel Vieira de Brito e Dona Izabel de Moraes. Padrinhos Alferes Fernando Antonio de Moraes e sua mulher Dona Izabel de Moraes.

 

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – casamentos – Aos 31-03-1845 – Fernando Vieira de Moraes e Maria das Dores de Moraes, com despensa de segundo grau mixto de terceiro de consangüinidade. Ele filho de Manoel Vieira de Brito falecido e Izabel Maria de Moraes. Ela filha do Capitão Manoel Jose de Moraes e de D. Anna Rosa de Moraes. Testemunhas: Padre Vicente Pires de Mattos e arcediago Fidelis José de Moraes

 

Maria das Dores faleceu antes de junho de 1854 porque nesse mês Fernando deu entrada ao pedido de dispensa para se casar em segundas com sua sobrinha Ana Amelia de Moraes 3-1. No inventário de seu pai, Maria das Dores foi representada por dois filhos, que viviam em Itapecerica:

          Fernando faleceu aos 07-10-1882 com inventario (resumo em 3-1 supra) aberto por sua segunda mulher aos nove de fevereiro do ano seguinte. Teve com Maria das Dores os filhos:

8-1 Eva Vieira de Moraes, batizada em 1848. Casou em 1868 com Manoel Francisco de Moraes, um dos filhos do “pai incógnito” e Maria Clara Pedrosa, 10 abaixo, aí a geração.

Matriz de Itapecerica – batismos- Aos 09-10-1848 – Eva, filha de Fernando Vieira de Moraes e Maria das Dores. Padrinhos: Cap Manoel Jose de Moraes e sua mulher D Anna Rosa de Moraes.

8-2 Ana, batizada em Santo Amaro em 1851. Faleceu com três anos de idade (inventario paterno).

8-3 João Vieira de Moraes, com 14 anos em 1868, teria nascido por 1753/4, e sua mãe falecido em seguida. Segundo Silva Leme João casou duas vezes. Primeiro com sua prima irmã Miquelina Ozorio de Moraes filha de Jacinto Ozorio de Locio e Silva e de Anna Justina de Moraes, 4 supra, com geração em Bragança.

          Segunda vez João casou com Emilia Funk, filha de Luiz Funk, alemão. Pais ao menos de:

8-3-1 Candido, batizado em Bragança em 1894

Matriz de Bragança Paulista - Batismos – Aos 06-06-1894, Candido, filho de João Vieira de Moraes e Emilia Funk Vieira. Padrinhos: Francisco de Paula e Silva e Francisca de Paula e Silva. À margem: Casou-se nesta parochia com Vicentina de Oliveira aos 25-09-1919.

 

9 Izabel, batizada em 1831, filha do Capitão Moraes e sua mulher D. Ana Rosa. Não compareceu nem foi representada no inventário dos pai, provavelmente falecida na infância.

Matriz de Santo Amaro – Batismos- Aos31-12-1731- Izabel, filha do Capitão Manoel Jose de Moraes e sua mulher Dona Ana Rosa de Moraes. Padrinhos Manoel Vieira de Moraes e Dona Benta Bernardina de Moraes filha do dito Capitão.

 

Capitão Manoel José de Moraes teve mais com D. Maria Clara Pedroso:

 

10 Manoel Francisco de Moraes. Em 1868, com processo sumário, pediu dispensa dos proclamas para se casar com Eva Vieira de Moraes, neta do Capitão Manoel José, filha de Fernando Vieira de Moraes e sua primeira mulher Maria das Dores, neste capitulo, 8. Sem proclamas, sem chance de sair impedimentos. Se bem que habilmente já incluíram o pedido dispensa de qualquer parentesco que “porventura possa haver entre eles”, repetindo a mesma formula adotada em 1865 no casamento de sua irmã Ana Augusta com Candido Vieira de Moraes, 6-2 acima. Casaram aos 30-09-1868 na privacidade da casa do Major Manoel Vieira de Moraes.

ACMSP – Dispensas Matrimoniais - Estante 12 –30 –7847  Ano 1868 Manoel Francisco de Moraes e Eva Vieira de Moraes, naturaes de Itapecerica, ela filha do Capitão Fernando Vieira de Moraes e da finada Maria das Dores, ela filho de pai incógnito e da finada Maria Clara Pedrosa. Querem se casar o mais rápido possível e por isso pedem para serem dispensados os proclamas e parentesco que por ventura possa haver entre eles em grau dispensável. E autorização para se casarem em oratório particular.

 

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – Casamentos - Aos 30-09-1868 – Manoel Francisco de Moraes e Eva Vieira de Moraes, em casa do Major Manoel Vieira de Moraes no distrito de Santo Amaro. Ela filha do Cap Fernando Vieira de Moraes e da finada Maria das Dores de Moraes. Ele filho da finada Maria Clara Pedrosa e pai incógnito.

 

Manoel Francisco e Eva moraram em Itapecerica, mas também em Santo Amaro onde ele foi eleito vereador para o período de 1877 a 80.

