PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

Família “Os Carvalho Duarte no Sul de Minas”, neste site.

 

FRANCISCO CARVALHO DUARTE, capitão

Inventário

 

Museu Regional de São João del Rei

Tipo de Documento: inventário

Ano: 1850

Caixa: 576

Nº de Páginas: 64

Inventariado: Capitão Francisco Carvalho Duarte

Inventariantes: Silvestre Antonio de Carvalho e Claudina Felisbina de Jesus.

Local: São João del Rei.

Data do Testamento: 23-02-1845

Data do óbito: 23-03-1850

Abertura do Inventário: 08-04-1850

Transcrito por: Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Regina Moraes Junqueira

 

fls. 01

Inventário dos bens que ficaram por falecimento do Capitão Francisco Carvalho Duarte de quem é inventariante e testamenteiros conjuntos o Alferes Silvestre Antonio de Carvalho e Claudina Felisbina de Jesus.

Data: 08 de abril de 1850

Local: cidade de São João del Rei.

 

fls. 03

Dizem o Alferes Silvestre Antonio de Carvalho e Dona Claudina Felisbina de Jesus, testamenteiro conjuntos do falecido seu tio Capitão Francisco de Carvalho Duarte (...) o testador faleceu na Freguesia do Cajurú.

 

fls. 05v. Declaração

(...) declarou que o inventariado Capitão Francisco Carvalho Duarte, seu tio, faleceu no dia vinte e três de Março do corrente ano de mil oitocentos e cinquenta, com Testamento Solene (...).

 

Herdeiros:

Silvestre Antonio de Carvalho e Dona Claudina Felisbina de Jesus.

 

Bens;

- canaviais de dois anos e de um ano: 30$000

- três roças de milho 192$000

 

Dividas Ativas:

- o herdeiro Silvestre Antonio de Carvalho: 2:400$000

- a herdeira Dona Claudina Felisbina de Jesus: 2:000$000

- a mesma herdeira Claudina 39$000

 

Dividas Passivas

- Silvestre Antonio de Carvalho: 100$000

- João Antonio de Araújo: 24$000

- José Carvalho de Araújo: 20$000

- crioulo Salvador 18$000

 

fls. 11 - Testamento

 

Em nome da Santíssima Trindade, Pai, Filho, e Espírito Santo, três pessoas distinta e um só Deus verdadeiro.

Eu Francisco Carvalho Duarte, filho legítimo de Caetano Carvalho Duarte e Dona Catharina de São José, já falecidos, natural desta freguesia de São Miguel do Cajurú e aqui morador, até o presente andando de pé. e em meu perfeito juízo, conhecendo que sou mortal e firme nos mistérios da nossa Religião Católica Romana, na qual protesto sempre viver e ne-la morrer, determino fazer e faço o meu Testamento pela maneira seguinte.

Nomeio para meus Testamenteiros em primeiro lugar a meus sobrinhos Silvestre Antonio de Carvalho e Dona Claudina Felisbina de Jesus, fazendo ambos um só corpo. Em segundo lugar ao Senhor Reverendo José Bonifácio dos Santos, em terceiro lugar ao Senhor João Antonio de Araújo Serqueira, (...).

Declaro que sou viúvo, e fui casado a face da Igreja com Dona Mariana Antonia de Jesus do qual matrimônio não tivemos filhos alguns e declaro que por morte da dita minha mulher se procedeu a Inventário e Partilhas Judiciais em virtude das quais fiz entrega aos filhos e herdeiros da mesma tudo quanto lhe pertenceu, pois que a dita minha falecida consorte quando comigo se desposou era viúva, e tinha (fls. 11v) filhos do seu primeiro matrimônio.

Declaro que nem antes de casado até o presente nunca tive filho algum.

Declaro que por meu falecimento quero que o meu cadáver seja sepultado nesta minha matriz e capela de São Miguel do Cajurú (...).

(........)

Meu cadáver será envolto em Hábito de São Francisco de cuja Ordem sou irmão (...).

(........)

Meu testamenteiro dará a minha sobrinha Ana Matildes casada com João Correa a quantia de duzentos mil réis (...).

Da mesma forma e com a mesma quantia praticará com a minha sobrinha Hipólita Jacinta, casada com Graciano Alves.

Deixo mais de esmola e meu Testamenteiro dará a meu afilhado José Carlos, filho de João Correa, cinquenta mil réis.

