PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

Família “Amaro da Silveira”, neste site.

 

ANA RIBEIRA QUINTA

Inventário

 

Museu Regional de São João del Rei

Tipo de Documento: Inventário

Ano: 1846

Caixa: 199

Inventariada: Ana Ribeira Quinta

Inventariante: Sabino de Almeida Magalhães

Local: São João del Rei

Transcrito por Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Regina Junqueira

 

fls. 01

Inventário dos bens do casal da falecida Dona Ana Ribeira Quinta e seu marido Francisco José da Silveira de quem é inventariante seu testamenteiro Sabino de Almeida Magalhães.

Data: 16-11-1846

Local: São João del Rei

 

fls. 02

Diz Sabino de Almeida Magalhães testamenteiro de Dona Ana Ribeira da Quinta, viúva que havia ficado de Francisco José da Silveira, não fez a Testadora o respectivo inventário por falecimento do dito seu marido em razão de existir um herdeiro, neto dos falecidos, de nome Modesto Ribeiro Quinta, filho do falecido Frutuoso Ribeiro Quinta, que se acha na idade de 19 anos (...) requer a V. S.ª haja de nomear um tutor ao órfão, que pode ser o Comendador Martiniano Severo de Barros, morador estabelecido nesta cidade o qual é padrinho do mesmo (...).

 

fls. 04 -Testamento

 

Em nome de Deus. Amém.

Eu Dona Ana Ribeira Quinta estando doente mas em meu perfeito juízo e entendimento ordeno o meu Testamento pela forma seguinte:

Declaro que fui casada em face da igreja com Francisco José da Silveira e deste matrimônio tivemos três filhos: Francisco = Frutuoso = e Maria, todos falecidos.

Nomeio para meus Testamenteiros em primeiro lugar a Sabino de Almeida Magalhães, em segundo a Francisco de Paula de Almeida Magalhães, e em terceiro a Martiniano Severo de Barros (...).

(..................)

Sou irmã da Venerável Ordem Terceira de São Francisco e meu corpo envolto em seu hábito e com ele serei sepultada na Capela mais próxima do meu falecimento (...).

Depois de pagas as minhas dividas e cumprido o que deixo disposto, instituo por meu universal herdeiro a meu neto Modesto, filho legítimo de meu filho falecido Frutuoso.

(..................)

Fazenda da Estiva de Cima, 04 de Agosto de 1845.

Declaro em tempo que pedi e roguei a Nicolau José de Souza Ferras, digo, Souza Vieira, que por mim escrevesse e eu somente o assino.

Ana Ribeira da Quinta

 

Aprovação

Data: 05-08-1845

Local: Fazenda denominada da Estiva de Cima do Termo da cidade de São João del Rei Comarca do Rio das Mortes, em casas da Testadora Dona Ana Ribeira da Quinta.

 

Termo de Abertura: Aos vinte e seis dias do mês de julho do ano de mil oitocentos e quarenta e seis (...) foi aberto este testamento com que faleceu Dona Ana Ribeira da Quinta (...).

 

Subscrito:

Testamento de Dona Ana Ribeira da Quinta, mulher branca, viúva, moradora na sua Fazenda da Estiva (...).

 

Herdeiro Neto:

01- Modesto Ribeiro Quinta, filho do falecido Frutuoso Ribeiro Quinta, de idade de 19 anos pouco mais ou menos, solteiro e morador neste sítio.

 

Bens de Raiz:

- um sítio denominado da Estiva de Cima, que se compõem de campos de criar e muito pouca  cultura (...)  450$000

- uma fazenda de cultura e criar onde morava o inventariado marido, e alguns bens móveis e semoventes, na Freguesia das Dores da Boa Esperança do Termo da Vila das Três Pontas.

 

Diz Sabino de Almeida Magalhães, testamenteiro e inventariante dos bens que ficaram por falecimento de Dona Ana Ribeira da Quinta e de seu falecido marido Francisco José da Silveira, que ele quer ajuntar aos Autos de Inventário a certidão junta do teor do Testamento do dito Silveira para com melhor acerto se seguir nos Termos do mesmo Inventário.  Quer declarar por termo que este casal possui uma Fazenda denominada a Serra da Boa Esperança, sita nas margens do Rio Grande do Distrito de Dores no Termo da Vila das Três Pontas; bem como declarar os nomes dos herdeiros, filhos naturais do testador, que são: Francisco José da Silveira = e Maria, habilitados no Testamento, e quanto a neta Paula, declarada no mesmo Testamento ser filha de Francisco, filho dos inventariados por haver não [ilegível] o suplicante que ela seja contemplada herdeira, uma vez que o dito Francisco faleceu no estado de solteiro e nunca reconheceu a dita Paula por sua filha, (...).