Foram pais ao menos de:

10-1 Benta, batizada em 1882

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – batismos – Aos 14-10-1882 – Benta – Manoel Francisco de Moraes e Eva Vieira de Moraes. Padrinhos: Fernando Vieira de Moraes filho casado e Benta Bernardina de Moraes, estes fregueses da Paroquia de Santo Amaro.

10-2 Carolina Vieira de Moraes, batizada em 1878, casou em 1903 com Manoel Mathias de Camargo, filho de José Antonio Mathias e Francisca Emilia de Moraes. Na ocasião já tinham uma filhinha.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica- Aos 08-04-1878, Carolina, filha de Manoel Francisco de Moraes e Eva Vieira de Moraes. Padrinhos: Fernando Vieira de Moraes solteiro filho de Fernando Vieira de Moraes e tocou-se a Coroa de Nossa Senhora dos Prazeres.

 

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica- Casamentos- Aos 18-07-1903- Manoel Mathias de Camargo e Carolina Vieira de Moraes – Ele com 27 anos, filho de José Antonio Mathias e Francisca Emilia de Camargo. Ela com 22 anos filha de Manoel Francisco de Moraes e Eva Vieira de Moraes. Já unidos civilmente e com uma filha de meses que haviam reconhecido por sua. Testemunhas: Manoel Pires de Moraes e Joaquim Mathias. 2º com 3º grau de linha colateral.

10-3 Candido Vieira de Moraes, casou em 1913 com Joaquina Maria de Andrade 

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica- Casamentos- Aos 15-07-1913 – Candido Vieira de Moraes, 34 anos, filho de Manuel Francisco de Moraes e Eva Vieira de Moraes; com Joaquina Maria de Andrade, 28 anos, filha de Amaro Dias de Oliveira e Ana Maria Domingues. Padrinhos: Antonio Manoel Pedroso de Castro e Ignacio Pires de Moraes. Ambos batizados e moradores nesta parochia de Itapecerica.

 

11 Rosa Emilia de Moraes Pedroso, casou duas vezes. Primeiro em 1865, com arranjos e dote providenciados pelo pai, com Francisco Pedroso de Camargo, filho de Manoel de Camargo e Oliveira e Ana Joaquina Pedroso, família Nunes de Pontes Cap 1º, § 1º. Primos irmãos porque suas mães eram irmãs, juntamente com a dispensa do parentesco pediram e conseguiram brevidade e dispensa de penitencias. Ao pé desse processo matrimonial, onde declaram o parentesco, está o de sua irmã com Candido Vieira de Moraes, já citados. Moradores em Itapecerica onde Francisco faleceu em 16-12-1874, com inventario aberto pela viúva aos 09-01-1875

Dispensa Matrimonial – ACMSP –12 -18 -7.688

 “Dizem os pobres oradores Francisco Pedroso de Camargo e Rosa Emilia de Moraes Pedroso, nat e Baptizados na Fregª de Santa Ephigenia e fregueses de Itapecerica aqle filho legitimo do finado Capitão Manoel de Camargo e Oliveira e Ana Joaquina Pedroso, esta fª de pai incógnito e da finada Maria Clara Pedroso q’ eles pª se casarem justos e contratados e o não podem fazer por obstar lhes o impedimto de 2º grau de consanguinide da linha lateral...”

 

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – Casamentos - 20-01-1865 Francisco Pedroso de Camargo e Rosa Emilia de Moraes Pedroso. Ele f de Manoel de Camargo Oliveira e Anna Joaquina Pedroso. Ela f da finada Maria Clara Pedroso e pai incógnito. 2 grau de consangüinidade em linha lateral Nota as mães eram irmãs.

 

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – óbitos- Aos 16-12-1874 faleceu o Alferes Francisco Pedroso de Camargo de inflamação do fígado, casado com Dona Rosa Emilia de Moraes Pedroso, 36 anos, sepultado na Capela de Boiy.

 

Arquivo do ESP- Tribunal de Justiça-

Auto de Inventario 1875 – Francisco Pedroso de Camargo

Inventariante Rosa Emilia de Moraes Pedroso

A viúva foi notificada aos 05-01-1875, (notificação expedida aos 29-12-1874) - prestou juramento aos 09-01 na Cidade de S Paulo.

Disse que seu finado marido era natural do distrito da Freguesia de Santa Efigenia, filho legitimo de Manoel de Camargo Oliveira e Anna Joaquina Pedrozo, já falecidos. Que faleceu em Itapecerica onde vivia aos 16-12-1784, sem testamento e ficaram os filhos seguintes:

1. Leopoldo Pedroso de Camargo- 9 anos

2. Cesario 7 anos

3 Adolpho, 4 anos

Assinou de próprio punho com boa letra

Tutor dos órfãos: Manoel Francisco de Moraes (também procurador “de sua irman Roza Emilia de Moraes Pedrozo” conforme a procuração necessária para isso).

