PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

Familia “Antonio José Barreto, sargento mor”, neste site.

 

JOANA MARIA DE SOUZA CASTRO

Testamento

 

ARQUIVOS HISTORICOS E DOCUMENTAIS DA COMARCA DO RIO DAS MORTES

Acervo do Museu Regional de São João del Rei/IPHAN

Base Testamentos

Testadora: Joana Maria de Souza Castro

Testamenteiro: Manuel Fernandes Martins ( Na impos. do Padre Francisco de Paula Barretto)

Local 1: Nossa Senhora de Oliveira

Local 2: São João del Rey

Paginas: 59

Ano: 1827

Transcrito por Luiz Henrique Cepeda Ribeiro

 

(Capa)

 

Testamento

CASTRO, Joana Maria de Souza

BARRETO, Francisco de Paula (Pr)

São João Del Rei

1827

 

Fl. 1 – O Doutor Promotor de Juízo

O Reverendo Vigário Francisco de Paula Barretto, testamenteiro de sua mãe, Dona Joanna Maria de Souza Castro.

Nossa Senhora da Oliveira.

Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, de 1827, o sexto da independência do Império do Brasil, aos quinze dias do mês de novembro do dito ano, nesta Vila de São João Del Rei, Comarca do Rio das Mortes, em meu Cartório (...)

 

Fl.10 – Registro de Testamento (...)

Testamento com que faleceu Dona Maria de Souza, de quem é testamenteiro Manoel Fernandes Martins, morador na Oliveira.

 

“Em nome da Santíssima Trindade, Padre, Filho e Espírito Santo, Amém.

Digo eu, Dona Joaquina(sic) Maria de Souza Castro, viúva que fiquei do Sargento Mor, Antonio José Barretto, natural da Freguesia de Santo Antonio, da Vila de São José, moradora na aplicação de São Francisco de Paula, Freguesia e termo da Vila de Tamanduá, que achando-me avançada em idade, de algum tanto enferma, porém em meu perfeito juízo, determino meu testamento na forma seguinte; primeiro que tudo; nomeio para meus testamenteiros, em primeiro lugar a meu filho o Padre Francisco de Paula Barretto, e em segundo lugar a Manoel Fernandes Martins, em terceiro lugar ao Capitão João Antonio Friasça, meus genros, os quais todos dou por abonados e com título, meus bastante procuradores para dos meus bens Fl. 11 – tomar posse, de lhes dispor conforme a minha determinação. Determino que meu corpo seja envolto no hábito de Nossa Senhora do Carmo, de quem sou irmã, e tudo mais, deixo a disposição do meu testamenteiro.

Determino que meu testamenteiro, digo mande de dizer cem missas pela minha alma, quarenta pela do defunto meu marido, e dez pela, digo dez mil réis de missas, por todas as pessoas com quem tive negócio, e assim mais dez missas, pelas almas de meus herdeiros defuntos e oito pelas almas, digo, pela alma do falecido Manoel Rodrigues Pereira de Miranda.

Declaro que fui casada com o falecido Sargento Mor Antonio José Barretto, de quem tivemos oito filhas, que todos se casaram, e um filho que se acha sacerdote, os quais todos vem assim: Joaquina, já falecida; Antonia, Anna; Maria Felizarda; Maria Bernardina, falecida; Leonor; Joana e Mariana já falecida, e Francisco ordenado, os quais todos declaro por meus legítimos herdeiros, e na falta dos falecidos, os seus filhos.

Determino que meu testamenteiro Fl. 12 – dê de minha terça uma crioula por nome Francisca, as minhas netas Antonia a Francisca, digo, Joanna filha de minha filha Anna Joaquina, e assim mais a cada uma das minhas netas declaradas, cinqüenta mil réis em terras no lugar mais conveniente as ditas, isso porque são as mais necessitadas das minhas esmolas.

Deixo aos meus afilhados, Felisberto, filho da minha filha Antonia, Francisco, filho de minha filha Anna, Maria filha de Manoel Fernandes, Cândido(sic) filho(sic) do Padre José Fernandes, Delfina filha de Francisco Coelho, a cada um dos mencionados doze mil réis, e a mesma quantia a minha neta Joanna, filha do Capitão João Antonio Friasça.

Ordeno mais que no dia de meu falecimento, meu testamenteiro reparta dez oitavas de esmolas pelos pobres mais necessitados da paragem, e de a cada sacerdote que acompanhar o meu corpo a sepultura, um oitavario de missas de esmolas, de cruzado de ouro.

Declaro que tive uma sociedade com meu genro, com Manoel José dos Santos, digo com Manoel José do Espírito Santo, com consta de papéis que passamos.

