PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

Família “Costa Homem - Homem da Costa”.

 

MANOEL CAETANO DA SILVA, tenente

Inventário

 

Museu Regional de São João Del Rei

Tipo de Documento: Inventário

Ano: 1802 Caixa 513

Inventariado: Tenente Manoel Caetano da Silva

Inventariante: Alferes Manoel da Costa Souto

Local: São João del Rei

Transcrito por: Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Regina Junqueira

 

Fls. 01

Inventário dos bens que ficaram do falecido Tenente Manoel Caetano da Silva de quem é Testamenteiro e Inventariante o Alferes Manoel da Costa Souto.

Data: 06-03-1806

Local: vila de São João del Rei, Minas e Comarca do Rio das Mortes

 

Fls. 02

Diz o alferes Manoel da Costa Souto como Testamenteiro do falecido Tenente Manoel Caetano da Silva (...) quer proceder inventário pelo falecimento do mesmo (...).

 

Fls. 02v. – Declaração

(...) e logo declarou o inventariante que o inventariado faleceu nesta vila no dia treze de Novembro do ano próximo passado de mil oitocentos, com seu solene testamento (...).

 

Bens de Raiz:

-a metade das terras de cultura do Engenho chamado o Sumidouro  200$000

- metade das bengeitorias do sitio do dito engenho chamado de Sumidouro, de casas de vivenda, cozinha, senzalas, engenho, formas de açucar e todos os mais pertences, tudo coberto de telha (…) a outra metade pertence a testamentaria de José da Costa Homem e Ignacio da Costa Homem.  250$000

-

fls. 07 – Testamento

Jesus, Maria, José. Em nome da Santíssima Paedre, Filho e Espírito Santo três pessoas distintas e um só Deus verdadeiro em quem creio.

Digo eu Manoel Caetano da Silva, filho legitimo de Alberto Caetano da Silva e de Dona Theresa de Jesus, que estando doente e em meu perfeito juízo, temendo-me da morte e da infalível conta que hei de dar no Tribunal Divino de Jesus Cristo, que me remiu com o seu precioso sangue e confiando na sua infinita misericordia espero salvar a minha alma, ordeno este meu testamento na forma seguinte:

Em primeiro lugar nomeio por meu Testamenteiro o Alferes Manoel da Costa Souto, em segundo ao Capitão Gonçalo Ferreira de Freitas e em terceiro ao Sargento Mor Gabriel Antonio de Mesquita, e em quarto lugar a Antonio Manoel da Veiga do Prado (…).

(………)

Declaro que nunca fui casado nem tenho herdeiros ascendentes ou descendentes e conformando-me com as Leis de Sua Magestade (…) nomeio por meu universal herdeiro no que restar de meus bens, pagas as minhas dividas e cumpridos os meus legados, a meu afilhado [               ] filho do alferes Manoel da Costa Souto e de sua mulher Dona Rita.

(………)

(…) quero ser sepultado com o meu hábito terceiro de São Francisco (…).

(………)

Os meus bens são os seguintes: uma morada de casas em que vivo; a metade da Fazenda do Sumidouro menos o moinho e cobrem bem entendido nas terras casas e engenhos, várias terras minerais que constam por seus títulos; parte delas na lavra do Ouro Fino e outras para a picada dos Goiazes e uma parte na lagoa da lavra do morro desta vila e na mesma lavra cujas parte de terras e água houve por herança de meu pai e se acham tudo em poder do Tenente Francisco Joaquim de Araújo Magalhães há anos, do que não tenho percebido utilidade alguma e nestas mesmas terras do morro e água tem Dona Antonia de Brito e Moura, mulher de meu irmão Doutor Francisco Alberto a qual se acha em Portugal, uma oitava parte.

Declaro que tenho umas braças de terras na Rua do Tijuco que me foram cedidas por algumas pessoas a quem foram concedidas pela Câmara das quais tenho vendido dez braças a João Barbosa Antunes e ao Capitão José Alves Preto (…)

Declaro que uma chácara que está ao pé de São Caetano pertence a Joaquina Custódia, como também outra chacrinha que ela tem edificado na praia e caminho da estrada geral que vai para o Rio das Mortes Pequeno, com seu quintal, de cujas terras tem ela titulo que lhe cedi, como da chácara ao pé de São Caetano há muitos anos a ela pertence (…).

(………)

(…) possuo mais seis bois de carro que estão em poder de Martinho Vaz de Oliveira, morador na Rocinha.

(………)

Declaro que tenho feito várias arrematações de escravos que estão por pagar, cujas arrematações fiz para várias pessoas como foram para o Tenente João Rodrigues Borges e sua mulher Dona Luiza Barbara Dias, o Licenciado Manoel da Costa Brandão, o Capitão João Alves de Oliveira Guimarães, pertencentes a testamentaria de Ana Maria, preta forra, em cujas rematações do casal de Dona Luiza entram várias moradas de casas nesta vila e umas fazendas para a Formiga ou picada de Goiazes em uma execução em que era exequente Antonio Alves de Oliveira morador na cidade do Rio de Janeiro.

Declaro que em meu poder se acham várias certidões de missas e papéis pertencentes a testamentaria do Tenente Ignacio da Costa Homem, os quais meu testamenteiro fará juntar aos Autos de Contas da dita testamentaria (…).

(………)

fls. 09 (…) Deixo por esmola a Joaquina Custodia, que esta me assistindo e tem assistido nas minhas enfermidades e dos meus escravos, com amor e zelo e cuidado, 50$000 réis.

(………)

(…) a meu rogo escreveu o Capitão Francisco Xavier Pereira da Silva e eu o assinei.

Vila de São João del Rei, 26 de Outubro de 1800

 

Abertura:

Aos treze dias do mês de Novembro do ano de mil oitocentos nesta vila de São João del Rei (…) foi apresentado este testamento com que faleceu o Tenente Manoel Caetano da Silva (…).

 

Aprovação:

Data: 26-10-1800

Local: Rua das Flores, vila de São João del Rei, em casas de morada do testador o Tenente Manoel Caetano da Silva

 

Subscrito:

Testamento do Tenente Manoel Caetano da Silva morador nesta vila na rua das Flores (…)