Possuiam vários terrenos (chácaras) e 13 escravos

 

Rosa casou segunda vez em 1876 com Amaro Rodrigues Borba. Faleceu antes de 1890.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – Casamentos - 04-07-1876 – Amaro Rodrigues Borba e Rosa Emilia de Moraes – dispensados dos proclamas e mais diligencias – às quatro horas e quarenta minutos da tarde, na presença das testemunhas Ignacio Rodrigues Borba e Joaquim Marcelino Rodrigues – Ele filho de Joaquim Marcelino Rodrigues e Gertrudes Antonia de Jesus – Ela viúva do Alferes Francisco Pedroso de Camargo.

Rosa e Francisco tiveram:

11-1 Leopoldo Pedroso de Camargo com 9 anos no inventario do pai, batizado como Leopoldino em novembro de 1865.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – batismos- Aos 21-11-1865, Leopoldino, filho do Alferes Francisco Pedroso de Camargo e Roza Emilia de Moraes Pedroza. Padrinhos: Manoel Francisco de Moraes e sua irmã Emilia Francelina de Moraes

11-2 Cesario, com sete anos no inventario paterno.

11-3 Adolfo Augusto Pedroso de Camargo, 4 anos no inventario do pai, Casou em 1887 com Amália Maria do Carmo, filha de Gertrudes Maria das Dores.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – Casamentos- Aos 23-10-1890, Adolfo Augusto Pedroso de Camargo com Amalia Maria do Carmo. Testemunhas: Manoel Francisco de Moraes e João Batista Pereira. Ele filho do finado Alferes Francisco Pedroso de Camargo e da finada D. Rosa Emilia de Moraes Pedroso. Ela filha da finada Gertrudes Maria das Dores.

 

12 Ana Augusta de Moraes, batizada em Santo Amaro aos 03-06-1850. Casou com seu “meio sobrinho” Candido Vieira de Moraes, filho de José Manoel Vieira de Moraes e Rosa Emilia de Moraes, 6-2 acima. Moradores em Piracicaba onde deixaram geração.

Matriz de Santo Amaro BatismosAnna Aos tres de Junho de mil oitocentos e cincoenta anos nesta Matriz de Santo Amaro baptizei e puz os Santos Oleos a Anna de seis meses filha de D. Maria Clara viuva; padrinhos  Joaquim solteiro e sua mãe Dona Ana Joaquina Pedrosa viuva estes de Santa Iphigenia aquelas desta Villa . O Vigro Antonio Jesuino de Araujo.

13 Emilia Pedroso de Moraes, batizada em Santo Amaro aos 09-06-1851.

Matriz de Santo Amaro Batismos- Aos 09-06-1851 baptizei e puz os Santos Oleos a Emilia de mês, filha de D. Maria Clara Pedroza viúva; padrinhos Joaquim solteiro filho de João Nepomuceno e D. Joaquina Pedroza viúva aquelle de Itapecerica esta de Santa Ifigenia os mais desta Villa. O Vigro Jesuisno Antonio de Araujo.

 

Desde que perdeu a mãe Emilia passou a morar em casas do Capitão Moraes, juntamente com suas irmãs. Sendo já “grandinha” logo se acostumou a zelar pela casa e bens pessoais do pai, entre os quais as cartas que chegavam muitas vezes na ausência do dono da casa.

Ao chegar, Capitão Moraes costumava sentar junto à janela e ler a correspondência em voz alta. Ao pé dele, Emilia decorava as frases e em seguida tentava decifrar as letras que via no papel. Assim aprendeu a ler por si.

Quando o Capitão percebeu que a menina era capaz de ler, colocou um professor particular para que aprendesse mais e delegava a ela várias tarefas, como a contabilidade doméstica, seleção das cartas que recebia, pagamentos etc. Ficaram muito apegados e por isso o Capitão sempre procurava tê-la por perto. Entre outras tarefas, cabia a ela manter sempre em ordem o traje de gala do pai com suas comendas, prevenindo algum compromisso de ultima hora, como aconteceu mais de uma vez quando teve que ir ao Rio de Janeiro a chamado do imperador.

Um dia, contou ela a seus filhos e depois netos, chegou o Capitão na casa de Santo Amaro e mandou chamar as filhas. Apontando para as duas mais velhas disse que aprontassem os enxovais porque brevemente se casariam. E assim foi.

Emilia ficou apreensiva, era pouco mais moça que as irmãs. Tinha medo de se apartar da proteção do pai que a tratava com carinho, e casar com quem não conhecia. Ele a sossegou dizendo que ela só se casaria bem mais tarde, com moço à sua altura. Mas passado uns tempos ele chegou em casa e disse à filha que teria que se casar em questão de dias, porque ele queria ter certeza que ela estaria bem encaminhada na vida. Rapidamente providenciou os papéis.

Dispensas Matrimoniais ano 1867 - ACMSP 12-26-7791

José Pires de Albuquerque e Emilia de Moraes Pedroso

Antonio Francisco de Aguiar Barros .. Juiz de Orphãos e Ausentes.

