PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

Família “Antonio de Souza Ferreira”, neste site

 

 

MANOEL JOAQUIM NOGUEIRA, padre

Inventário

 

Museu Regional de São João del Rei

Caixa 533

Folhas: 10

Ano: 1815

Inventariado: Manoel Joaquim Nogueira, padre

Inventariante: Tenente Constantino de Faria Marins

Data: 24-02-1815.

Local: São João Del Rei.

Transcrito por: Flávio Marcos dos Passos a pedido de Paola Dias

 

Fl 07 - Testamento

 

Em nome de Deus. Amém. Eu o Padre Manoel Joaquim Nogueira filho legítimo de Antônio de Souza Ferreira e de Dona Ana de Jesus Nogueira, natural e batizado na freguesia de Nossa Senhora do Monte Serrat de Baependi, Presbítero deste bispado de Mariana, ordenado há dezessete anos pouco mais ou menos, achando-me gravemente infermo de moléstia que Deus foi servido dar-me e estando em meu perfeito juízo e porque desejo por minha alma no caminho da salvação determino o meu testamento na forma e maneira seguinte: Declaro por meus testamenteiros em primeiro lugar ao Reverendo Joaquim Cláudio de Mendonça, em segundo lugar ao Tenente Constantino de Faria Mares, em terceiro lugar a meu sobrinho o Alferes Manoel Gonçalves Vilela e peço ao que aceitar este meu testamento cumpra na forma que declaro e por prêmio de seu trabalho lhe deixo cinqüenta mil réis. Declaro em primeiro lugar que meu corpo será amortalhado com as vestes sacerdotais e em caixão correspondente depositado e sepultado na Capela de São Francisco desta vila donde sou Terceiro Professo e depois de ser encomendado pelo meu ilustríssimo pároco se farão encomendações da minha Venerável Ordem e na mesma se dirão vinte missas de corpo presente pela esmola de mil duzentos réis e o meu corpo será conduzido para a dita Venerável Ordem de noite, sem pompa. Declaro que o meu testamenteiro mandará dizer cento e cinqüenta missas pela esmola de seis tostões cada uma a saber cinqüenta missas pelas almas do purgatório e conforme a minha intenção e as últimas cinqüenta pela minha alma. Declaro que deixo por esmola a uma menina exposta em casa da falecida minha mãe Dona Ana de Jesus Nogueira chamada Ana que terá idade até hoje doze anos pouco mais ou menos, e se acha em casa do Tenente Constantino de Faria Marins, esta morada de casas em que vivo sitas na rua da Prata pelo lado esquerdo subindo por São Francisco para o Senhor do Bonfim, deixo mais doze cadeiras de campanha, dois catres, dois armários, cinco placas, toda a louça do meu uso, o meu testamenteiro conservará toda esta esmola em seu poder até ela ter idade de poder administrar estes bens, que lhe deixo ou logo que se casar recebendo ela todos os rendimentos que houverem depois do meu falecimento. Declaro que o meu patrimônio ficará pertencendo a Dona Ana Margarida de Barros, viúva do Capitão Felisberto José Nogueira por ter recebido deste quantia igual ao seu valor e poderá possuir por si, seus herdeiros como seu que fica sendo. Declaro que algumas pequenas dívidas que alguns de meus irmãos me deverem delas me dou por pago e satisfeito. Declaro que logo depois que cantar missa nova na minha freguesia de Baependi o Reverendo Pároco da mesma me arrendou a capela de Nossa Senhora da Conceição do Rio Verde e por vinte oitavas de que lhe passei crédito e porque lhe trouxe do Rio de Janeiro uma Obra de Moral de Patuzi de que não recebi paga e também não conclui o tempo na capela em razão de servir a mesma freguesia em ausência do Vigário sem paga nestes termos caso apareça o dito crédito ficará de nenhum vigor. Declaro que depois de pagas as minhas dívidas e satisfeitos os meus sufrágios e legados instituo por meu universal herdeiro ao meu testamenteiro que este meu testamento aceitar por não ter herdeiros legítimos forçados por ser falecidos meus pais e nesta forma hei por findo e acabado este meu testamento escrito pelo padre José Florêncio de Freitas Lima e depois de escrito por ele me foi lido e declarado e por achar em tudo conforme o ditei o assinei. E quero que meu testamenteiro cumpra inteiramente tudo o quanto determino e declaro para o que lhe concedo o tempo de três anos e peço a Justiça de sua Alteza Real o faça em tudo cumprir, e se faltar alguma clausula, ou clausulas, aqui hei por declaradas como se dela fizesse especial menção. Vila de São João del Rei, vinte e nove de março de mil oitocentos e treze. Manoel Joaquim Nogueira. Como testemunha que escrevi o Padre José Florêncio de Freitas Lima.