Declaro mais que devo aos herdeiros Fl. 13 – do falecido José de Souza Silvino, dez oitavas de ouro, são moradores estes herdeiros no Rio do Jacaré.

Deixo de prêmio ao meu testamenteiro, oitenta mil réis pelo seu trabalho, e será obrigado a dar conta deste meu testamento, no tempo de dois anos, e o que sobrar de minha terça, reparto igualmente por meus herdeiros, e assim desta forma tenho concluído meu testamento e última vontade minha e por que desejo se cumpra o quanto nele se contem e se declara, rogo as justiças de Sua Alteza Real, de um e outro foro, lhes doem inteiro crédito, mandando-o cumprir e guardar o que nele determino, cujo testamento foi escrito a meu rogo por Boaventura José dos Reis e ditado por mim, depois de feito me foi lido, o achei estar conforme eu o ditei e lhe pedi que como testemunha se assinasse, e que em que lugar de novamente se assinasse ao pé de meu nome, por ele dito Boaventura escrito e sendo tudo escrito aos quatro de novembro da era de mil oitocentos e seis, neste arraial de Nossa Senhora de Oliveira.

Como testemunha que este fiz – Boaventura José dos Reis – Dona Joana Maria de Soiza Castro” - Boaventura José dos Reis

(Fim da Transcrição do Testamento)

 

Fl. 17 – (...) atesto que o Reverendo Vigário Francisco de Paula Barretto, foi morador neste arraial, e agora se acha em residência de vigário confirmado por sua Alteza Real na Paróquia desta Igreja da Nossa Senhora da Pena do Rio Vermelho, distante deste Arraial, mais de setenta léguas, e sendo a verdade a que afirmo, com juramento dos Santos Evangelhos.

Oliveira, vinte e sete de dezembro de mil oitocentos e dez, o Padre Francisco José da Silva

 

Fl. 18 – Termo de aceitação: aos três dias do mês de janeiro, de mil oitocentos e onze, nesta Vila de São João de El Rey, Minas, e Comarca do Rio das Mortes, no Cartório de mim escrivão, ao diante nomeado e sendo aqui compareceu o presente o suplicante, Manoel Fernandes Martins, morador da aplicação de Nossa Senhora da Oliveira, termo da Vila de São José (...) em seu requerimento por se achar ausente o primeiro testamenteiro nomeado neste testamento, e sendo o segundo nomeado pela testadora, de-lhe fazia a aceitação, e se obrigava a cumprir as disposições da testadora (...)

 

Fl. 21 – Certifico que falecendo (...) Dona Joana Maria de Souza Castro (...) de seu corpo envolto em um hábito de Nossa Senhora do Carmo, foi deposto em um caixão coberto (...) sepultura no dia onze de dezembro de mil oitocentos e dez (...) Padre Francisco ?

 

Fl.  30

R.ce do Sr. Manoel Frz Martins, como testamenteiro da falecida sua sogra D. Joana, doze mil reis que a dita D. Joana deixou no seu testamento que se desse aos herdeiros do falecido Jose de Souza: Geraldo Jose de Souza, Ana Joaquina de Souza, Custodia Maria de Souza, cuja quantia deve ser para se partir igualmente com os mais dois herdeiros e para clareza do referido passo o presente por mim feito e assinado por  estar ausentes os mais herdeiros. Sta Ana doo Jacare 7 de Fevereiro de 1813 Geraldo Jose de Souza.

Como testemunha que este vi fazer e assinar. o P.e Manoel Velozo da S.ª.

 

Fl. 51 - Diz o Vigário Francisco de Paula Barretto TTT° de Dona Joana Maria de Souza Castro, que tem cumprido o legado que deixou a TTTª as suas netas, Dona Anto (sic) Francelina de Castro, e Dona Joanna Gracinda de Castro, como se observa do documento incluso escrito e assinado por seus maridos, Pedro Francisco de Menezes, e Antonio Fernandes Diniz, cujos legados declarou (?) ser uma escrava de nome Francisca Crioula, e como na liquidação das contas (...)

 

Fl. 54 – Dizermos nós abaixo assinados o alferes Pedro Francisco Menezes, por parte de minha mulher Antonia Francelina de Castro, e Antonio Ferreira Diniz por parte de minha mulher Dona Joanna Gracinda de Castro, ambas nossas mulheres filhas legítimas de Manoel José do Espírito Santo e Anna Joaquina de Castro, netas da falecida D. Joana Maria de Souza e Castro, que é verdade que recebemos do Padre Francisco de Paula Barretto, testamenteiro da mesma, uma crioula de nome Francisca, que a dita falecida nos legou em seu testamento (...) abaixo assinado. Hoje Mata da Sra do Carmo, doze de Março de mil oitocentos e vinte e oito.

Pedro Fran° de Menezes

Antonio Ferrª Diniz