Faço saber aos que o presente Alvara de Licença para casamento virem que havendo repesentado o Capitam Manoel Jose de Moraes ter contractado fazer casar sua tutelada Emilia filha da finada Maria Clara Pedrozo com Jose Pires de Albuquerque pessoa em que concorrem os precisos predicados, queria a necessária licença para poder effectuar este contracto. Achando justa sua representação em que também --- o Doutor Curador Geral dos Orphãos mandei expedir o presente Alvará... Dado nesta Imperial Cidade de São Paulo ... aos 20 de Setembro de 1867.

Alvará de licença pa o casamto da orphã Emilia fa da finada Maria Clara Pedrozo com José Pires de Albuquerquie, como acima se declara

Para Vme ver e assignar

À margem esquerda uma pequena conta.

Fim do documento

 

E assim Emilia se casou aos 21-09-1867 com José de Pires de Albuquerque, filho de Manoel Pires de Albuquerque e Rita Domingues, moradores na Fazenda Itararé vizinha da fazenda de Mboimirim, família Nunes de Pontes Cap 1º, § 7º. Recebeu de dote grande parte da Fazenda da Ilha, na margem direita do Rio Embu-Guaçu, abrangendo terras que atingiam Itanhaem. Recebeu também a casa do Capitão em Itapecerica que ficava em frente à Matriz, além de uma escrava de serviço e seu marido, algumas joias, roupas de seda e veludo, alfaias para a casa. Um mês depois perdia o pai.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – Casamentos -Aos vinte hum de setembro de mil oitocentos e secenta e sete  nesta Matris de Itapecerica feitas as diligencias de estilo e dispensados nos proclamas e mais diligencias que devião preceder ao matrimonio sem mais impedimento algum as duas horas da tarde sendo os contraentes fregueses desta Freguesia de Itapecerica em minha presença e na das testemunhas Francisco Pedroso de Camargo e Manoel Antonio de Moraes se receberão em matrimonio Jose Pires de Albuquerque e Emilia de Moraes Pedroso esta filha de pai incógnito e da finada Maria Clara Pedroso, aquele filho do finado Manoel Pires de Albuquerque e de Rita Domingues de Moraes e logo lhes dei as Bênçãos nupciaes prescritas pela Santa Igreja.

José era tropeiro como o Capitão Moraes e por isso se ausentava em longas viagens, no manuseio das tropas que vinham do sul e eram vendidas na feira de Sorocaba. Tambem negociava gado, comprado na região de Jaboticabal e revendido em São Paulo. O casal foi morar na casa sede do Sitio Itararé, na margem esquerda do rio, juntamente com a mãe dele, então já viúva.

Zeloso na educação dos filhos, contratou um professor particular, José Maria Tenório, que passou a morar na casa da familia. Além de cuidar da educação formal dos filhos varões, o professor também foi incumbido de alfabetizar as meninas, aí inclusa a pequena Guilhermina que tinha então 3 anos de idade.

José faleceu em sua casa aos 04-04-1883, com 44 anos. Embora no termo de óbito tenha constado que faleceu de “febre”, relato de sua mulher e filha apontam para um enfarto do miocardio, conforme entendimento do Dr José Elias de Moraes, seu neto.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – óbitos – Aos 04-04-1883 de febre no bairro de Itararé com todos os sacramentos faleceu José Pires de Albuquerque de quarenta e quatro anos de idade casado com Emilia de Moraes Pedrosa seu corpo envolto em lençol branco foi sepultado no cemitério desta Villa.

Viuva, Emilia assumiu a responsabilidade de criar os filhos, todos ainda menores quando perderam o pai. Formalmente foram tutelados pelo tio Manoel Francisco de Moraes. Achando impróprio que a irmã viúva moça e bonita hospedasse em sua casa um homem solteiro, Manoel despediu o professor e por isso os filhos de Emilia não puderam continuar os estudos, as filhas não passaram das primeiras letras.

Idosa, foi acompanhada pelo neto Dr José Elias de Moraes, que frequentemente ia a cavalo visitar a avó e cuidar de sua saúde. Porque a viajem era longa, Dr. José Elias costumava pernoitar na casa do sitio em Itararé. Nos serões, sozinhos junto do fogão a lenha, Emilia contava ao neto episódios de sua vida, das lembranças que tinha da mãe aos casos que presenciou com o pai, das suas ocupações em solteira e depois de casada, lembranças de sua sogra a quem ela queria muito bem, das mudanças que presenciou aos sobressaltos que sofreu com a abolição da escravatura, a proclamação da República, a substituição das tropas de mulas por veículos motorizados, a desapropriação de suas terras para as obras das represas, e muitos outros episódios. Por vezes era ela a pousar em Santo Amaro na casa da filha, e juntas recordavam passagens dos tempos idos. Sentia por não ter conseguido educar apropriadamente os filhos, mas se orgulhava do neto doutor e dos outros cursando faculdade ou ainda no colégio, todos alunos brilhantes.

