PROJETO COMPARTILHAR

Coordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira

www.projetocompartilhar.org

 

 

ANTONIO FRANCISCO ALBERNAZ

Inventário

 

Museu Regional de São João del Rei

Tipo de Documento: Inventário

Ano: 1829

Caixa: 02-05

Inventariado: Antonio Francisco Albernaz

Inventariante: Joaquina Ayres

Local: Fazenda Córrego do Talaia, Bom Jesus dos Perdões termo da vila de São José.

Transcrito por Edriana Aparecida Nolasco a pedido de Alda Câmara Bueno de Moraes

 

fls. 01

Inventário dos bens que ficaram por falecimento de Antonio Francisco Albernaz de quem é inventariante sua testamenteira a viúva sua mulher Joaquina Ayres.

Data: 31-03-1829

Local: nesta fazenda denominada o Corgo da Talaia da aplicação de Nosso Senhor Bom Jesus dos Perdões do termo da vila de São José, Minas e Comarca do Rio das Mortes em casas de morada do finado Antonio Francisco Albernaz.

 

fls. 02v. - Declaração

E logo declarou a viúva inventariante que seu finado marido fora natural da freguesia de Nossa Senhora da Ajuda na Ilha do Faial, filho legítimo de José Francisco Albernaz e de Antonia Ignacia, ambos já falecidos e que seu finado marido falecera aos onze dias do mês de Janeiro de mil oitocentos e vinte e nove com o seu solene Testamento (...) e que somente fora casado com ela viúva inventariante (...).

 

fls. 02v. - Filhos:

01- Quintiliano Francisco Albernaz, casado.

02- Antonio Francisco Albernaz, solteiro de idade de 23 anos.

03- Joaquim Francisco Albernaz, solteiro de idade de 19 anos.

04- Theresa Maria de Jesus, solteira, de idade de 11 anos.

05- Frances. Antonio Albernaz, solteiro de idade de 8 anos.

 

Declarou ela viúva inventariante que seu marido, antes de se casar com ela viúva inventariante e testamenteira, tivera dois filhos naturais e que sempre os teve por seus filhos e que ela os também reconhecia os ditos por seus filhos e são os seguintes:

 

Filhos naturais:

06- Thomé, casado, morador no termo da Campanha.

07- Antonio, casado, morador no termo da Campanha.

 

fls. 04 - Bens de Raiz:

Uma morada de casas cobertas de capim, com seu paiol coberto de capim, senzalas cobertas de capim, quintal cercado de paus com várias árvores de espinho, monjolo coberto de capim tudo muito velho  30$000

uma fazenda de cultura denominada o Corgo da Talaia que se compõem de matos virgens, capoeiras e logradouros, que parte de um lado com João Alvares do Espírito Santo e do outro lado com os herdeiros do finado Theodozio Ribeiro da Silva e de outro lado com Romana Maria da Encarnação e de outro lado com Úrsula Fernandes da Rocha e de outro lado com o Capitão José Anastácio e com quem mais haja de partir e confrontar  1:120$000

Uma roça de milho por colher que tem quarenta e dois carros  63$000

 

fls. 05 - Procuração

Data: 01-04-1829

Local: em casas de morada de Joaquina Ayres na fazenda denominada o Corgo do Talaia do termo da vila de São José, Minas e Comarca do Rio das Mortes.

Que Faz: a viúva inventariante Joaquina Ayres.

Procuradores Nomeados: José Joaquim de Santana, Rufino Lopes da Silva, Alferes Antonio |Pinto Correa

 

fls. 09 - Procuração

Datas: 01-04-1829

Local: neste Arraial do Senhor Bom Jesus dos Perdões, termo da vila de São José, Minas e Comarca do Rio das Mortes em casas de morada de Manoel Fernandes Ayrão.

Que Faz: Quintiliano Francisco Albernaz (filho do inventariado)

Procuradores Nomeados: Os Solicitadores de Causas: Rufino Lopes da Silva, Jose Joaquim de Santana e Hipólito Alvares da Costa

 

fls. 10v - Testamento

Jesus, Maria e José.

Aos senhores a quem o reconhecimento da minha testamentária pertencer faço saber que eu, Antonio Francisco Albernaz, morador na aplicação do Senhor Bom Jesus dos Perdões freguesia de Lavras do Funil termo da vila de São José, filho de José Francisco Albernaz e de Antonia Ignacia, natural da freguesia de Nossa Senhora da Ajuda na Ilha do Faial achando-me gravemente enfermo porém em meu perfeito juízo determino o meu testamento na forma seguinte:

Sou católico romano cuja Lei professo e sempre professei.

Sou casado com Joaquina Ayres de quem tive cinco filhos: Quintiliano = Antonio = Joaquim = Theresa = e Francisco = e alem destes, antes de ser casado tive dois filhos Thomé e Antonio, filhos de Jenoveva aos quais também reconheço por meus filhos e entrarão em herança igualmente com os outros.

Instituo por meus testamenteiros em primeiro lugar a minha mulher Joaquina Ayres, em segundo lugar ao meu filho Quintiliano e em terceiro lugar a Theodoro Ferreira (...).

(...)

O meu corpo será envolto em um hábito imitando o de São Francisco e sepultado na capela do Senhor Bom Jesus dos Perdões (...).

(...)

Declaro que em poder do Capitão Pedro Jose Freire se acham duzentos mil réis, como consta de um crédito que o mesmo passou, os quais deixo a João Furtado que se lhe não tenho notícia, por ser homem negociante (...)

 

(...)

Instituo por herdeira do restante da minha terça, depois de cumpridas todas as minhas determinações, a minha filha Theresa.

(...)

(...) pedi a João José de Gouvea que este escrevesse e por o achar conforme assinei.

Hoje, 7 de Dezembro de 1828

Item: declaro mais que é minha vontade que a minha escrava Francisca crioula, de idade de cinco anos, ao depois de avaliada se dê a minha filha Theresa em pagamento do que há de herdar na minha terça, e quando não caiba o seu valor na herança da terça se inteirará na sua legítima como também quero lhe seja dado em pagamento da herança da minha terça e da sua legitima caso não chegue a terça o meu escravo Manoel Africano de idade de doze anos.

Antonio Francisco Albernaz

 

fls. 14

Monte Mor 4:236$000

Custas e Dividas 55$431

Monte Liquido 4:180$569

meação da viúva 2:090$284

meação do falecido  2:090$284

terça do falecido 696$761

dois terças da herança 1:393$522

a cada herdeiro 199$074