A meu afilhado João Moreira, filho de Antonio Moreira, cem mil réis.

A meu afilhado Francisco Fernandes de Souza, filho de minha sobrinha Dona Joana Cândida, cem mil réis.

A meu afilhado Francisco Alves, filho de Graciano Alves, cem mil réis.

A meu afilhado José de Resende, filho de Dona Delfina, mulher de meu sobrinho Silvestre, dará também a quantia de cem mil réis.

A minha sobrinha Maria Barbosa, filha de meu sobrinho Silvestre, cem mil réis.

A minha sobrinha Eusidia, filha de minha sobrinha Francisca mulher de João Antonio, cinquenta mil réis.

A duas meninas expostas em casas de minha sobrinha Dona Claudina uma de nome Domitildes e outra Maria Baptista, cinquenta mil réis a cada uma.

A Maria parda, que foi minha (fls. 12v) escrava e hoje se acha casada com Francisco Xavier de Souza, dará meu testamenteiro a quantia de cem mil réis.

(........)

Item deixo de esmola e meu testamenteiro dará a minha sobrinha Iria Generosa de São José, casada com Manoel Joaquim, a quantia de cem mil réis.

E da mesma forma a meu afilhado Francisco, filho da mesma,. cem mil réis.

A minha sobrinha Joana, casada com Francisco Alves Pedrosa, a quantia de cem mil réis.

Declaro mais que deixo de esmola e meu testamenteiro dará a minha prima Dona Silvéria, filha do falecido Capitão Pedro Custódio Guimarães, viúva do falecido Manoel Jacinto, a quantia de seiscentos mil réis.

Item a minha afilhada Mariana, filha de meu sobrinho João Fernandes, cem mil réis.

Item é minha vontade (fls. 13) deixar e de fato deixo de esmola e meu testamenteiro dará a uma mulher de nome Teresa Dias Bernarda, moradora no Arraial de São Miguel do Cajurú,a quantia de cinquenta mil réis, e na falta dela a seus filhos.

Item deixo de esmola e meu testamenteiro dará a minha afilhada Constança, filha de meu compadre João das Neves Alves Ferreira, a quantia de cinquenta mil réis.

Declaro mais que meu testamenteiro dará a minha sobrinha Iria Generosa de São José a quantia de duzentos mil réis além do legado declarado que tudo junto faz a quantia de trezentos mil réis.

Declaro mais que presentemente existe neste Arraial um menino que parece ser branco, cuja mãe se chama Umbelina e o dito menino se acha a ser educado em casa do Reverendo Vigário desta Freguesia, a este menino meu testamenteiro dará trinta mil réis que o entregará ao dito Reverendo Vigário que os distribuirá como bem lhe parecer em beneficio do dito menino que ao presente terá de idade oito anos, pouco mais ou menos.

(........)

E porque como acima fica dito não tenho herdeiros forçados ascendentes ou descendentes, é minha ultima vontade de instituir, e de fato instituo meus universais herdeiros com igualdade a meu sobrinho Silvestre Antonio de Carvalho e a minha sobrinha Dona Claudina Felisbina de Jesus, depois de feitas e cumpridas minhas disposições e legados constantes deste meu testamento9 (...).

(...) pedi ao Padre Manoel Coelho de Souza que este meu Testamento escrevesse e assino de minha própria letra (...).

Capela de São Miguel do Cajurú, 23 de Fevereiro de 1845.

Francisco Carvalho Duarte.

 

Aprovação:

Data: 07 de Março de 1845

local: Fazenda do Engenho do Cajurú, Termo da cidade de São João del Rei, Minas e Comarca do Rio das Mortes, em casas do Testador Francisco Carvalho Duarte (...).

 

fls. 14v. Subscrito:

Testamento do Capitão Francisco Carvalho Duarte, branco, viúvo, (...) morador na Fazenda do Engenho (...).

 

Abertura:

Aos vinte e três dias do mês de Março do ano de mil e oitocentos e cinquenta me foi entregue o presente Testamento com que faleceu o Capitão Francisco Carvalho Duarte (...).

 

fls. 18

Dizem Dona Claudina Felisbina de Jesus e Dona Delfina Henriqueta Julia de Resende, viuva do Alferes Silvestre Antonio de Carvalho (...).

 

MONTE MOR: 3:697$380