Emilia contraiu câncer por volta de 1927, ao qual resistiu por mais de dois anos, e faleceu em sua casa aos 14-05-1929. Foi sepultada no cemitério de Itapecerica.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – óbitos – Aos 14-05-1929 no bairro de Itararé faleceu Emilia de Moraes Pedroso, brasileira, viúva por óbito de José Pires de Albuquerque com 80 annos de idade. Recebeu todos os sacramentos da Igreja Catholica. O seu corpo foi sepultado no cemitério de Itapecerica e sua alma foi recomendada

 

Filhos de José e Emilia, todos nascidos na Fazenda Itararé e batizados na Matriz de Itapecerica:

13-1 Inacio Pires de Moraes, batizado em 1868. Com 15 anos quando perdeu o pai assumiu a responsabilidade do negócio da família com o auxilio dos tios. Muito ausente por conta das atividades de tropeiro, permaneceu solteiro por mais tempo que seus irmãos e irmãs mais novos. Com a substituição das tropas por transportes mecanizados, Inacio passou a se dedicar às suas lavouras, e casou em 1906 com Maria das Dores, filha de Bento Eugenio Delfim e Etelvina Candida. Deixaram geração em Itapecerica.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – batismos – Aos dezoito de Outubro de mil oitocentos e sessenta e oito, nesta Matriz baptizei e puz os Santos óleos a Ignacio de oito dias filho legitimo de Jose Pires de Albuquerque e de Emilia Mª de Moraes; padrinhos Bento Pires de Albuquerque soltrº e sua mai Rita Domingues de Moraes viúva, todos desta.

O Vigrº Marcelino Jose Glz’’ Costa Ferrugem

 

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – casamentos – Aos 20-10-1906 – Inacio Piris, 37 anos, e Maria das Dores – ele filho de Jose Piris já falecido e Emilia Pedrosa; ela com 24 anos filha de Bento Eugenio Delfim e Etalvina Candida. Testemunhas: Major João Batista Pereira Zeller e José Elias.

 

13-2 Carolina Pires de Moraes, batizada em 1870, casou em 1887 com João Rodrigues de Andrade, de quem foi a segunda mulher. Com geração.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – batismos –Aos trinta de Julho de mil oitocentos e setenta baptizei e puz os Santos Oleos a Carolina de idade de quarenta e um dias filha de Jose Pires de Albuquerque e de Emilia de Moraes Pedrosa. Padrinhos Manoel Francisco de Moraes e sua mulher Eva Vieira de Moraes. Todos desta Freguesia.

O Vigrº Marcelino Jose Glz’’ Costa Ferrugem

 

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – casamentos – Aos 19-02-1887, João Roiz de Andrade e Carolina Pires de Moraes. Ele viúvo por óbito de Ana Joaquina de Lima. Ela filha do finado Jose Pires de Albuquerque e Emilia de Moraes Pedroso. Testemunhas: Manoel Francisco de Moraes e Jose Maria Delfim.

13-3 Maria, com 12 anos em 1884.

13-4 Fernando Pires de Moraes, batizado em 1874. Solteiro e sem filhos, faleceu em Santo Amaro em 1948. Foi sepultado no tumulo da família de sua irmã Guilhermina, de quem foi muito amigo e companheiro.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – batismos - Aos seis de Junho de mil oitocentos e setenta e quatro, baptizei e puz os Santos Oleos a Fernando de oito dias, filho de Jose Pires de Albuquerque e Emilia de Morais Pedrozo. Padrinhos Bento Pires de Albuquerque e Bento Pires de Albuquerque Junior estes solteiros de Santo Amaro os mais D’Itapecerica.

O Vigrº Marcelino Jose Glz’’ Costa Ferrugem

13-5 Guilhermina Pires de Moraes, batizada em 1876.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – batismos - Aos vinte e nove de Abril de mil oitocentos e setenta e seis nesta Matriz de Itapecerica baptizei e puz os Santos Oleos a Guilhermina de idade de vinte e cinco dias filha de Jose Pires de Albuquerque e de Emilia de Moraes Pedroso; padrinhos Bento Pires de Albuquerque, solteiro, e Gertrudes Maria da Conceição viúva de Bento Pires de Albuquerque, esta freguesa de Santo Amaro e o mais fregueses desta freguesia.