 

fls. 21

Diz Sabino de Almeida Magalhães, que ele suplicante precisa que qualquer dos Tabeliães desta vila em cujo cartório se achar registrado o Testamento de Francisco José da Silveira, que faleceu no Distrito de Cristais deste Município do Tamanduá, lhe passe por certidão o teor do dito testamento (...).

 

fls. 27 - Filhos Naturais do marido da inventariada:

01- Francisco José da Silveira, que não se sabe se é casado ou solteiro, porém sim que é maior, digo, muito maior de trinta anos e mora na Freguesia das Dores da Boa Esperança Termo da Vila das Três Pontas.

02- Maria, que também não se sabe se é casada ou solteira, porém sim que é maior de vinte e cinco anos e moradora na mesma Freguesia das Dores da Boa Esperança Termo da Vila das Três Pontas.

 

Mais Bens de Raiz:

- uma Fazenda de cultura e de criar denominada a Serra da Boa Esperança, sita na margem do Rio Grande do Distrito de Nossa Senhora das Dores da Boa Esperança do Termo da Vila das Três Pontas.

 

fls. 35: Mais Bens de Raiz:

- um rancho coberto de telha  25$000

- uma Fazenda que se compõem de 95 alqueires de culturas boas (...) 16 alqueires de culturas mais inferiores (...) 40alqueires de serrados (...) 139 alqueires de campos (...) 30 alqueires de cultura que o finado comprou do herdeiro Manoel Cordeiro do Valle por serem em margem do Rio  2:118$000

 

fls. 43

Diz Francisco José da Silveira, morador deste Termo, que falecendo seu pai do mesmo nome em Cristais e tendo bens neste termo (...).

 

fls. 46

Diz Sabino de Almeida Magalhães, testamenteiro de Dona Ana Ribeira Quinta e inventariante dos bens que ficaram por falecimento desta e de seu falecido marido Francisco José da Silveira (...).

 

Dívidas Passivas:

- Alferes Francisco de Paula de Almeida Magalhães  108$744

- Sabino de Almeida Magalhães  559$040

- Capitão Francisco José Dias, cessionário de Juvêncio Martiniano das Neves  350$000

- José Ignácio Vieira Ferras  38$800

- Francisco Albino da Costa Freitas  37$540

 

fls. 48

Diz Francisco José da Silveira, filho e um dos herdeiros de Francisco José da Silveira, que ele foi nomeado testamenteiro dativo deste, pelo Juízo Municipal da Vila de Tamanduá (...)

 

Diz Francisco José da Silveira que falecendo seu pai Francisco José da Silveira no Arraial dos Cristais em dezesseis de Novembro de mil oitocentos e quarenta e dois, com Testamento (...).

 

fls. 50

Dizem João de Souza Pinto, por cabeça de sua mulher Maria Tereza Calista de Jesus; e Francisco José da Silveira, que ele quer juntar aos Autos de Inventário feito por falecimento de seu pai e sogro Francisco José da Silveira e sua mulher Ana Ribeira Quinta (...).

 

fls. 51 Procuração

Que Faz: João de Souza Pinto e sua mulher Maria Theresa Calista de Jesus, moradores no Termo da Vila das Três Pontas Distrito do Carmo do Campo Grande da Divisa.

Data: 25-10-1847

Local: Freguesia de Nossa Senhora das Dores da Boa Esperança Termo da Vila das Três Pontas, Minas e Comarca do Rio das Mortes, digo, Rio Verde.

Procuradores Nomeados: Desidério Antonio de Jesus Silva, Florêncio Antonio da Fonseca, Francisco Antonio dos Passos, Joaquim Thomas da Costa Braga, em particular a Manoel Lourenço de Mesquita.

 

fls. 52 Procuração

Data: 12-10-1847

Local: São João del Rei

Que Faz: Francisco José da Silveira

Procuradores Nomeados: Advogados Desidério Antonio de Jesus Silva, Florêncio Antonio da Fonseca, Francisco Antonio dos Passos, Joaquim Thomas da Costa Braga. e Manoel Lourenço de Mesquita

