PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

ANTONIO LOPES DE FARIA

Inventário

 

Museu Regional de São João del Rei

Tipo de Documento: Inventário

Ano: 1790

Caixa: 82

Nº de Páginas: 98

Inventariado: Antonio Lopes de Faria

Inventariante: Manoel Lopes de Faria

Local: São João del Rei

Transcrito por: Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Alda Câmara Bueno de Moraes

 

fls. 01

Inventário dos bens que ficaram por falecimento de Antonio Lopes de Faria de quem é Testamenteiro e Inventariante Manoel Lopes de Faria, morador no Termo da Real Vila de Queluz desta Comarca.

Data: 09-12-1790

Local: Vila de São João del Rei

 

Declaração

(...) faleceu com o seu solene Testamento (...) filho legítimo de André Lopes e sua mulher Maria Francisca, já defuntos, natural e batizado na Freguesia de São Salvador de Fouquinho Termo da Vila de Barcelos Arcebispado de Braga, casado em Vila do Conde com Escolástica Maria (...).

 

fls. 02 - Bens de Raiz

- uma rocinha sita na paragem chamada o Palmital da Freguesia da Vila Real de Queluz, que se compõem de casas de vivenda e paiol coberto de capim e capoeiras já safadas e reduzidas a capim, que por um lado partem com Jacinto Franco e por outro com o Capitão Bernardo Martins Pereira e por outro com o Reverendo Padre Manoel Vaz de Lima, a qual rocinha é a que o Testador deixou em seu Testamento por legado a uma menina chamada Ana, que nela assiste  115$000

 

Dividas Ativas

- Alferes Domingos Galvão, já falecido: 374$840

- Domingos Henrique Pereira, João Antonio Henrique, José Henrique de São Francisco: 290$775

- José de Souza Teixeira: 456$150

- Manoel Marques Ferreira, já defunto, abonado por José Henrique morador no Morro do Chapéu: 300$000

- a viúva e herdeiros do falecido Apolinário Pereira: 695$951

- Antonio Manoel, morador no Descoberto do Peçanha, no Serro do Frio: 296$000

 

fls. 05 - Testamento

 

Em nome da Santíssima Trindade Padre, Filho e Espírito Santo, três pessoas distintas e um só Deus verdadeiro em que creio e espero salvar a minha alma.

Saibam quantos este público Instrumento de última vontade virem que sendo no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e oitenta e dois aos dez dias do mês de Maio, estando eu Antonio Lopes de Faria na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição dos Carijós, em casas de residência do Padre Manoel Vaz de Lima, em meu perfeito juízo e sem moléstia alguma, faço este meu Testamento na forma seguinte:

(...........)

Nomeio por meus Testamenteiros universais em primeiro lugar a meu irmão Manoel Lopes de Faria, morador nesta freguesia; e ao Senhor Reverendo José Moreira Fernandes, morador na Itaverava, em segundo lugar; e em terceiro ao Capitão Antonio José Bastos (...).

(...........)

Declaro que sou filho legítimo de André Lopes e de sua mulher Maria Francisca, já defuntos, natural e batizado na Freguesia de São Salvador de Fouguinho Termo de Barcelos, Arcebispado de Braga, casado em Vila do Conde, do mesmo Arcebispado, com Escolástica Maria, de cujo matrimônio temos uma filha por nome Rosa Marcelina da Purificação, já casada com Domingos Teixeira Soares, moradores na mesma vila a qual minha filha instituo por minha universal herdeira em substituição de seus filhos, meus netos, e na falta destes a minha mulher e irmãs.

Declaro que dotei a minha filha Rosa Marcelina com três mil cruzados para o casamento que se celebrou com meu genro, dos quais adquiri, pela minha indústria e como a não desejo prejudica nem a minha mulher e a própria meação haverá respeito ao dito dote na Partilha como for justo e ordenado de Direito.

Ordeno que o meu corpo seja envolto em Hábito de São Francisco (...) e sepultado na freguesia e Matriz da Capela donde falecer (...).

(...........)

Deixo a três irmãs minhas, filhas de André Lopes e da sua segunda mulher Isabel Pereira, moradora na dita Freguesia de Fouguinho, sessenta mil réis a cada uma, cujo dinheiro se remeterá por conta das mesmas.

Declaro que em uma roça chamada o Palmital, sita nesta freguesia de Carijós, a qual rematei no Juízo Ordinário de São José a Lourenço Rodrigues Barros por trezentos mil réis se acha uma menina por nome Ana, filha de Maria crioula, forra, com outros irmãos que por desencargo de minha consciência lhe deixo a dita roça e os escravos Domingos e Antonio angola, que atualmente a servem, com obrigação de manter e sustentar os ditos irmãos enquanto não mudarem de estado, querendo estar junto, trabalhar reciprocamente a este legado ou doação causa mortis, o tomo da minha terça e desejo se cumpram no modo possível e os meus Testamenteiros hajam de zelar e prover a sua administração enquanto não derem contas ou a dita rapariga Ana não tomar estado.

Declaro que devo ao Capitão João Baptista de Sá, morador na Itaverava, cento e quinze mil réis por um crédito.

E ao Capitão Bernardo Martins Pereira morador nesta freguesia de Carijós oitenta e sete mil réis, resto da conta que o meu Testamenteiro satisfará quando eu não possa praticar em vida, e quando por minha morte se me há onerado com mais alguma divida (...).

(...) pelo que me deve o Alferes Domingos Galvão, por crédito setecentos e setenta e quatro mil.

Item - trinta e duas oitavas, sem credito José Henrique (...).

Item - Antonio Marques, morador no Serro do Frio, de quem é fiador o dito José Henrique (...).

Item - o Capitão Antonio José Bastos, sem crédito cento e vinte e cinco mil réis.

Item - Ana Maria, na Itaverava, trezentos mil réis e o mais que vem a ser de uma obra que trago entre mãos.

Item - a Álvaro Cardoso, sessenta e três oitavas e meia,

Item - o Padre José Moreira, cinquenta oitavas.

Item - a viúva e herdeiros de Apolinário Pereira, de ajuste de contas assim de obras como de dinheiros de empréstimos seiscentos e noventa e cinco mil e novecentos e cinquenta e um réis (...).

Item - Antonio Manoel, morador no Descoberto do Peçanha do Serro Frio, por crédito duzentos e noventa e seis mil réis cujo crédito vence juros há muitos anos (...).

- Item - Agostinho da Cunha dezoito oitavas e meia.

- Item - Francisco Antonio Velloso, cinco oitavas (...).

(...........)

(...) pedi e roguei ao Alferes Antonio Joaquim Pereira Ferrás que este meu Testamento escrevesse (...).

Antonio Lopes de Faria

 

fls 08v - Abertura

Certifico que no dia oito de Setembro do ano de mil setecentos e noventa abri este Testamento com que faleceu o Testador Antonio Lopes de Faria (...).

 

Monte Mor  2:598$716