PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

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Família “Os Rodrigues Dantas e os Silva Xavier” Cap. 2º, neste site.

 

ROSA MARIA DE JESUS

Testamento

 

Acervo do Museu de São João Del Rei, ano de 1890, caixa 69.

Testadora: Rosa Maria de Jesus

Testamenteiro: João José de Miranda

Transcrito por Edriana Nolasco a pedido de Anamaria Nunes Vieira Ferreira

 

 

Em nome de Deus, Amém. Eu, Roza Maria de Jesus, natural e batizada nesta Freguesia da Lagoa Dourada, filha legítima do Capitão José Rodrigues Chaves e de Dona Maria Josefa de Jesus, já falecidos, achando-me enferma, mas em meu perfeito juízo e temendo a morte, ordeno a meu Testamenteiro na forma seguinte: Encomendo a minha alma a Deus Criador e lhe rogo receber em sua misericórdia. Declaro que fui casada com o finado Joaquim Antonio de Miranda perante a Igreja Católica Apostólica Romana de cujo Matrimônio tivemos os filhos seguintes: João Machado de Miranda, já falecido, que foi casado com Ana Senhorinha de Resende de cujo casamento existe uma filha de nome Rosa, casada com Francisco Joaquim de Mello; Joaquim Machado de Miranda, já falecido, que foi casado com Joaquina Helena de Jesus e de cujo matrimônio existem duas filhas, Otila e Malvina; Maria Josefa de Jesus que foi casada com Antonio Rodrigues de Miranda; Pedro Machado de Miranda, casado com Valentina; Francisco Machado de Miranda, casado com Maria Maia; Maria Carolina de Miranda, casada com Ladislau Chaves de Miranda; Theóphilo Machado de Miranda, casado com Idalina Maria de Miranda; Rosa Maria de Jesus Xavier, casada com João José de Miranda; Antonio Miranda; Evaristo Miranda e Maria Amélia, já falecidos, os quais não deixaram sucessores falecendo em estado de solteiras. Declaro que serei sepultada na Lagoa Dourada e se dirão seis missas por minha alma, seis por alma de meu finado marido, duas por alma dos que foram meus escravos falecidos; meu enterro se fará sem pompa e à eleição do meu Testamenteiro. Nomeio meus Testamenteiros em primeiro lugar a meu genro João José de Miranda, em segundo lugar a meu filho Francisco Machado de Miranda e em terceiro lugar a meu filho Theófilo Machado de Miranda, as quais hei por abonados em Juízo ou fora dele e lhes rogo aceitarem este encargo sucedendo uns aos outros e marco o prazo de um ano para a prestação de contas em juízo. Deixo a minha filha Rosa, casada com João José de Miranda, a parte que tenho na casa de vivenda da Fazenda do Curralinho, quintais, terreiros e moinhos e todas as benfeitorias, exceto a parte do engenho. Deixo a minha filha Maria Josefa de Jesus a quantia de cem mil réis. Deixo a minha neta Ermina, filha do meu filho Theófilo Machado de Miranda a quantia de cem mil réis. Feita a terça de meus bens se cumpriram as minhas disposições e se houver remanescentes se partiram com meus filhos e netos relatados, sendo que os netos herdarão na parte respectiva que cabia a seus pais. E por esta forma tenho concluído este meu Testamento e última vontade e peço a Justiça de meu país o façam cumprir e guardar por ser esta a minha última vontade indo este escrito por Afonso Rodrigues Chaves a meu rogo, conforme o ditei e por não saber ler nem escrever pedi ao mesmo para assinar a meu rogo e em presença das testemunhas que também assinaram. Fazenda do Curralinho, oito de Janeiro de 1889. A rogo de Dona Roza Maria de Jesus. Afonso Rodrigues Chaves.

 

Abertura do Testamento

Aos vinte e nove dias do mês de Janeiro do mil oitocentos e oitenta e nove, nesta Freguesia de Lagoa Dourada, município da cidade de São José Del Rei, Comarca do Rio das Mortes, em casas do Reverendo Vigário Alfredo Rodrigues de Macedo, aí me foi apresentado este Testamento (...) com o qual havia falecido Dona Roza Maria de Jesus (...)