 

fls. 67

Diz Paula Clara de Nazaré, com assistência de seu marido Francisco Lopes da Silva, que sendo a suplicante filha natural de Francisco José da Silveira Junior, filho legítimo de Francisco José da Silveira e Dona Ana Ribeira Quinta e com tal tida, havida e imputada tanto pelos ditos seu pai e avós como pelo público em geral, e havendo falecido o mesmo seu pai natural abintestado, ficou a suplicante em companhia dos ditos seus avós que como tal amavam e estimavam e em cuja Fazenda até hoje existe. Acontece porém que retirando-se o dito seu avô da Fazenda da Estiva para as partes dos Cristais onde residiu muitos anos, aí faleceu em o ano de 1842 com testamento solene, no qual declarando a suplicante como sua neta, a reconheceu por sua herdeira, não só da parte cabente a seu falecido pai, mas tambem como herdeira da terça em igual parte com sua avó e mais herdeiros; mas falecendo a dita sua avó no ano próximo passado de 1847 com Testamento solene, nele não fez declaração alguma a respeito da suplicante como sua neta, sem duvida por entender que era bastante a declaração do avô, a qual deve prevalecer (...).

 

fls. 69 Procuração

Que Faz: Paula Clara de Nazaré com seu marido Francisco Lopes da Silva, moradores no lugar denominado Estiva Termo desta cidade.

Data: 17-01-1848

Local: São João del Rei

Procuradores Nomeados: Advogados Florêncio Antonio da Fonseca, Desidério Antonio de Jesus Silva, Joaquim Thomas da Costa Braga. Francisco Antonio dos Passos, Antonio Gonçalves Lima, Joaquim Antonio de Gouveia.

 

fls. 71

Diz Modesto Ribeiro Quinta que havendo se contratado para se casar com Joaquina Gaudencia de Jesus, que obteve licença deste Juízo para o dito fim, por isso requer (...) junte esta com a mesma licença e Certidão do Reverendo Pároco da Vila de São José que apresenta os Autos do Inventário feito por falecimento de Dona Ana Ribeira Quinta e de Francisco José da Silveira, para a fim de mostrar que se acha habilitado para poder representar e administrar livremente os bens que lhe tocar por herança dos ditos falecidos seus avós (...).

 

fls. 72

Diz Modesto Ribeiro Quinta que ele se acha contratado para se casar com sua prima Joaquina, filha legítima de Manoel Jacinto de Almeida e sua mulher Delfina de Tal, a qual tem boa educação e a sua qualidade é igual a do suplicante (...).

 

fls. 73

Vila de São José

Aos vinte e seis de Janeiro de mil oitocentos e quarenta e oito em Oratório decente em casa de Manoel Jacinto, em virtude de uma Provisão do Reverendíssimo Senhor Vigário da Vara, sendo dispensados do impedimento de consanguinidade em terceiro grau, e tomados os depoimentos verbais, pelas duas horas da tarde, e pela licença do Reverendo Vigário dos Oradores, assisti ao matrimônio que com palavras de presente et coram testibus Fidelis da Costa Ribeiro e José Custódio da Silva Marques, e mais pessoas do povo contraíram Modesto Ribeiro Quinta, filho legítimo de Frutuoso Ribeiro, já falecido e Ana Claudina; = e Joaquina Gaudencia de Jesus, filha legítima de Manoel Jacinto de Almeida e Delfina Gaudencia do Nascimento, e lhes dei as bênçãos nupciais na forma do Ritual Romano do que faço este em que me assino (...).

 

fls. 75

Diz Sabino de Almeida Magalhães na qualidade de testamenteiro de Dona Ana Ribeira Quinta; Modesto Ribeiro Quinta, como neto da mesma Dona Ana; e Francisco José da Silveira e sua irmã Maria Theresa Calista de Jesus, como herdeiros do finado Francisco José da Silveira, que por parte de Paula Clara de Nazaré intitulada filha natural de Francisco Honório da Silveira, foi intimado aos suplicantes por este Juízo um protesto afim de substar na venda da Fazenda denominada da Estiva de Cima (...).

 

fls. 80

Recebi de meu filho Sabino de Almeida Magalhães, na qualidade de testamenteiro de Dona Ana Ribeira Quinta a quantia de 108$744 réis, importância de uma conta que me ficou devendo a dita senhora (...).

Francisco de Paula de Almeida Magalhães

 

Monte Mor  12:241$019

 

fls. 160 - Procuração

Que Faz: João de Souza Pinto e sua mulher Maria Teresa Calista de Jesus, moradores no Distrito do Carmo do Campo Grande da Divisa.

Data: 30-11-1847

Local: Freguesia das Dores da Boa Esperança Freguesia das Três Pontas.

Procuradores Nomeados: Advogados Desidério Antonio de Jesus e Silva, Florêncio Antonio da Fonseca, Francisco Antonio dos Passos, Joaquim Thomas da Costa Braga, a seu cunhado e irmão Francisco José da Silveira e Manoel Lourenço de Mesquita