O Vigrº Marcelino José Glz’’ Costa Ferrugem

          Com 13 anos de idade seu tio e tutor contratou casamento com um parente morador na fazenda Morumbi. Para apresentar a moça ao pretendente foi tirada uma fotografia dela e da mãe. A menina porem quis conferir pessoalmente porque desconfiava que muita consanguinidade gerava filhos “bobos” e ela queria garantir a inteligência de sua prole. Levada à fazenda do “noivo” se recusou a casar com ele. Desanimado, o tio desistiu do acordo, mas garantiu que ela não casaria com mais ninguém. E assim ela seguiu solteira por mais 15 anos, vivendo em companhia de sua mãe. Nesse interim conheceu Youssef Ceilami que comercializava produtos importados da Inglaterra, no tradicional modo de mascate, levando a mercadoria de fazenda em fazenda. Com ligações em Londres, anotava pedidos, fazia encomendas na matriz e depois retornava para a entrega. Logo atraiu a atenção de Guilhermina, porque era esperto e inteligente e principalmente porque ela sabia que não havia parentesco entre eles. Ele era natural de Rashaia no Libano, onde sua família se dedicava à produção e comércio de azeite de oliva. No Brasil, adotou o nome de José Elias, já que Ceilami era pouco compreendido pelos locais.

          Guilhermina e José se casaram em Itapecerica aos 18-02-1905.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – casamentos –Aos 18-02-1905 nesta Matriz precedidas e feitas as diligencias de estylo sem impedimento que me conste na forma prescrita pelo Concilio de Trento em presença das testemunhas João Baptista e Elias Niculao (sic) casei in facie Eclesia a Jose Elias com Guilhermina de Moraes ele solteiro de vinte e nove anos de idade filho de Elias Sobion e Engani José; ella solteira de vinte e oito anos de idade filha de José Piris de Albuquerque e de Emilia de Moraes moradores nesta Parochia: ele é natural da Turquia e morador desta. Em fé do qual lavrei a presente certidão que assigno. O Vigario Pe Mathias A. Palomo

          Recém casados, foram morar na casa em frente à Matriz que pertencia à Emilia e antes dela ao Capitão Moraes. A casa simples, como todas do local, foi adaptada para a instalação de uma loja de tecidos, armarinhos e outros produtos que José importava e passou a vender em endereço fixo. Nessa casa nasceram os filhos do casal.

          O mais velho fez seus primeiros estudos na escola local, com aulas particulares de português, latim e matemática dadas pelo vigário que morava na casa ao lado. Por volta de 1920, para garantir primeiros estudos de melhor qualidade aos filhos, José e Guilhermina se mudaram para Santo Amaro, transferindo a loja e moradia para a atual Rua Cel Silva Araujo. Finalmente compraram um terreno de aproximadamente 10.000 m2, remanescente da chácara que foi do Major Manoel Vieira de Moraes e Benta Bernardina, entre as ruas Antonio Bento e Adolfo Pinheiro. Aí residiram pelo resto de suas vidas.

          José faleceu em 1943 e Guilhermina em 1968. Ambos foram sepultados no jazigo da família no Cemitério de Santo Amaro.

          Guilhermina e José tiveram quatro filhos:

 

13-5-1 José Elias de Moraes, nascido aos 24-09-1908 em Itapecerica onde foi batizado aos quatro do mês seguinte.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – batismos – Aos 04-10-1908 baptizei e puz os Santos Oleos a José nascido aos vinte e quatro de Setembro do corrente anno filho legitimo de José Elias e Guilhermina Pires de Moraes. Padrinhos: João Elias e Emilia Moraes. Todos desta Parochia. O Vigario Frei Domingos Segurado Agostiniano

 

José cresceu em Itapecerica onde fez seus primeiros estudos. Concluída a escola primária, foi para o Colégio Arquidiocesano na Av Tiradentes em São Paulo onde estudou até entrar na faculdade. A escolha do Colégio seguiu dois critérios: era um internato, condição necessária para um menino que morava em Itapecerica e não tinha transporte para ir e vir diariamente ao colégio público mais próximo; era católico, o que agradou o menino, já então extremamente religioso.

Naquela época o ensino público era tido como muito melhor que o particular e os alunos dos colégios estaduais não precisavam prestar vestibular para entrar nas faculdades, escolhiam o curso desejado e se matriculavam. Caso sobrassem vagas, eram oferecidas aos outros interessados, que então disputavam o lugar através de exames. No ano em que José concluiu o secundário, sobraram duas vagas no curso de medicina, uma das quais ele mereceu com nota dez. Muito inteligente e estudioso, cursou e terminou a faculdade sempre com notas máximas, para orgulho da mãe que tanto se preocupou em ter filhos inteligentes e preparados.

Diplomado, montou consultório de clinica geral em Santo Amaro, onde atendia todas as modalidades, exceto ginecologia e obstetrícia. E acudia doentes de Itapecerica e Embu-guaçu, os quais no começo visitava a cavalo ou em lombo de burro. Aliás desenvolveu especial simpatia por esse animal, que dizia ter um olhar doce, paciente e inteligente.

Foi em uma montaria desse tipo que prestou serviços na revolução de 32, levando e trazendo mensagens entre os batalhões do Vale do Paraíba.

Em seu consultório Dr. José Elias atendeu gerações de santamarenses. Após 50 anos de clinica, decidiu entregar seu registro, para se dedicar à irmã, então doente. Além de médico muito conceituado entre seus pares, Dr. José foi professor de biologia, psicologia, teologia e outras matérias na faculdade Sedes Sepientiae. Concluiu também o curso de Teologia no seminário do Ipiranga.

