PROJETO COMPARTILHAR
Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira
Família “Antonio Moreira de Faria” Cap. 5º, neste site
MARTINHO DE FARIA MOREIRA, tenente
Testamento
Arquivo Eclesiástico de São João del Rei - MG
Tipo de Documento: Testamento
Período: 1789-1816
Livro: 06 (Prados)
Testador: Martinho de Faria Moreira
Transcrito por Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Regina Junqueira
fls. 134v. - Óbito
Aos seis dias do mês de Agosto de mil setecentos e noventa e nove anos faleceu com todos os sacramentos o Tenente Martinho de Faria Moreira, casado com Dona Maria Emerenciana, foi encomendado pelo Padre João Gonçalves de Moura e sepultado dentro desta Matriz com o seu ofício de nove sacerdotes, e para constar fiz este assento.
Testamento
Aos quatro dias do mês de Outubro do ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo e mil setecentos e noventa e oito, nesta Paragem chamada a Paciência, Termo da Vila de São José, Comarca do Rio das Mortes, estando eu Martinho de Faria Moreira em meu perfeito juízo e entendimento, enfermo de uma enfermidade que dizem os professores que passará a uma edropezia, querendo por minha alma no caminho da salvação por não saber quando Deus a disporá, pois que o atributo da morte é certa e a hora incerta e por isso faço este meu Testamento na forma seguinte.
Declaro que sou natural e morador na Ponte Freguesia da Vila de Barbacena, filho legítimo de Martinho de Faria Moreira e Luzia da Silva Fontoura, já falecidos.
(..........)
Declaro que tenho quatro filhos naturais a saber: Felizarda, parda, casada com Francisco Gonçalves Vianna, a quem dei em dote cento e vinte mil réis em dinheiro, assim mais onze cabeças de gado vacum e seu vestuário; outra por nome Mariana, casada com José Pedro a quem prometi cem mil réis cujo ainda não contribuí; assim mais lhe dei oito novilhas e seu vestuário; outra por nome Januária a qual se acha solteira em minha companhia; outro por nome Valentim de idade de doze anos, pouco mais ou menos.
Deixo por esmola a Mariana, filha de Ana Carneira, a quantia de cinquenta mil réis.
Declaro que sou casado in facie eclesia com Dona Maria Emerecenciana de quem tenho uma filha por nome Maria.
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Declaro que a fazenda em que estou, denominada a Ponte, comprei eu e o meu irmão o Padre Antonio de Faria a Manoel Pereira de Alvim por Escritura, por um conto e seiscentos mil réis, por obrigação de eu pagar oitocentos mil réis e o dito meu irmão outros oitocentos mil réis e como eu não dei para pagamento coisa alguma por cuja razão é a fazenda toda de meu irmão Padre Antonio de Faria que não poderão os meus herdeiros e nem minha mulher entrar nela em coisa alguma por ser esta a verdade.
Declaro que os escravos Joaquim angola e, Antonio, tinha tratado com o meu irmão o padre de ficar com eles em preço e quantia de cento e setenta mil réis, pelos ter recebido os mesmos escravos em pagamento da fazenda seca e de dinheiro de empréstimos de uma sociedade de fazenda seca que temos na Vila de Barbacena eu e meu irmão Padre Antonio de Faria Moreira e no caso de Deus dispuser de mim desta vida presente meu Testamenteiro não poderá tomar conta destes escravos porque desde já faço entrega deles a meu irmão o Padre Antonio de Faria Moreira a quem pertence.
Declaro que tive sociedade com o dito meu irmão padre de fazenda seca de que fizemos um trato por papéis cujos se acham na mão do dito e ainda não ajustamos as nossas contas porque estou pelas contas que ele dito meu irmão der, pois sei e conheço sua inteireza e fidelidade (...).
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Peço e rogo em primeiro lugar ao meu irmão o Reverendo Antonio de Faria Moreira; em segundo a minha irmã Maria Ignacia e em terceiro a minha própria mulher Dona Maria Emerenciana de Santana queira por serviço de Deus e por me fazerem mercê aceitarem este meu Testamento (...).
Declaro que devo ao crioulo André doze ou quatorze oitavas ou o que melhor declarar o meu irmão que este sabe e tem lembrança disto (...).
Devo ao Capitão Domingos Antonio de Azevedo a quantia de vinte oitavas.
Declaro que devo ao Boticário José Antonio Ferraz o que constar das suas receitas.
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Declaro que devo a Francisco Gomes, preto forro, por crédito setenta e dois mil réis (...) pedi ao Padre Manoel Veloso Dantas que este por mim escrevesse (...).
Martinho de Faria Moreira