PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

Família “Manoel de Oliveira Couto”, neste site.

 

 

MANOEL DE OLIVEIRA COUTO, demente

Inventário

 

Museu Regional de São João del Rei

Tipo de documento: inventário Ano: 1788 Caixa: 570

Inventariado: Manoel de Oliveira Couto (demente)

Inventariante: João de Souza Nunes (licenciado)

Local: paragem Água Limpa, aplicação da capela de Santo Antônio de Ibertioga, freguesia de Nossa Senhora do Pilar, vila de São João del Rei

Transcrito por Edriana Aparecida Nolasco e disponibilizado por Adonias Ribeiro Franco Júnior e Adair Franco dos Reis

 

fl. 01

Inventário dos bens do demente Manoel de Oliveira Couto de quem foi inventariante seu genro o licenciado João de Souza Nunes

Data: 05-07-1788

Local: paragem chamada a Água Limpa da aplicação da capela de Santo Antônio da Ibertioga da freguesia de Nossa Senhora do Pilar da vila de São João del Rei, Minas e comarca do Rio das Mortes, em casas de morada do demente Manoel de Oliveira Couto.

Declaração

Declarou o dito inventariante que o dito seu sogro Manoel de Oliveira Couto se acha caído em demência e que deixou vários filhos (...)

 

Filhos

01 – Theodozia de Oliveira, viúva de José de Gouveia

02 – Maria de Oliveira de Jesus, de idade de 58 anos

03 – Quitéria de Oliveira, mulher do inventariante licenciado João de Souza Nunes

04 – Escolástica de Oliveira, mulher, digo, viúva de Domingos Gonçalves de Moraes

05 – Ana de Oliveira, casada com Manoel da Silva Roriz

06 – Úrsula de Oliveira, casada com Francisco Ferreira

07 – Angélica de Oliveira, de idade de 40 anos

08 – Manoel de Oliveira, casado com Rosa Maria

09 – João de Oliveira Silva, viúvo de Ana Lopes

* O inventariado fora casado com a falecida sua mulher Maria da Silva de Brito.

 

Fl. 08v

Bens de Raiz

Uma fazenda de cultura sita nesta paragem chamada a Água Limpa da aplicação da capela de Santo Antônio da Ibertioga da freguesia de Nossa Senhora do Pilar da vila de São João del Rei, Minas e comarca do Rio das Mortes, a qual se compõe de algumas capoeiras e seus campos e seus logradouros que de uma banda parte com a fazenda de cultura pertencente a ele dito inventariante João de Souza Nunes e da outra banda parte com a fazenda de cultura pertencente a Antônio Fernandes Lima e da outra banda parte com a fazenda de cultura pertencente a dona Ana Maria de Arvellos viúva que ficou de José Francisco Pereira. 370$000

 

Fl. 09

Diz João de Oliveira Silva e outros herdeiros do demente Manoel de Oliveira Couto e da falecida sua mulher Maria da Silva de Brito que por este Juízo se procedeu inventário por ser justificada a demência de seu pai (...)

 

Fl.11

Diz João de Oliveira Silva, filho legítimo de Manoel de Oliveira Couto, que achando-se o dito seu pai em idade maior de cento e dez anos e com conhecida demência, de tal sorte que chegou a dar liberdade a todos os seus escravos e a outros que são de uma filha viúva, por esse motivo justificou o suplicante a sobredita demência que se julgou por sentença e se mandou proceder a inventário de seus bens nomeando-se-lhe curador, e como tem notícia o suplicante que o dito seu pai sugerido pelos mesmos escravos intenta mostrar que tem juízo e capacidade para poder ainda governar a sua pessoa e bens, quer o suplicante haver vista de todo e qualquer requerimento que por parte daquele se acha de fazer (...)

 

Fl.12

Procuração

Data: 17-07-1787

Local: vila de São João del Rei, Minas e comarca do Rio das Mortes

Que faz: João de Oliveira Silva

Procuradores nomeados: dr. Gomes da Silva Pereira, João Felisberto Gomes do Couto, Francisco Lobo da Silva Rios e os solicitadores de causas o capitão Domingos Barreiros, Luís Antonio da Silva Rodarte e Francisco Soares da Graça

 

Fl.16

Procuração

Data: 02-08-1788

Local: vila de São João del Rei, Minas e comarca do Rio das Mortes

Que faz: Manoel de Oliveira Couto

Procuradores nomeados: dr. Manoel José Dias, João Antonio Ferreira da Costa e os solicitadores de causas Manoel de Sá Peixoto e Francisco Soares da Graça Couto

* O outorgante Manoel de Oliveira entra com embargo para provar que não está demente

 

Fl.28

Diz Manoel de Oliveira Couto, morador na Água Limpa da Ibertioga, que para mostrar estar em seu perfeito juízo como velho conforme aquele exemplo dos antigos que nos intima estar neles - juízo, boa razão e conselhos -, foi obrigado vir a presença de Vossa Mercê (...) por ter declarado em um papel serem forros uma escrava que tinha sido sua (...)

 

Fl.30

Resposta ao Embargo

(...) o embargante pai se acha em idade maior de cento e dez anos e com efeito ao tempo do inventário, e já antes, padecia de demência e esquecimentos, de sorte que muitas vezes não sabe dizer onde está, falando de coisas estranhas (...)

(...) que falecendo a mãe do embargado há dezesseis anos com pouca diferença nunca o embargante pai fez inventário dos bens do casal como tinha obrigação na forma da lei (...)

(...) chegou a passar papel em que declara forros e libertos mais de vinte e três escravos, filhos e netos de Margarida preta, ao mesmo tempo em que a dita Margarida sempre foi tida imputada como escrava do casal e da mesma forma todos os seus filhos e netos (...)

1788

- João de Oliveira Silva

- José Luís de Abreu Pereira, curador do demente Manoel de Oliveira Couto

 

Justificação de demência

Data: 23-05-1788

Local: vila de São João Del Rei, Minas e comarca do Rio das Mortes

Diz João de Oliveira Silva filho de Manoel de Oliveira Couto morador na Água Limpa da Ibertioga que o dito seu pai se acha em idade muito avançada por passar de cento e dez anos e incapaz de governar seus bens e já desassisado e cheio de esquecimentos em tais termos que no meado do mês passado de abril do presente ano de 1788 sem se lembrar que tinha filhos e seus herdeiros forçados passou a dar liberdade aos escravos que possuía (...)

 

Assentada

Data: 23-05-1788

Local: vila de São João del Rei, Minas e comarca do Rio das Mortes

Testemunhas:

Antonio da Silveira - homem branco, natural e batizado na Ilha do Pico, bispado de Angra. Sabe pelo fato de ter sido vizinho do justificante e seu pai Manoel de Oliveira Couto, (...) sabe por ver e ser público que o mesmo tem de idade mais de cento e vinte anos, pouco mais ou menos (...) e que era vizinho do dito que já há muito se achava demente e desassisado.

Francisco Gomes da Silva - homem branco, natural e batizado na freguesia dos Prados, morador ao presente nesta vila de São João del Rei, de idade de 25 anos, vive de ser carpinteiro. Depoimento: idem

Manoel José de Gouveia - Homem branco, natural e batizado na freguesia de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo, morador ao presente na aplicação de Santana do Garambéu, de idade de 43 anos, vive de sua roça; disse ser neto do demente e sobrinho do justificante. Disse que sabe por ver e ser público que o mesmo seu avô Manoel de Oliveira Couto tem idade mais de cento e dezesseis anos (...) o qual se acha totalmente sem juízo há muito tempo e desassisado (...)