Solteiro, faleceu aos 30 de novembro de 2010 com 102 anos de idade. Não teve filhos mas como ele mesmo disse em discurso por ocasião de seus 100 anos “a quem Deus não deu filhos, o diabo deu sobrinhos...”

Seu corpo também foi sepultado no jazigo da família em Santo Amaro, assim como seus pais, irmãos e sobrinhos.

Além de muitas saudades, deixou um exemplo de integridade e honestidade a todos que o conheceram.

 

13-5-2 Maria José de Moraes, batizada em Itapecerica em 1911.

 Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – batismos – Aos 18-02-1911 baptizei solenemente a Maria nascida a dois do corrente filha de José Elias e Guilhermina Pires de Moraes Pedroso. Padrinhos Fernando Pires de Moraes e a Coroa de Nossa Senhora Representada por Emilia de Moraes Pedroso. O Vigrº Pe Tancredo Blotta

Estudou no internato N Sra de Sion, onde, a exemplo do irmão, também se formou com nota máxima, não só nas matérias formais, português, latim, francês, matemática, mas também em piano e bordado, ocupações próprias de moças de boas famílias. Além de ensinar e orientar os sobrinhos, Maria foi professora de letras clássica (grego e latim) no Sedes Sapietiae. Faleceu solteira, sepultada no mesmo jazigo de sua família em Santo Amaro.

 

13-5-3 Antonio de Moraes, nasceu no dia 06-12-1912 e foi batizado aos 15 do mesmo mês.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – batismos – Aos 15-12-1912 o Reverendo Antonio Maria do Carmo Pereira baptizou solenemente a Antonio, nascido aos seis de Dezembro do corrente anno filho legitimo de José Elias de Guilhermina Pires de Moraes. Padrinhos: José Rodrigues de Andrade e sua esposa Carolina Pires de Moraes Pedroso.

 

Médico psiquiatra, introdutor da terapia ocupacional em substituição aos eletro-choques no Instituto Pinel em São Paulo. Era tão estimado pelos internos que quando sofreu um enfarto e teve que ficar em repouso por algum tempo, os pacientes exigiram sair do Pinel para visita-lo, o que fizeram várias vezes, levando com orgulho singelos presentes feitos por eles mesmos nas oficinas que  Dr.  Antonio instalou no instituto.

O melhor tio que existiu neste mundo faleceu de enfarto durante o sono, aos 15-10-1958 em sua casa na Av Adolfo Pinheiro em Santo Amaro. Tinha 46 anos de idade.

 

13-5-4 Prof. Doutor Abrahão de Moraes, nasceu em Itapecerica da Serra aos 17-11-1917. Fez seus primeiros estudos no “grupo” de Santo Amaro, onde reuniu os colegas e fundou o primeiro time de futebol juvenil, que abandonou quando entrou no colégio Arquidiocesano em regime de internato. Por toda a vida continuou gostando desse esporte, mas como torcedor. Concluído precocemente os estudos secundários, Abrahão prestou exames para a Escola Politécnica, cursou dois anos e se transferiu para a recém-criada Escola de Filosofia Ciências e Letras onde se graduou em Física em 1938 com 21 anos de idade.

Físico e matemático de renome internacional, Professor Abrahão tinha uma capacidade única para resolver problemas considerados insolúveis por seus pares. Entre eles, solucionou o problema da reentrada de naves na atmosfera terrestre, em época muito anterior aos computadores, permitindo o lançamento de satélites tripulados, possibilitando a ida do homem a lua.

Sua biografia como físico, matemático, catedrático da USP, presidente do INPE em São José dos Campos, representante do Brasil na ONU, membro da Academia Brasileira de Ciências entre outras atividades, foi melhor detalhada pelo Professor Silvio Ferraz Mello e está disponível no site do Instituto de Astronômico e Geofísico, do qual ele foi diretor de 1955 a 1970, hoje Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP) http://www.astro.iag.usp.br/~dinamica/abrahao.html

Em reconhecimento a seus esforços para o desenvolvimento das ciências em geral e da Astronomia em particular, Professor Abrahão recebeu inúmeras homenagens em vida, como a Ordem do Mérito Aeronáutico do Brasil em grau de Brigadeiro, as “Palmes Académiques Françaises” o diploma da National Science Foundation dos Estados Unidos, e muitas outras.

Abrahão casou em 19-01-1940 com Cecy Nunes de Souza, filha de Álvaro Pinto de Souza e Camila Nunes, np de João Gonçalves e Laura Pinto de Souza, nm de Manoel Batista Correa Nunes e Maria Jesuína Leite Pinto, famílias Ribeiro da Silva de São Gonçalo do Brumado, Cap 5º, § 8º, 2-12 e Teixeira de Souza Cap 1º, 5-2-5.

Morreu de infarto no dia 11-12-1970, quando se aprontava para ir à Escola Politécnica onde era titular da cátedra de Calculo. Seu falecimento repentino e inesperado aos 53 anos causou grande comoção nos meio acadêmico nacional e internacional.

 

Em sua homenagem o Observatório de Valinhos pelo qual ele muito lutou, hoje é o Observatório Abrahão de Moraes. Inúmeras bibliotecas e auditórios, públicos e privados também levam seu nome, além de escolas, entre as quais a de Itapecerica, cujo germe havia sido plantado pelo seu bisavô, o Capitão Manoel José de Moraes.

Quando o Capitão Moraes marchou com seu batalhão no tosco caminho das margens do ribeirão da Agua Funda em 1822, não poderia imaginar que 150 anos depois ali mesmo seu sobrenome seria escrito em cada esquina da grande avenida, homenageando o bisneto Professor Abrahão de Moraes.

Muito menos que viria dele o “De Moraes” que nomeia uma cratera da Lua, a de Latitude 49.5º N, Longitude 143.2º E, com 53 km de diâmetro.

 

Abrahão teve sete filhos, dos quais seis chegaram à idade adulta. Tem hoje seis netos e cinco bisnetos.

 

13-6 Manoel Pires de Moraes, batizado em 1877, casou em 1905 com Ana Roschel, filha de José Roschel e Ana Schunk. Manoel faleceu em Santo Amaro e foi sepultado no cemitério municipal. Com geração.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – batismos - Aos dezenove de Novembro de mil oitocentos e setenta e sete com conceção e Despacho do ordinário em casa de Jose Pires de Albuquerque baptizei e pus os Santos Oleos a Manoel de sessenta e sete dias filho legitimo de Jose Pires de Albuquerque e de Emilia de Moraes Pedroso; padrinhos Major Manoel Jose de Moraes e sua mulher Benta Bernardina de Moraes estes fregueses de Santo Amaro e os mais desta. O Vigrº Marcellino Jose Glz’’ Costa Ferrugem

 

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – casamentos –Aos 03-06-1905 – Manoel Pires e Anna Roschel – Ele com 27 anos freguês desta, filho de José Pires e e Emilia de Moraes. Ela 23 anos, de Santo Amaro, filha de José Roshel e Anna Schunck. Testemunhas: Jose Elias e Pedro Schunk

13-7 Ana Pires de Moraes, batizada em 1879, casou em 1905 com José Roschel, sobrenome corrompido para “roza” no termo de seu casamento, irmão inteiro de Ana supra. Com geração.

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – batismos - Ao primeiro de Novembro de mil oitocentos e setenta e nove nesta Matriz baptizei e puz os Santois Oleos a Anna de sessenta e sete dias filha de José Pires de Albuquerque e de Emilia de Moraes Pedroso; padrinhos Capitão Fernando Vieira de Moraes e sua mulher Anna Amelia de Moraes, todos desta Freguesia. O Vigrº Marcellino José Glz’’ Costa Ferrugem

 

Igreja de N Sra dos Prazeres de Itapecerica – casamentos –Aos 30-09-1905, José Roza e Anna Pires – Ele 25 anos, filho de José Roza e Anna Sunka. Ela com 26 anos filha de José Pires e Emilia de Moraes. Ele de Santo Amaro e ela desta.

 

14 Maria do Carmo de Moraes, batizada em Santo Amaro aos 19-03-1853. Também sem proclamas e com dispensa de consanguinidade, casou em Santo Amaro em 1869 com Manoel Pires de Moraes, Capitulo 1º, com dispensa de consanguinidade.

Matriz de Santo Amaro – Batismos- Aos 19-03-1853 – Maria filha de D. Maria Clara Pedrosa viuva desta Vila – Padrinhos:Henrique solteiro filho de Anna Joaquina Pedrosa e Dona Ursula Maria de Moraes viuva, estes de Santa Ephigenia.

 

15 Benta Pedroso de Moraes, batizada em Santo Amaro aos 21-04-1855. Segundo sobrinhos e sobrinhos netos que a conheceram, Benta foi casada e seu marido faleceu em Franca. Ela morou muitos anos na Rua do Paraiso nº 5. Teve ao menos os filhos Joaquim, Xandoca e Isaias, este dono de uma ótica na Rua Barão de Paranapiacaba. Informações dadas pelo Dr José Elias de Moraes que algumas vezes acompanhou a mãe nas visitas que esta fazia à tia. Segundo a mesma fonte, esses filhos de Benta não se casaram e não deixaram geração.

Matriz de Santo Amaro – Batismos- Aos vinte e hum de Abril de mil oitocentos e cinoenta e cinco nesta Matriz de Santo Amaro o Reverendo Conego Jose Custodio de Siqueira baptizou e poz os Santos Oleos a Benta de mes filha de Dona Maria Clara Pedrosa viuva, padrinhos Capitão Benedito Antonio da Silva e sua mulher Dona Claudina Maria da Anunciação Silva todos desta Vila. O vigro Jesuino Antonio de Araujo.